Scarf é um jogo de puzzle e plataforma em 3D que se passa em belos mundos criados por pequenas almas. Sua missão é capturar essas almas e tentar compreender a história do universo, a fim de ajudar seu amigo dragão em forma de lenço. Mas será que o primeiro título do estúdio espanhol Uprising Studios faz o suficiente para se destacar nesse gênero?
Desenvolvimento: Uprising Studios
Distribuição: HandyGames
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, puzzle, plataforma
Classificação: Livre
Português: Legenda e interface
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5
Um universo misterioso
Somos introduzidos ao mundo de Scarf debaixo da água, quando um pequeno ser azul ganha vida e emerge do mar. No instante seguinte, um dragão vermelho nos recepciona e se torna nosso lenço. A partir disso, compreendemos o que está acontecendo: almas estão usando a mãe do dragão-lenço para criar portais, cabendo ao nosso bondoso protagonista auxiliar na busca pela verdade e pelo fim dos mundos alternativos.
Durante nossa jornada, encontramos alguns colecionáveis que acabam sendo essenciais para entender mais da história, sendo eles bonecos, pinturas e o principal: as tintas. São 9 tintas disponíveis entre os 3 mapas, e todas narram um pequeno trecho sobre o universo do game. O jogador deve ficar atento, já que elas estão escondidas pelo mundo, com algumas requerendo a resolução de puzzles para localizá-las. Ah, e caso você, leitor, tenha interesse em jogar Scarf, fica a dica: colete no mínimo 6 tintas, garanto que fará diferença.
O mundo em que o jogo se passa também é bonito, com uma arte que lembra um pouco Journey. Os cenários são lindos e vividos, além das plataformas serem bem integradas ao ambiente. Infelizmente, faltou uma boa trilha sonora para acompanhar o esplendor artístico, visto que o jogo possui músicas apenas em momentos específicos e que não fazem jus a qualidade do game.
Gameplay bem elaborada e acessível
A jogabilidade de Scarf consiste em plataformas e puzzles. Em alguns momentos, utilizamos as plataformas para atingir determinados puzzles, e em outros iremos resolver puzzles para desbloquear novas plataformas. O game faz muito bem o trabalho de instigar o jogador a procurar soluções pelo mapa, que são pequenos mundinhos, mas com um bom tamanho para um título do gênero. Você sempre se pergunta: “o que tem ali?”, e acaba encontrando algo importante para prosseguir.
Durante a jogatina, vamos destravando novas habilidades para o nosso dragão-lenço, sendo elas o salto duplo, cipó, estilingue e planador. Algo que me chamou a atenção é o fato do game fazer um bom uso das 4 habilidades até o fim. Em momento algum dos 3 mapas ficamos sem utilizá-las, o que resulta em puzzles bem elaborados. Vale lembrar que bem elaborado não significa difícil, visto que a dificuldade de Scarf é acessível para todos os públicos.
Problemas técnicos não atrapalham
Num apanhado geral, Scarf não apresentou muitos bugs durante a gameplay. No entanto, um dos problemas mais presentes é o framerate. A versão de Xbox Series S possui quedas constantes em ambientes que envolvem água ou em locais muito abertos, algo um pouco estranho, até pelo jogo não ser tão complexo nem oferecer gráficos surpreendentes para a atual geração. Durante essas quedas, também acontecem alguns cortes no áudio.
O bug mais crucial que presenciei foi na segunda fase, na qual precisei levar uma alavanca encontrada no chão até certo local. Durante o caminho tive que soltar a alavanca, mas quando voltei ela desapareceu. Rondei pelo local em busca do objeto, mas ele realmente sumiu e precisei voltar no último checkpoint, que por sorte não estava distante. Apesar do probleminha, felizmente isso não voltou a acontecer.
Um puzzle game agradável
O veredito final é que Scarf cumpriu bem seu papel. Apesar de não oferecer grandes destaques em comparação a outros jogos do gênero, tudo que ele se propõe a fazer é bem executado e devidamente encaixado durante a gameplay: a linda arte, os puzzles agradáveis e acessíveis a todos, além da simples história contada através de coletáveis. Um ótimo game que agrada desde o jogador casual até ao hardcore que busca dar uma relaxada.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro