Há quem diga, seja por medo ou por meme, que os gatos irão dominar o mundo. Em Undercat, essa ameaça se torna um problema real, com os felinos tomando o controle da cidade de Citadel. Agora, cabe à Resistência, formada por todos os outros bichos que escaparam, acabar com esta tirania.
Desenvolvimento: SparkyTailGames
Distribuição: OverGamez
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: Sem registros
Sobrevivendo a uma “gatástrofe”
Controlamos um agente canino que é o soldado da linha de frente da resistência. Cada fase tem objetivos diversos, como coletar ossos escondidos, desativar baterias, achar peças e salvar cientistas capturados. Inclusive, como as fases são um ambiente fechado, podemos concluir as missões na ordem que quisermos, caso haja mais de uma. Além disso, cada local esconde um objeto secreto que faz o ancião da Resistência lhe contar uma breve memória. Esses são os colecionáveis.
As fases podem parecer um pouco confusas de início, já que cada objeto está em uma direção, mas para resolver isso, contamos com o artifício mais poderoso de um cachorro: o olfato. Em um breve momento de concentração, a tela fica em preto e branco e trilhas coloridas marcam o caminho para cada item a ser encontrado.
Jogabilidade de um cão-espião
Outro ponto que explora a criatividade dos jogadores é que os inimigos não podem ser abatidos, apenas atordoados. Ou seja, podemos derrubá-los e chacoalhar para conseguir algumas moedas, mas logo eles irão recuperar a consciência e retomar a sua patrulha.
Claro que isso só funciona com os soldados menores, como gatos, bodes e vespas. Há também brutamontes, como os leões, que só podem ser derrubados ao arremessarmos caixas ou qualquer outro objeto sobre eles.
De maneira curiosa, o nosso cão-espião tem que se comportar como um felino para conseguir triunfar em suas missões. As caixas pelo caminho não servem só como armas, mas também como esconderijo e plataformas, se tornando os objetos mais versáteis que podemos ter. Também é possível nos esconder em armários, moitas e até latas de lixo.
Pouca coisa deixa a desejar
Juntar todas essas características compôs um nível de dificuldade bastante justo e único, que dá liberdade para a criatividade do jogador, sem que ele se perca muito pelo caminho.
Para mim, o único ponto que deixou um pouco a desejar foi a variação de complexidade entre alguns cenários. Enquanto uns são bastante simples e rápidos de concluir, outros demandam muitas idas e vindas, contando puramente com a percepção do jogador em situações que não foram inseridas de maneira mais branda antes.
Um exemplo disso é a batalha contra o primeiro chefe. Ela é curtíssima, mas em nenhum momento há um diálogo ou indicativo de que é necessário segurar cacos de vidro para refletir lasers. É aí que um desafio de minutos se estende por meia hora sem ser divertido.
Muito mais do que aparenta
Julgar Undercat pelo visual retrô e colorido, cheio de animais, é um erro tremendo. No fim, ele apresenta uma ótima dose de desafios, que podem ser acompanhados por mais um amigo. E se você ainda quiser curtir este universo, há competições para até quatro jogadores de maneira local, para mostrar que a Resistência não está para brincadeira.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Undercat
Prós
- As mecânicas de jogo exploram a criatividade do jogador
- Recursos bacanas, como usar esconderijos e o olfato de um cão
- Estilo artístico retrô e colorido dá um tom de desenho animado para a aventura
- Modos de jogo para mais de um participante de maneira local
Contras
- Algumas fases misturam muitas coisas e se tornam confusas
- Há momentos em que se perde muito tempo tentando descobrir como prosseguir