Asterix e Obelix por muito tempo têm sumido do mundo dos videogames. Depois de vários anos sem dar as caras, a dupla de gauleses surgiram em Asterix e Obelix XXL2 como um remaster, o qual aprimorava graficamente a versão original.
Apesar disso, as mecânicas da época se mantiveram, e o resultado foi algo bonito com um gameplay ultrapassado, onde o objetivo era basicamente derrotar hordas de inimigos e resolver alguns puzzles bem fáceis.
No ano seguinte ao XXL2, os carismáticos personagens voltam em um formato mais atualizado com o título de Asterix e Obelix XXL3: The Crystal Menhir, desenvolvido novamente pela OSome Studios. Bom, “veja no que deu”!
Desenvolvimento: OSome Studios
Edição: Microids
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4, Xbox One e PC
Duração: 6.5 horas (100%)
Mudança de ótica
O novo jogo optou por trazer um gênero diferente de seu antecessor, pisando em terrenos da ação e aventura com câmera isométrica. Finalmente temos o modo cooperativo existente, algo que deveria ser mais do que óbvio em um game onde há dois protagonistas.
Felizmente, Asterix e Obelix XXL3 funciona bem tanto no single player quanto no multiplayer, onde a diferença na segunda opção ficar por conta de maiores chances de se manter vivo devido ao estado de recuperação em que o personagem fica ao ser derrotado.
Jogando sozinho, você pode alternar entre os personagens, mas o recurso de recuperação não existe e você volta ao último checkpoint ao perder um dos gauleses.
Mais uma vez, distante de XXL2, o último jogo da dupla traz algumas poucas escolhas melhores de game design para que tudo não pareça tão linear – apesar de não fazer o principal tão bem.
Entre uma missão e outra, podemos caminhar pelo hub, o qual é um local para se explorar livremente e escolher a próxima aventura. Apesar disso, a jogabilidade ainda lembra um bastante a de XXL2 por focar muito em hordas de inimigos e puzzles simplórios demais.
Pisando na bola de novo
Infelizmente, apesar de uma abordagem diferente de XXL2, o jogo tropeça nos mesmos erros já vistos no jogo anterior.
Os inimigos são bastante parecidos e reaproveitados ao longo das fases. O combate também é bastante focado em derrotar hordas repetitivas de inimigos e liberar novas áreas.
As características únicas dos personagens servem para poucas ocasiões – como o ataque de Obelix com o cristal para quebrar certos objetos frágeis -, os cenários são estruturalmente bem semelhantes, e poucos desafios que exigem interação com o ambiente fazem você pensar de verdade.
Nem mesmo as missões secundárias são o suficiente para tornar o jogo interessante, ou ao menos para lhe dar um motivo para continuar jogando por tanto tempo além de conhecer mais sobre a história e fazer upgrades superficiais aos personagens.
Fora isso, a inteligência artificial do seu companheiro controlado pelo computador é bem ruim, resultando em vários momentos de batalhas praticamente sozinho, já que o computador não te ajuda muito.
Se bem que a dos inimigos não se difere tanto, uma vez que as tropas basicamente se alinham em frente ao personagem para uma “fila da surra”.
Switch e performance ruim
A versão de Nintendo Switch é a mais prejudicada por causa da performance abaixo da média. Mesmo o jogo não sendo uma primazia gráfica, a resolução vista por aqui é baixa no modo portátil e resulta em imagens levemente borradas.
Já na TV, as coisa melhoram um pouco, mas não ao ponto de surpreender os olhos. Também é notável a taxa instável de quadros por segundo, e um framerate despencando em cenários com muitos inimigos. Não chega ao ponto de ser injogável, mas contribui para o sentimento de frustração.
Cérebro desligado
Esse é mais uns daqueles jogos de esmagar botão com o cérebro desligado. Apesar de ser uma proposta justa, outros títulos conseguem aplicá-la de uma forma bem mais competente com desafios mais interessantes.
Isso faz com que Asterix e Obelix XXL3 seja um jogo que usa personagens carismáticos e famosos, porém muitíssimo mal aproveitados num gameplay gênico e repetitivo. E não me venha com a velha desculpa de que o público-alvo é infantil.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Samuel Leão