O beat ’em up é certamente um dos gêneros mais adorados pelos desenvolvedores independentes. Afinal, esse é um estilo importante, mas que atualmente não recebe tanta atenção por parte das grandes produtoras – abrindo um espaço mais que merecido para que jogos de estúdios menores surjam, entregando a mesma qualidade dos clássicos que os inspiraram. Fallen City Brawl é um deles. Seguindo a fórmula consagrada por Streets of Rage, o título apresenta uma experiência cativante e divertida, apesar de sua curta duração.
Desenvolvimento: Fallen City Studio
Distribuição: Eastasiasoft Limited
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos (violência)
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Switch, Xbox Series X|S, PC
Duração: 1 hora (campanha)
Brigando na cidade

Situada em 1989, a trama gira em torno da disputa pelo controle do submundo de Fallen City, que chega a um ponto em que quatro estranhos precisam unir forças para sobreviver e retomar o comando das ruas. Partindo disso, controlamos Ricco, Natasha, Iron Jacket e o Sargento Clay em várias batalhas por diferentes cenários urbanos.
O objetivo é conquistar a maior pontuação possível durante a campanha, que segue uma fórmula simples que não foge dos padrões do gênero. Além das lutas corpo a corpo, dá para utilizar armas, facas, barris e até motosserras em combinação com combos e golpes especiais, junto a um modo de caos, que aumenta ainda mais o multiplicador de pontos.

Todos os personagens possuem uma movimentação semelhante e ataques básicos quase idênticos, se diferenciando só pelos ataques especiais – o Sargento Clay, por exemplo, pode chamar uma força tática para metralhar seus adversários, enquanto Natasha pode contar com a ajuda de um lobo no combate.
Jogo rápido

A campanha conta com sete fases lineares, rápidas e até aleatórias. A progressão consiste em derrotar inimigos e avançar até enfrentar um chefe, que encerra a fase. É um loop de gameplay funcional, mas que poderia ter sido expandido pelos produtores. As fases são curtas demais e costumam terminar logo quando a ação começa a engrenar e empolgar. Teria sido interessante incluir mais de um chefe na mesma fase, para justamente fazer com que elas não sejam tão rápidas.
Como não há nenhum modo adicional além da campanha principal, o conteúdo oferecido por Fallen City Brawl se limita a ela. Há, no entanto, a opção de jogar cooperativamente com outra pessoa, mas de forma local, na mesma tela. O game não oferece um modo online, mas, pelo menos, é compatível com a funcionalidade de Remote Play da Steam – que, embora não seja perfeita, funciona como um bom quebra-galho para essa limitação.
Apresentação legal

Fallen City Brawl possui uma apresentação sólida, com uma pixel art bonita, ainda que estática – isso é perceptível principalmente no rosto dos personagens, que não reagem aos acontecimentos da campanha. A trilha sonora, composta por Daniel Lindholm (conhecido por seu trabalho em algumas faixas de Street Fighter V), é agradável e se encaixa perfeitamente na proposta do jogo.
A versão para PC, contudo, poderia oferecer um suporte melhor para resoluções diferentes. Não há compatibilidade para ultrawide, já que o jogo foi plenamente pensado para o formato tradicional, em 16:9. O problema é que, em vez de incluir as tradicionais barras pretas, o game apresenta diversos bugs visuais nas bordas da tela, distraindo e prejudicando o foco na jogabilidade.
Faltaram mais opções de dificuldade

Outro ponto que poderia ter sido melhor desenvolvido é a dificuldade. Existem dois modos, um padrão e outro que é ainda mais difícil. Porém, mesmo no padrão, os inimigos chegam a funcionar como “esponjas de golpes”, demorando um tempo excessivo até serem derrotados, e sem um motivo plausível – dando a impressão que eles foram projetados dessa forma apenas para inflar a duração da campanha.
Os oponentes também causam bastante dano aos personagens, mas há um sistema de continues com fichas adicionais. Caso todas as vidas sejam esgotadas, o jogador perde somente a pontuação, mantendo o progresso nas fases, o que é positivo e evita que o game se torne desnecessariamente frustrante.
Um bom jogo
Fallen City Brawl é legal e divertido, ainda que por um período relativamente breve. O game poderia ter fases mais longas, opções de dificuldade mais robustas e conteúdos adicionais, mas, para quem é fã do gênero, essa é uma ótima opção.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno