Another Crab’s Treasure (cover)

Review Another Crab’s Treasure (Switch) – Uma joia rara em uma versão precária

É gratificante quando escolhemos um jogo do qual não esperamos muito dele além do básico e somos surpreendidos com uma ótima experiência indie. Este é o caso de Another Crab’s Treasure, um jogo que, superficialmente falando, é um Dark Souls com um caranguejo, devido à sua dificuldade e mecânica de jogabilidade no estilo roguelike.

Desenvolvimento: Aggro Crab Games
Distribuição: Aggro Crab Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, RPG
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS5
Duração: 13 horas (campanha)/21 horas (100%)

Carismático logo nos primeiros segundos 

Krill nadando nas profundezas do mar.

Krill, um caranguejo que vive tranquilamente na superfície do mar, mora em uma pequena faixa de areia que, para ele, é sua piscina. Para se proteger dos perigos que a vida pode trazer, ele usa uma concha. O problema é que, um belo dia, um tubarão agiota o interpela e diz que ele precisa pagar o imposto sobre sua moradia. Kriss não tem o tipo de moeda que o agiota exige, e assim sua concha é confiscada e só será devolvida após o pagamento. Com isso, ele precisa ir até as profundezas do oceano e acaba descobrindo que tudo está diferente. 

O mar pode ser colorido, mas é um colorido de lixo.

É curioso como a produtora criou cenários ricos e criativos, ao mesmo tempo que chama atenção para a poluição dos mares. Aqui, você encontra todo tipo de lixo que, inevitavelmente, os mares sofrem, como latinhas de alumínio, peças de roupas, garrafas de vidro, utensílios domésticos, entre outros. É interessante como o jogo aproveita esses cenários de poluição e usa a seu favor já que Krill se defende com um garfo enferrujado e pode improvisar com latinhas, usando-as de conchas para se proteger dos ataques. 

Outra situação que a trama cativante nos apresenta é em como os animais marinhos se apoderaram dos utensílios jogados em seu habitat. Por exemplo, os animais ricos usam parte do lixo para fazer roupas e acessórios, enquanto os mais pobres ficam em meio à sujeira de fato. Tudo isso é tão bem trabalhado e alinhado com a trilha sonora reconfortante do game, sem esquecer que tudo retratado é uma crítica a nós mesmos. 

Um soulslike acessível 

Você vai querer subir em uma sandália ou garrafa pet.

A própria produtora brincou, chamando seu game como soulslike de caranguejo, e realmente é isso que o jogo se propõe a fazer. Você precisa ter estratégias para lutar contra seus inimigos e decidir com o que lutar, já que o garfo enferrujado não é a única arma que você poderá usar. Além disso, há toda uma melhoria que você precisa fazer no decorrer do gameplay, coletando coisas no mar, como microplásticos. 

À primeira vista, Another Crab’s Treasure parece mais um jogo de plataforma tradicional, pois Krill tem que pular de um plataforma para outra, consegue correr mais rápido, nadar por determinado tempo e atacar seus oponentes, além de se defender. E se a dificuldade padrão não lhe agradar, você pode mudá-la nas configurações de acessibilidades, o que deixa a jogatina mais próxima de um game de plataforma padrão.  

O maior vilão é sua versão de Switch

Aqui temos cenários definitivamente bonitos, mas o port do Switch apaga o brilho.

Another Crab’s Treasure é um jogo magnífico, no qual você vai querer explorar cada detalhe dos cenários e se maravilhar com a criatividade que a gameplay apresenta no decorrer da campanha. O jogo só tem um grande problema: sua versão para o Switch. 

A versão de Switch de títulos de terceiros geralmente não oferece a mesma qualidade técnica dos jogos first party da Nintendo, mas aqui a aventura do Krill sofre um pouco mais do que o normal – chega a ser frustrante. Houve momentos que o jogo caiu para uma taxa de quadros de zero fps, em meio a uma qualidade de textura que me fez sentir jogando em um celular qualquer, tamanha a “qualidade” do que me era apresentado. 

Vale a pena? Se você jogar em outro lugar

Another Crab’s Treasure é uma grata surpresa vindo de um estúdio indie mostrando, mais uma vez, que enquanto as grandes produtoras jogam seguro com games cada vez mais genéricos, há outras menores com ousadia e criatividade solta. Uma pena que a sua versão de Switch rode num modo “dane-se” que te faz torcer para o jogo não crashar em algumas partes. Dito isso, a aventura do caranguejo Krill será melhor apreciada se for jogada em outra plataforma. 

Cópia de Swith cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Another Crab’s Treasure

8

NOTA FINAL

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade
  • Trilha sonora
  • Mundo semi-aberto
  • Campanha

Contras

  • Conversão para Switch deixa a desejar