Situado em um dos períodos mais tensos do século XX, o jogo busca manter a hegemonia, mas decepciona se comparado ao título anterior. Um enredo bagunçado, missões secundárias irrelevantes, desempenho instável e um modo multiplayer sem novidades resumem a bagunça que é Call of Duty: Black Ops Cold War.
Desenvolvimento: Treyarch, Raven Software e Beenox
Distribuição: Activision
Jogadores: 1 (local) e 1-40 (online)
Gênero: Ação, Tiro, Multiplayer
Classificação indicativa: 18 anos
Português: Dublagem e interface
Plataformas: PS4, PC e Xbox One
Duração: 5 horas (campanha)/8 horas (100%)
Este enredo custou R$0,99
A campanha de Call of Duty: Black Ops Cold War se passa no auge da Guerra Fria, mais precisamente nos anos 80. O cenário de tensão entre o pólo capitalista e o socialista aumentam quando um agente soviético conhecido como Perseus coloca as mãos em arquivos que revelam a existência de diversas ogivas nucleares norte-americanas espalhadas por todo o território europeu.
Dispostos a impedi-lo, a CIA inicia uma grande operação que seleciona seus melhores agentes disponíveis para participarem desta grande missão. Repleta de clichês e teorias conspiracionistas, a campanha se perde completamente em suas missões finais e nos faz refletir se nosso tempo é tão descartável ao ponto de estarmos jogando ela. Os únicos pontos que merecem destaque são os gráficos, que estão impressionantes e realistas, e o som que, além de contar com uma dublagem excelente transmite completamente a sensação de se estar dentro da guerra.
Missões secundárias?
Sim amiguinho, você não leu errado. Em Call of Duty: Black Ops Cold War temos duas missões secundárias para completar: as operações Caos e Red Circus. É necessário coletar evidências durante a campanha principal para juntar o máximo de informações possíveis para descobrir o alvo que deve ser eliminado.
Antes de entrar na missão de fato, é necessário averiguar as evidências e obter coordenadas, nomes e códigos para solução dos quebra-cabeças que estão dispostos na mesa. Com o alvo identificado, somos enviados para sua localização e devemos eliminá-lo.
Completar estas missões não gera impactos na história principal, apenas uma menção durante a cutscene final. O que na minha opinião só serve para inchar um pouco mais a campanha, que é extremamente curta e sem graça.
“Novidades” e retrocesso no multiplayer
Os modos clássicos como mata-mata em equipe, baixas confirmadas, contra todos e dominação estão de volta. As grandes novidades são os seguintes modos:
- Bomba Suja: que divide os jogadores em equipes de 4 com o objetivo de coletar urânio e explodir bombas adversárias;
- Armas Combinadas: com presença de veículos e mapas maiores, me lembram um pouco de Battlefield.
O arsenal é pequeno, contando apenas com 5 fuzis de assalto, 5 submetralhadoras, 4 fuzis táticos, 3 metralhadoras leves e 3 fuzis de precisão. O ponto positivo é que podemos desbloquear miras, cabos, bocais, pentes e camuflagens diferentes conforme jogamos com elas, deixando o armamento com nossa cara.
Estão disponíveis até o momento 8 mapas que se adaptam de acordo com o modo selecionado. Mas, como em Modern Warfare, novos conteúdos serão adicionados ao longo do tempo, então só nos resta aguardar as novidades.
Zumbis nazistas de novo
Outro modo que faz muito sucesso na franquia Call of Duty é o Modo Zombies. Sua primeira aparição foi em Call of Duty: World at War e virou tradição aparecer nos jogos desenvolvidos pela Treyarch.
Sem muitas mudanças das versões anteriores, podemos destacar a possibilidade de realizar uma extração e encerrar a missão, em vez de ter que se matar sempre que quisermos ir para outra partida. O arsenal é compartilhado com o multiplayer PvP, o que facilitou muito a progressão. O mapa disponível para este modo é o Die Maschine, localizado em uma base nazista na Polônia. E isto me incomoda muito, pois o tema do jogo é a Guerra Fria e não a Segunda Guerra Mundial. Acredito que não custaria nada para a Treyarch desenvolver um Modo Zombies de acordo com a temática do jogo.
A guerra não muda
Não é novidade que os jogos da franquia Call of Duty tem diversos problemas de desempenho que são corrigidos ao longo do tempo. Mas o que enfrentei com este título em específico superou todas os meus piores pensamentos sobre ele. No dia do lançamento eu tive o progresso corrompido três vezes e, sempre que chegava à terceira missão, um som agudo era emitido pelo jogo e ele fechava sozinho. Isto só foi corrigido no dia 15 de novembro (dois dias após o lançamento) através de uma atualização. Como se não bastasse, diversas cenas e partidas multiplayer sofrem de quedas abruptas de fps e bugs sonoros. Algumas animações e a inteligência artificial dos inimigos também estão inferiores ao título anterior. Já nossos companions desempenham um papel importante durante o combate na campanha.
Caso esteja interessado em jogar, recomendo aguardar uma boa promoção, pois desembolsar o valor total não é uma decisão assertiva. Por enquanto volte para o Warzone ou se delicie com a obra-prima que é o Modern Warfare. Diante de todos os problemas apresentados e a falta de evolução com o novo CoD, o melhor a fazer é esperar que os erros sejam corrigidos e que o desempenho melhore, pois desta forma você conseguirá se divertir com Call of Duty: Black Ops Cold War.
Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong