review-werewolf-the-apocalypse-xbox-one-capa.jpg

Review Werewolf: The Apocalypse Earthblood (Xbox One) – Fúria e destruição

Werewolf: The Apocalypse – Earthblood é a mais nova obra da desenvolvedora Cyanide, que adapta o RPG de mesa clássico de mesmo nome para um jogo repleto de ação e violência desenfreada.

Devemos tomar controle de Cahal na sua busca por redenção enquanto enfrentamos a Edron, uma gigantesca e poderosa empresa que vem destruindo o planeta, colocando a vida de todos em risco visando apenas o lucro e o controle de tudo e todos.

Desenvolvimento: Cyanide
Distribuição: Nacon
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 8 horas (campanha)

Conteúdo base

Primeiros momentos da jornada com o Cahal.

A Cyanide tinha à sua disposição um conteúdo muito vasto para utilizar como base para sua obra, o RPG de mesa chamado Lobisomem: O Apocalipse no Brasil, que conta com páginas e mais páginas de informações sobre toda a história e mitologia envolvida nesse grandioso universo.

Os lobisomens, ou como se denominam, os Garou, são guerreiros metamorfos brutais e impecáveis que lutam para proteger a terra da destruição causada pela Wyrm, um dos três espíritos primordiais que se corrompeu com o passar do tempo.

Tanto nosso protagonista quanto todos os outros Garou foram criados por Gaia, outro dos espíritos, com o objetivo de serem guardiões da terra, misturando o humano e o animal, além do físico e espiritual.

Toda essa base foi mantida em Werewolf: The Apocalypse – Earthblood de forma superficial, pois infelizmente os produtores falharam ao tentar construir uma história que impactasse o jogador, prendendo sua atenção ou fazendo com que nos importássemos com os personagens. Então, mesmo tendo tanto no que se basear eles não conseguem atingir o objetivo esperado.

Jogabilidade e habilidades

A brutalidade de um lobisomem.

Cahal conta com três formas distintas, a humana, a de lobo e a de lobisomem, cada uma delas será usada para atingir diferentes fins durante nossa jogatina.

Em algumas áreas, como na nossa base ou durante infiltrações de postos inimigos, a forma humana do Cahal é necessária para podermos nos comunicar com outros personagens. Já a Lupina é indicada caso o jogador queira se utilizar de uma abordagem mais furtiva, pois como lobo podemos evitar detecções além de conseguirmos nos esgueirar por tubos de ventilação que ficam espalhados pelas fases.

E a última forma é, de longe, a mais divertida, que é quando nos transformamos em lobisomem. Essa que conta com duas posturas, uma com foco na agilidade e outra na força pura, cada qual tem vantagens únicas. Para utilizarmos ataques especiais precisamos de fúria, que conseguimos matando inimigos e consumindo determinados itens.

Além disso, ao preenchermos a Barra de Frenesi entramos em fúria, ficando extremamente fortes e imunes a maior parte dos ataques, acabando até mesmo com os chefes do jogo rapidamente.

As habilidades precisam ser desbloqueadas com pontos que recebemos ao acumular pontos de experiência ganhos durante a jogatina, e temos algumas opções bem interessantes para deixarmos nossas diferentes formas mais poderosas.

Dificuldade com picos desbalanceados

Chefe sem desafio algum.

Jogando no modo de dificuldade normal, o desafio que iremos encontrar no jogo é praticamente inexistente, pois a inteligência artificial dos inimigos é bem defasada, e não é necessário esforço ou planejamento algum para vencermos as batalhas. Mesmo jogando de forma furtiva o desafio não muda em momento algum, porque usamos uma balestra para eliminarmos nossos alvos sem sermos vistos – até mesmo a mira do jogo deixa a desejar.

Pelo menos o combate, mesmo sendo simples, consegue proporcionar momentos de diversão, não tem como não ser divertido estraçalhar inimigos enquanto fazemos uso de uma forma bestial como um lobisomem.

Já se tratando dos chefes, eles também não representam grandes problemas na maioria dos casos, então apenas precisamos esmagar  botões. Caso cheguemos aos chefes sem fúria para usarmos nossas habilidades, aí sim iremos sofrer com uma dificuldade absurda e até injusta, mas só assim para se ter algum desafio.

Devo comprar Werewolf: The Apocalypse – Earthblood?

Werewolf: The Apocalypse – Earthblood tenta entregar um mundo convincente onde iremos nos apegar e nos importar com os personagens, mas falham tristemente. A obra é repleta de perdas de personagens próximos ao protagonista, mas em momento algum conseguimos sentir através dos momentos complicados que ocorrem no decorrer da história.

Além disso, as animações faciais são péssimas, o que só dificulta ainda mais passar algum sentimento ao jogador, e somamos isso a um gráfico bem datado e simples. Vale lembrar que o jogo nos dá a “liberdade” de escolhermos diferentes linhas de diálogo, mas que no fim não impacta em mudanças relevantes na história principal.

Mas, se depois de tudo isso você ainda esteja se perguntando se deve dar uma chance, a resposta seria “talvez”, caso goste de toda a mitologia por trás dos lobisomens ou de um combate com bastante sangue e violência – e não se importe com a história e seus personagens. Então, aí sim, talvez você se divirta com Werewolf: The Apocalypse – Earthblood, de preferência pegando ele em uma promoção.

O jogo termina com diversas pontas soltas, deixando espaço para uma sequência em que, quem sabe, os desenvolvedores consigam atingir uma maior qualidade.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Werewolf: The Apocalypse - Earthblood

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Combate divertido
  • Variedade de ataques
  • Diferentes habilidades

Contras

  • História fraca
  • Picos de dificuldade
  • Animações datadas
  • Inteligência artificial sofrível