Ghost of Yōtei continua de maneira segura a aventura de samurais da Sucker Punch, trazendo mais um excelente game de mundo aberto ambientado no Japão antigo. Essa review foi feita em um PlayStation 5 base no modo gráfico Desempenho, incluindo as capturas de tela aqui apresentadas.
Desenvolvimento: Sucker Punch
Distribuição: Sony Interactive Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 18 anos (conteúdo sexual, drogas lícitas, violência extrema)
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PS5
Duração: 24 horas (campanha)/49 horas (100%)
Séculos depois, mas ainda muito no passado

Lançado em 2020, Ghost of Tsushima foi bem recebido pela crítica e pelo público, trazendo uma aventura de samurais em mundo aberto no Japão do século XIII, durante a invasão mongol à ilha. Ghost of Yōtei segue o mesmo formato de jogo, mas a história não tem relação, passando-se quase 330 anos depois, em Hokkaido, a ilha mais ao norte do Japão, na época conhecida como Ezo. Controlamos Atsu, uma mercenária solitária que volta à Ezo depois de 16 anos em busca de vingança contra os seis lordes que assassinaram sua família na infância. Dada como morta algumas vezes, Atsu acaba sendo conhecida como a fantasma de Yōtei, nome do vulcão ao sul da ilha.
Como podemos ver por essa premissa, temos uma típica história de vingança, que realmente não traz nenhuma grande inovação ou profundidade fora do normal. Mas a relação de Atsu com o bom elenco de personagens secundários, além da personalidade irônica da personagem, são fatores divertidos e que entretém o suficiente para querermos seguir adiante. Achei a história e a protagonista mais interessantes de se acompanhar do que Jin e Tsushima, sendo um ótimo estímulo para continuar a aventura. O passado de Atsu também é bastante explorado, incluindo partes em que é possível alternar para a infância da personagem ao apertar um botão.
O tempo passa sem você perceber enquanto explora

Assim como Ghost of Tsushima, Yōtei é uma aventura em mundo aberto com combate, exploração, missões e furtividade. O vasto mundo aberto é denso, com atividades por todos os lados. Há missões de assassinato, diversos minigames e segredos que melhoram suas habilidades ou fornecem itens. É muito satisfatório cavalgar por Ezo, pois você sempre encontra coisas a se fazer indo do ponto A ao ponto B, e tudo é sempre recompensado com itens, equipamentos, upgrades ou outras possibilidades. O denso mundo é liberado desde o começo do jogo e é muito natural de explorar, com as novas mecânicas e habilidades sendo introduzidas de forma intuitiva.
Além disso, há bastante liberdade na exploração, pois a história é relativamente não linear, sendo que apenas o primeiro e último dos seis lordes de Yōtei devem ser derrotados na ordem, com certa liberdade com os outros quatro. Diversas habilidades e armas, várias delas essenciais, podem ser adquiridas em qualquer ordem ou, em alguns casos, apenas ignoradas pelo jogador, caso queira seguir o caminho da história principal. Mas, dado o quão divertida e bem feita é a exploração, creio ser bastante difícil resistir a não explorar bastante entre um lorde e outro, aprimorando as habilidades da personagem no trajeto.
Amplo repertório de combate

O combate, um dos destaques do game anterior, segue sendo excelente por aqui. Em vez de diferentes posturas, como fazia Jin em Tsushima, Atsu utiliza diferentes armas, cada qual com suas vantagens e desvantagens contra determinados tipos de adversários. Também temos itens de arremesso e flechas, além da possibilidade de equipar amuletos e armaduras com diferentes efeitos, além de itens cosméticos. Temos combates contra vários inimigos ao mesmo tempo e os clássicos duelos um contra um contra inimigos poderosos.
Outro destaque é a furtividade, principalmente ao invadir bases ou fazendas inimigas. Atsu vai ganhando mais habilidades para assassinar inimigos indetectada ao longo da jornada, e é algo que se torna natural e prazeroso de se fazer. Mas, se você não gostar de furtividade ou falhar no processo, pode tranquilamente encarar os inimigos de frente, dando liberdade para o jogador abordar as tarefas como preferir.
Também temos outras possibilidades legais ao longo do jogo, como personalização de roupas, diferentes minigames e um uso bastante completo de todas as funcionalidades do controle DualSense, inclusive nas cenas, com a vibração acompanhando a trama. Na jogabilidade, por exemplo, o touchpad é utilizado em minigames, assim como o sensor de movimento, que também é usado para mirar o arco.
Você vai parar para apenas admirar o visual

Artisticamente, Ghost of Yōtei é incrível. As paisagens do primeiro já tiravam o fôlego no PlayStation 4, e aqui tudo está ainda melhor. Os cenários são vastos, com as flores novamente enchendo os olhos, em uma direção de arte impecável. Dessa vez, temos a presença imponente do monte Yōtei (que pode ser escalado!) ao fundo, deixando ainda mais bonito.
O game fornece três modos gráficos: qualidade, desempenho e ray tracing. Este último é facilmente o mais bonito mas, assim como o modo qualidade, o jogo fica limitado a 30 quadros por segundo. Dessa forma, preferi jogar no modo desempenho, com 60 quadros por segundo de forma constante, entregando um visual fantástico de qualquer forma.
Mais uma incrível aventura no Japão antigo
Ghost of Yōtei é um jogo excelente, trazendo qualidade em praticamente todos os quesitos que se propõe, como exploração, gráficos, combate, história e personalização.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro