Majogami é a nova aventura da Inti Creates, em um mais um game de ação 2D. Porém, apesar dos visuais incríveis, a jogabilidade não entrega a mesma qualidade que estamos acostumados dos jogos da desenvolvedora.
Desenvolvimento: Inti Creates
Distribuição: Inti Creates
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos (violência, conteúdo sexual, linguagem imprópria)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, Switch 2
Duração: 6 horas (campanha)
História maluca para quem por acaso quiser saber

Em Majogami, controlamos Shiroha, uma jovem que acorda em um mundo desconhecido onde tudo é feito de papel, inclusive seu pai. Para recuperar sua memória, ela deve enfrentar bruxas conhecidas como Majogami. É uma história um tanto confusa e enfadonha. O jogo tem muitos, mas muitos diálogos mesmo – são oito horas no total, de acordo com os desenvolvedores. Particularmente, acho bem difícil ter a paciência para acompanhar, porque é praticamente uma visual novel dentro do game. Para quem se interessar, certamente terá bastante conteúdo para se entreter.
Majogami é um jogo de ação em plataforma 2D. Controlamos Shiroha em cerca de 30 fases relativamente curtas (por volta de 10 minutos cada), onde devemos enfrentar inimigos e eventualmente alguns chefes. Você ataca com sua espada, pode pular, dar um dash, defender e outros movimentos. A principal novidade é a mecânica chamada de Setsuna, que consiste em apertar um botão e voar instantaneamente em direção a um inimigo, causando grande dano e um belo efeito visual. Dependendo da sua posição em relação ao inimigo, esse golpe será realizado na direção horizontal, vertical ou diagonal, com alguns inimigos sendo vulneráveis a apenas uma direção. Usar o Setsuna consome MP, que é recuperado matando os monstros com esse movimento ou com ataques normais da espada.
A intenção é boa, porém…

No papel (trocadilho não intencional) tudo isso parece ótimo, ainda mais embalado num lindo visual. O maior problema é que simplesmente não é muito empolgante enfrentar os inimigos e atravessar as fases. Não há sensação de impacto ao atacar e o arsenal parece bastante limitado durante os combates. Eu imagino que o jogo tenha sido projetado dessa forma para incentivar o uso do Setsuna, mas não parece que funcionou bem. Por mais que seja satisfatório atravessar a tela usando o Setsuna em alguns momentos, a movimentação do jogo não é legal. As fases são bastante básicas, sendo basicamente grandes retas com um pouco de plataformas. As que têm alguma variação não mostram nada que empolgue. Os inimigos são muito repetitivos, cansando ao longo de tantas fases.
Potencial desperdiçado em mecânicas específicas

Outra mecânica importante é a Ascenção, onde Shiroha fica temporariamente mais forte e destrava novas ações ao invocar os poderes de algum dos parceiros que faz durante a aventura, após encher uma barra ao longo da fase. Dependendo do personagem, são liberadas diferentes habilidades, como novos ataques, pulo duplo ou dash aéreo.
Dentro da Ascenção, você pode juntar mais recursos e ativar a Astralização, liberando ainda mais poder e habilidades. Essas mecânicas trazem sentimentos mistos pois, ainda que sejam divertidas, são temporárias e deixam a sensação de que a maioria dessas ações deveria estar disponível no acervo básico de Shiroha. Além disso, cada personagem com quem a protagonista pode fazer a Ascenção/Astralização libera diferentes habilidades, com diferentes comandos, e simplesmente é muito difícil decorar tudo para saber o que fazer quando se ativa esses estados.
Não se faz um grande jogo só com gráficos

As fases são selecionadas em um livro, sendo tudo linear e mudando a página após vencer o chefe de cada ato. Nessa tela, também é possível acessar a loja, que oferece itens de cura, algumas habilidades e talismãs, que podem ser equipados e oferecem diferentes efeitos, como aumentar a vida, reviver após morrer uma vez ou ganhar mais dinheiro. Como comentei, o jogo tem muitos diálogos, e isso inclui a loja: um dos itens que podem ser comprados são mais diálogos, para serem assistidos no menu. Difícil imaginar que você gastaria o seu suado dinheirinho em conversas ao invés de um amuleto que aumenta a sua vida máxima, mas a opção está lá.
Por fim, algo que é incontestável em Majogami é seu visual. Os gráficos 2D são incríveis e em alta resolução, me lembrando jogos da desenvolvedora Vanillaware, como Odin Sphere, Muramasa: The Demon Blade e Dragon’s Crown. No Switch 2, é possível escolher entre resolução 4K ou taxa de quadros de 120 fps. A direção de arte é ótima, com cenários e personagens coloridos e vivos, além de belos efeitos visuais durante os ataques de Shiroha e de seus inimigos. Infelizmente, porém, o mesmo capricho não foi dado à jogabilidade.
Quem sabe na próxima?
Majogami é um jogo que fisga o jogador pelo incrível visual, mas falha em manter a empolgação com uma jogabilidade mediana e uma falação sem fim. Uma pena, pois fica uma grande sensação de potencial desperdiçado.
Cópia de Switch 2 fornecida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro




