Cities: Skylines II é uma sequência iterativa do principal simulador de construção de cidades da atualidade. O jogo produzido pela Colossal Order e pela Paradox Interactive aperfeiçoa o que já era feito com maestria, apesar de trazer consigo problemas técnicos que antes eram inexistentes.
Desenvolvimento: Colossal Order Ltd.
Distribuição: Paradox Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação
Classificação: Livre
Português: Interface
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S
Duração: Sem registros
Preso ao orçamento ou liberdade para criar
A proposta de Cities: Skylines II continua a mesma do game anterior: construir uma cidade do zero. Há dois modos, um que pede por cuidados orçamentários e outro que permite utilizar a criatividade para criar um município sem preocupações com o lado financeiro. Esse segundo é muito mais divertido, pois ele disponibiliza todo o conteúdo disponível desde o princípio da jogatina.
No entanto, não importa a escolha: é importantíssimo pensar em todos os detalhes ao planejar uma cidade. Cities: Skylines II pode parecer simples e causal, mas a experiência é, na verdade, um desafio – mas daqueles bem divertidos. Os desenvolvedores fizeram um bom trabalho na explicação dos sistemas básicos, mas é vital explorar as opções e raciocinar fora da caixa para ter sucesso na criação de um lugar legal para se viver, e isso ninguém ensina.
Gerenciar uma cidade não é fácil
A simulação é complexa: é fundamental garantir o bem-estar da população com hospitais e medidas de segurança pública, ao mesmo tempo em que é necessário lidar com o desemprego e o equilíbrio entre regiões residenciais e comerciais. As possibilidades são imensas, sendo preciso pavimentar as ruas do município e definir o esquema de avenidas e estradas dela. Construir um planejamento de transporte público rápido e eficiente é outro desafio adicional presente no simulador, que também exige o gerenciamento de todo o sistema hidráulico e elétrico da cidade.
Existem situações imprevisíveis, como a poluição, a criminalidade e até desastres naturais. Sem contar que é preciso determinar políticas econômicas e sociais, o que torna o jogo uma ótima ferramenta para aprender sobre o funcionamento de uma prefeitura. A simulação é completa e é incrível ver uma cidadezinha virando uma verdadeira metrópole aos poucos. Tudo demanda tato e estratégia, e ainda é possível saber o que os habitantes pensam da cidade por meio de uma função na interface parecida com o Twitter.
Novidades sutis
Cities: Skylines II está naturalmente em um estado mais embrionário do que seu antecessor, que recebeu múltiplas expansões ao longo dos anos e um suporte espetacular por parte da comunidade. Isso é algo que só estará nessa sequência com o tempo, visto que os responsáveis planejam o lançamento de DLCs e recursos que estenderão a longevidade do título, que já oferece um pacote sensacional em sua versão base.
Esse segundo título é bastante semelhante ao primeiro em vários aspectos, já que as alterações estão concentradas nos elementos internos do simulador. Cities: Skylines II traz diversas melhorias na inteligência artificial dos cidadãos e do tráfego e aprimoramentos nas mecânicas de construção, que resultam em maior liberdade na disposição de curvas no ambiente urbano. O jogo também inclui funcionalidades que permitem a customização do terreno e do paisagismo da cidade. Entretanto, essas funções apresentam muitos bugs e levam apenas a áreas visualmente feias.
Além de serviços como internet e redes de transmissão, o jogo possui mapas notavelmente maiores e uma interessante escolha entre arquiteturas distintas. Contudo, as opções são limitadas a designs americanos ou europeus, algo que poderia ser expandido para a inclusão de estilos diferentes. Em geral, são pequenas mudanças no grande esquema, porém, elas tornam o jogo em uma experiência mais responsiva.
Nem tudo é perfeito
Apesar de não apresentar grandes atualizações em sua parte gráfica, Cities: Skylines II é um produto mais pesado que seu antecessor. Devido aos aprimoramentos na IA, o jogo requer um processador parrudo para conseguir simular tudo a uma taxa de quadros minimamente decente, mesmo em uma cidade pequena. O problema é que, assim como no primeiro Cities, a performance continua piorando à medida que o tamanho da cidade e a complexidade de sua simulação aumentam. As estruturas agora são mais detalhadas, porém o posicionamento delas no mapa é travado por conta da otimização ruim. O simulador oferece um bom arsenal de configurações técnicas e até um robusto modo para fotos, mas a imagem é péssima por causa da uma quantidade excessiva de serrilhados.
Os produtores implementaram o suporte para controles, mas o funcionamento dele não é tão agradável pelo fato do jogo ter sido totalmente projetado com o mouse e o teclado em mente. Além disso, há uma falha grave no menu de opções gerais, pois os salvamentos automáticos não são ativados por padrão, o que pode resultar em perda de progresso para os jogadores menos atentos ao que deveria estar habilitado de forma pré-definida.
É bom, mas precisa de polimentos
Cities: Skylines II chega em seu lançamento inicial numa versão aceitável e completa, embora seu desempenho seja pior que o esperado. O simulador tende a melhorar consideravelmente com o tempo, graças aos vindouros mods da comunidade e as expansões, que sempre complementam o jogo. Esperar um pouco pode ser uma excelente ideia, porque essa sequência não anula a existência do primeiro título da franquia.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno