BLADE CHIMERA, metroidvania desenvolvido pela Team Ladybug e distribuído pela Playism, é um ótimo exemplar do gênero e inova em uma estética tecno-religiosa com uma pixel art de altíssima qualidade.
Desenvolvimento: Team Ladybug, WSS playground
Distribuição: PLAYISM, WSS playground
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 10 anos (violência)
Português: Não
Plataformas: PC, Switch
Duração: 7 horas (campanha)/12 horas (100%)
Um metroidvania de estilo
BLADE CHIMERA segue os passos de Castlevania, especialmente Symphony of the Night, sendo fortemente influenciado pela franquia que definiu o subgênero metroidvania. O jogo conta com todas as características esperadas: exploração não linear, backtracking, armas, sistema de experiência, habilidades e itens.
O grande diferencial do jogo está na jogabilidade com Lux, um demônio em forma de espada que acompanha o jogador. Com Lux, é possível se defender de ataques inimigos, se pendurar em paredes e recuperar parte da energia, além de manipular certos objetos do cenário para que “voltem no tempo”.
Outra adição interessante à jogabilidade é a habilidade de teletransporte para qualquer parte previamente explorada do mapa. Esse recurso, adquirido durante a campanha, facilita a movimentação pelo cenário e evita um backtracking excessivo, um problema comum em jogos do gênero.
Entretanto, essa mecânica pode tornar o jogo mais fácil do que o esperado. O jogador pode evitar desafios de inimigos ou de plataformas simplesmente se teletransportando para pontos seguros do mapa e, depois, retornando ao ponto onde encontrou dificuldades, prosseguindo sem grandes penalidades.
Um cyberpunk com pitadas de religiosidade
Tecnicamente, BLADE CHIMERA não decepciona. A primeira impressão pode parecer estranha, mas conforme o jogador se familiariza com sua estética, essa sensação desaparece. Durante minha jogatina, apenas uma falha ocorreu, exigindo a reinicialização do PC.
A direção de arte é extremamente competente e, de certa forma, original. O jogo mistura elementos cyberpunk com influências religiosas, especialmente cristãs, judaicas e japonesas, criando um visual único. Essa fusão é particularmente perceptível nos inimigos e chefes, conferindo ao jogo uma identidade distinta.
Os cenários também são bem construídos, destacando-se pelo ar urbano de algumas áreas, o que remete às paisagens japonesas. Os personagens possuem um design despojado e carismático, enriquecido por uma pixel art de altíssima qualidade, resultando em um jogo visualmente marcante.
O verdadeiro mal
Em BLADE CHIMERA, o jogador controla Shin, um caçador de demônios que perdeu a memória. Ao se unir à Lux, uma demônia capaz de se transformar em espada e manipular o tempo, ele embarca em uma jornada para desvendar seu passado e reencontrar aqueles que perdeu. Durante sua busca, Shin enfrenta criaturas aterrorizantes, explora uma Osaka corrompida e perigosa e luta para recuperar tudo o que lhe foi tirado.
A história de BLADE CHIMERA é interessante, mas superficial. Não há um grande desenvolvimento de personagens ou uma trama complexa, mas o carisma dos protagonistas compensa essa falta de profundidade, tornando a narrativa envolvente. Um problema significativo é a falta de tradução para o português brasileiro, o que pode dificultar a compreensão da história para quem não domina outros idiomas.
Seguindo a caminho de seus antecessores
A trilha sonora de BLADE CHIMERA segue a tradição da série Castlevania, com faixas distintas para cada área do jogo. Na região urbana, por exemplo, a música tem um tom de jazz suave, enquanto em outras áreas há composições mais rápidas e intensas, criando uma atmosfera de urgência adequada ao ritmo do jogo.
Começando o ano com um ótimo metroidvania
BLADE CHIMERA consegue se destacar dentro do gênero ao apresentar mecânicas bem implementadas e uma direção de arte marcante. Sua temática diferenciada atrai a atenção, tornando-se uma excelente opção para fãs de metroidvania que buscam uma experiência envolvente e com estilo.
Revisão: Julio Pinheiro
BLADE CHIMERA
Prós
- Jogabilidade
- Habilidades
- Direção de arte
Contras
- Falta de legendas em português
