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Review Killing Floor 3 (Xbox Series X) – Tiros, zeds e muito grind

Killing Floor 3 chega ao Xbox Series X como um vendaval de brutalidade, com um cooperativo frenético e muita sanguinolência. Quem cresceu com Left 4 Dead ou cultivou o amor por horde shooters lá no primeiro Killing Floor vai encontrar motivos para jogar esse aqui. Mas, como toda loucura bem planejada, há armadilhas pelo caminho.

Desenvolvimento: Tripwire Interactive
Distribuição: Tripwire Interactive
Jogadores: 1 (loca) e 1-6 (online)
Gênero: Ação, FPS
Classificação: 18 anos (violência extrema)
Português: interface e legendas
Plataformas: PC, PS5 e Xbox Series X|S
Duração: 5 horas (campanha)/40 horas (100%)

Bem-vindo ao caos

Inimigos surgem em quaisquer lugares do mapa
Essas criaturas infernais saem por qualquer lugar!

O pano de fundo de Killing Floor 3 se passa em um futuro distópico, onde a megacorporação Horzine virou sinônimo de desgraça. O jogo mal dá tempo de respirar: a narrativa fica pendurada em painéis de dados, logs espalhados e uns diálogos aqui e ali, mas não é nisso que a gente se perde. 

No fim das contas, a história funciona como o tempero do churrasco infernal: dá gosto, mas não é o prato principal. A sensação é de estar em um filme B de ficção científica com um orçamento turbinado pela Unreal Engine 5, onde cada laboratório abandonado conta um conto de horror.

O grind que não perdoa

Acostume-se em coletar muitos materiais para fazer upgrades nos seus itens
Uma lista enorme de materiais para colecionar

Quem espera um tutorial estendido vai levar um choque: Killing Floor 3 joga você direto na sarjeta, com ondas de Zeds correndo feito um enxame de abelhas enfurecidas. O núcleo do jogo é o modo sobrevivência, com um cooperativo para até seis jogadores, e a cada rodada você tem um respiro antes de cair de cabeça em um mar de criaturas.

Em vez de evoluir de forma orgânica, Killing Floor 3 obriga o jogador a aturar um grind implacável. Você passa horas matando hordas apenas para chegar a níveis que, em teoria, deveriam ser o ponto de partida. Essa curva de aprendizado nada suave não recompensa jogadores casuais, e transforma partidas esporádicas em sessões de trabalho braçal.

Killing Floor 3 abraça a cultura dos passes de batalha de forma invasiva. Skin de faca, chapéu de palhaço, armadura neon: tudo vendido em camadas, quase exigindo que você abra a carteira para se sentir parte da festa. O foco em cosméticos, oferecendo logo de cara a possibilidade de adquirir até quatro passes de batalha futuros dependendo da sua versão do jogo, soa deslocado quando o gameplay ainda carece de polimento.

O inferno na sua tela

Nenhum lugar está a salvo dos zeds
Corredores escuros e infestados te esperam

Visualmente, Killing Floor 3 ostenta um desfile de gore em alta definição. Membros voando, partículas de sangue flutuando como fogos de artifício macabros e luz volumétrica que pinta sombras assustadoras. Nos mapas, cada centímetro parece ter sido pintado à mão com manchas de ferrugem, cinzas e tripas.

A trilha sonora mistura riffs de metal industrial com sintetizadores cortantes, criando um clima de alarme constante. A cada porta que se escancarava com as criaturas na minha cara e o metal tocando, eu jurava ouvir “ding-dong, o inferno está aqui”.

Ondas sem sabor novo 

terceira pessoa somente enquanto acompanha outro jogador quando você morre
Acostume-se a morrer…

Cinco ondas de inimigos, um chefe e nenhum modo extra: a variedade é tão escassa que você começa a decifrar o padrão de spawn dos Zeds como quem decora uma prova de matemática. Comparado a outros jogos, como Back 4 Blood, que alterna objetivos dentro de níveis e adiciona eventos aleatórios, Killing Floor 3 entrega sempre o mesmo roteiro: abra a porta, mate a horda e aguarde pela próxima onda. É o fast food dos horde shooters: tem um gosto conhecido, mas enjoa rápido.

E não adianta o level design ter túneis secretos ou portas desabando se, no fim, tudo se resume ao mesmo vai e volta de sempre. A sensação de descoberta some depois da terceira partida, deixando no lugar um vazio entediante.

Além disso, clipping de modelos e sons desconectados da ação mostram que o polimento ficou para depois. Zeds atravessam cenários ou somem numa porta, passos ficam imperceptíveis, e o áudio espacial, quando funciona, entrega ecos tão deslocados que deixam você sem saber de onde vem a segunda onda de inimigos.

Conclusão

Killing Floor 3 é um banquete, mas sem um chef que arrume a mesa. Entre quedas de performance, grind excessivo, monetização agressiva e níveis que parecem fotocópias, temos muita frustração e diversão. Se você é fã de shooters com monstros e aceita encarar a parte técnica como “obra em progresso”, pode até encontrar momentos épicos. Mas não espere uma revolução. Aqui, o massacre está preso em mecânicas que gritam por ajustes urgentes.

Cópia de Xbox Series X cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro

Killing Floor 3

6

Nota Final

6.0/10

Prós

  • Co-op tático
  • Ambientes dinâmicos
  • Customização profunda

Contras

  • Grind excessivo
  • Modos limitados
  • Recheado de microtransações