Alba: A Wildlife Adventure Capa

Review Alba: A Wildlife Adventure (Switch) – Um registro da fauna exótica

Meu gosto por jogos nunca contemplou o estilo mais passivo de jogabilidade, em que o jogador não possui tanta influência e age mais como observador durante uma jornada qualquer. Por isso, títulos como Pokémon Snap passam totalmente longe do meu radar, por apresentarem algo menos participativo ou que exigisse ação minha. Consequentemente, Alba: A Wildlife Adventure, dos mesmos criadores de Monument Valley, me deixou bastante cético à primeira vista, mas seus visuais, ritmo calmo e várias atividades a serem feitas foram a chave para me cativar do início ao fim.

Desenvolvimento: UsTwo Games
Distribuição: Plug In Digital
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch, PC
Duração: 2.5 horas (campanha)/3.5 horas (100%)

Um amor por fotografia

Avós de Alba

Alba é uma garotinha com ascendência latina que desde bem pequena foi influenciada pela arte da fotografia. Agora, um pouco mais velha, ela vai passar umas férias na casa de seus avós na ilha de Pinar Del Mar, onde acaba conhecendo uma outra garota da mesma idade chamada Inês. Juntas, elas partem para explorar a ilha e brincar, até que se deparam com um golfinho atolado na praia. Como são apenas duas crianças incapazes de fazer muita coisa, elas resolvem pedir ajuda aos moradores locais para resgatar o pobre mamífero e enviá-lo de volta ao mar.

Com o sucesso em sua missão de retomar o golfinho ao seu hábitat natural, a dupla de garotinhas decide que dali em diante serão uma espécie de protetoras do meio ambiente. Em pouco tempo, o prefeito da ilha dá a notícia de que construirá um hotel luxuoso para turistas e destruirá a reserva natural do lugar, o que traz para Alba e Inês um senso de justiça, dando a elas a ideia de conseguir 50 assinaturas dos moradores para evitar que isso aconteça. Assim, a dupla precisa mostrar a riqueza da fauna local para que todos entendam o quão importante é manter a ilha intacta.

Um pequeno mundo aberto e uma fauna bastante rica

Riqueza em fauna

Alba é um jogo que pode soar ou aparentar bastante monótono se pensar em sua proposta central: registrar e catalogar animais diversos em um app de smartphone. Porém, a forma como isso é executado é de tanta excelência que fiquei admirado. Alba possui um app no smartphone, emprestado por sua avó, que identifica as espécies de animais da ilha e exibe informações sobre elas. Para isso, basta mirar em algum animal perto o suficiente e clicar a foto. Assim, o app identifica e mostra seu nome, sons característicos e local onde costuma aparecer. Qualquer semelhança com Pokémon é mera coincidência.

E não para por aí, porque tudo isso acontece de forma contextual. Alba muitas vezes recebe missões de catalogar um número específico de uma certa espécie para ser recompensada com assinaturas em sua petição. Além disso, podemos aceitar missões secundárias de alguns NPCs espalhados pela ilha, conversando com eles para receber mais informações da tarefa em questão. 

Mapa de Pinar Del Mar

Mais à frente, Alba também recebe itens-chave como um kit de primeiro socorros do veterinário,  permitindo que ela cure animais debilitados nos arredores; além de um martelo de um carpinteiro morador da ilha que habilita a função de consertar casa de passarinhos em árvores e outros objetos quebrados; e uma bolsa para catar lixos espalhados por aí.

A exploração é bem recompensadora, considerando que a ilha não é tão grande assim. Apesar de não existir nada como uma funcionalidade de viagem rápida, não senti falta do recurso em momento algum, já que a cada trecho de ida até meus objetivos apresentavam algumas espécies novas de animais que me faziam parar e clicar fotos, ou então o ambiente simplesmente me fazia admirar os visuais e ficar atento a possíveis bichos inéditos.

Uma excelente aventura que dura pouco

Alba: A Wildlife Adventure é um jogo magnífico e muito agradável, além de conseguir cativar através de sua inocência e amizade entre Alba e Inês. Os visuais são lindíssimos e únicos, apesar de no Switch termos quedas de framerate em algumas áreas que exigem mais do console. A música segue pelo mesmo caminho e consegue imergir o jogador no ambiente necessário para Pinar Del Mar. Fazer fotos de animais certamente é o ponto mais divertido em toda a jornada, e mal posso esperar para catalogar todos eles. Sabe como é: “Gotta Save ‘em All!”. Um detalhe importante de dizer é que não existe uma forma de salvar as fotos que você clicar, o que é uma pena.

Assim como as férias de Alba, a aventura dura muito pouco. Em cerca de 2 horas é possível terminar o jogo e conseguir as 50 assinaturas. Isso não é exatamente um problema, mas os desenvolvedores poderiam ter aproveitado melhor a quantidade de 50 assinantes para transformar em cerca de 50 tarefas para serem realizadas. A sensação que tive foi de que tudo se apressa na segunda metade, já que algumas missões acabam resultando em 10 ou 15 assinaturas de uma só vez. O final é tocante e faz o jogador se sentir na pele da protagonista, deixando para trás um sentimento de saudades dos poucos dias que passamos na belíssima Pinar Del Mar.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Alba: A Wildlife Adventure

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Clicar fotos é divertido e tem propósito
  • Mundo aberto casa bem com a proposta
  • História cativante
  • Pós-game permite registrar todos os animais

Contras

  • O enredo se apressa na segunda metade
  • A resolução da história é bem forçada
  • O jogo não salva suas fotos