Animus é uma franquia de jogos que iniciou-se no mobile e tem ele como foco até hoje, logo, é natural que pessoas – assim como eu – não a conhecessem. Animus: Revenant é o último título lançado e o maior em comparação aos anteriores. De forma simplificada, ele é um Souls-like com câmera isométrica, o que soa comum nos dias atuais, porém, consegue ser surpreendentemente original.
Desenvolvimento: Tenbirds
Distribuição: TROOOZE
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Luta, RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: Android, iOS, PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: Sem registros
A jornada do Esquecido
A regra inominável que todos os Souls-like seguem é a de apresentar histórias não lineares. Normalmente jogos desse subgênero mal compreendido dão, no mínimo, uma cinemática abrindo as portas para o caos. Porém, Animus: Revenant leva isso a outro patamar, uma vez que ele apenas nos dá uma frase, que irei traduzir livremente aqui: “Sangue por sangue. O que é tomado deve ser devolvido”.
Depois dessa introdução extremamente breve, Animus: Revenant nos deixa como presente o Esquecido. Esse cavaleiro enorme é invocado quando a última gota de esperança da humanidade está para perecer. Agora sua missão é viajar o reino de Cadmeia para restaurar as memórias do reinado através do sangue.
Levando em consideração que controlamos o Esquecido – e talvez ele tenha amnésia – nossa moeda para melhorias são as Memórias. Essa preciosidade pode ser gasta em Estátuas da Princesa, com as quais só conseguimos interagir após recuperarmos sua cabeça. Desta forma, isso é um dos pontos mais maçantes em Animus: Revenant: seu início.
O acampamento inicial e suas proximidades é onde se passa um terço de todo jogo. Nesse início é preciso recuperar itens chaves, como a cabeça da princesa, para começar a modificar o Esquecido. Além disso, a variedade de armas demora para aparecer e muitas delas devem ser construídas, ou seja, é necessário coletar alguns materiais até lá. Porém, ainda com esse começo pesado, assim como o Esquecido, o combate se mantém interessante e facilita o processo.
Combate peso pesado
Quando o assunto é jogabilidade e combate, Animus: Revenant detém um aspecto que pode ser muito negativo: o peso. O Esquecido não é nem um pouco franzino e está em uma armadura enorme, visto isso, controlá-lo é um pouco pesado e duro. Embora sua esquiva seja boa, quando prendemos a câmera em um inimigo, tudo piora. Os ataques muitas vezes não são assertivos e podem ocasionalmente errar os inimigos.
Aumentando ainda mais o peso do Esquecido, possuímos dois modos de combate. Como não há um nome para eles, os apelidei carinhosamente de Amigável e Ignorância. No primeiro utilizamos armas leves e mais ágeis. No entanto, o segundo modo é através do qual o combate eleva para o nível mais extremo, pois o Esquecido utiliza uma arma duas vezes maior do que ele. Esses modos são rapidamente alternados com o apertar do botão ZR, o que é bem incomum em um Souls-like.
Algo que deve ser pontuado em Animus: Revenant é de que seus comandos não são os mais usuais em jogos do seu subgênero. Acredito que isso ocorre por ter sido focado primeiramente no mobile. Por sorte, é possível modificar os controles a qualquer momento.
Igualmente estranho e mais errado, em minha opinião, é a existência de habilidades que não consomem mana ou algo do tipo. Entre essas habilidades está a cura. Ela é poderosa, fazendo com que toda a vida seja recuperada, porém, não há um limite de uso. Esse último aspecto é terrível para quem é fã de Souls-like, uma vez que facilita muito toda a aventura.
Melancolia e adversários
O que menos tange a originalidade de Animus: Revenant é todo o seu tom. Do início ao fim é perceptível aquela melancolia padrão em Souls-like. O mundo e seus sobreviventes sempre aparecem estar cabisbaixos e engolidos pela sua própria reflexão. Tal aspecto é notável sempre ao encontrá-los, já que muitos transparecem estar perdidos e acabam dando informações mínimas sobre o que fazer naquele universo.
No entanto, os adversários e principalmente chefes não são lá muito diferenciais. Os peões que enfrentamos durante a aventura não possuem barra de vida e tem movimentos rígidos como do Esquecido. Por outro lado, os chefes não são lá muito únicos, pois transparecem ser peões com vida ampliada e uma força maior. Eles até possuem habilidades únicas, mas isso é mínimo quando olhamos no escopo geral.
O elemento que é bem alterado conforme avançamos em Animus: Revenant são as áreas. Existe uma maior variedade delas e isso é vendido pela desenvolvedora quando olhamos na página do jogo. Isso não é nenhuma mentira, uma vez que vamos desde a área nevasca do início, para uma vulcânica, para os Castelos de Cadmeia, entre outras.
Diferencial com seus pecados
Animus: Revenant tem seus desdobramentos quando comparado com outros Souls-like. Alguns deles, como um personagem pesado e a cura infinita, são pitacos de um fã do subgênero que gosta de um bom desafio. Nisso, a jornada do Esquecido não é muito diferente, assim como sua história e a melancolia que o envolve. Para os fãs de jogos Souls, Animus: Revenant pode não ser o melhor no quesito experiência, mas irá garantir, de certa forma, um desafio diferente e com muito conteúdo.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong