Capa do The Wild at Heart

Review The Wild at Heart (Xbox One) – Explorando o bosque profundo

Desenvolvido pela Moonlight Kids, The Wild at Heart agracia os jogadores com um estilo artístico incrivelmente belo, boa trilha sonora e jogabilidade consistente, cheia de mecânicas interessantes, junto a personagens únicos e divertidos. Além de uma história que aborda temas sensíveis, enquanto enfrentamos a escuridão que surge com a cair da noite.

Iremos embarcar em uma aventura cheia de momentos marcantes neste jogo repleto de ação, quebra-cabeças, elementos vistos em vários Metroidvanias, e gerenciamento de recursos e pequenas criaturas.

Desenvolvimento: Moonlight Kids
Distribuição: Humble Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Estratégia
Classificação: Livre
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 12 horas (campanha)/26 horas (100%)

Fugindo de casa

Explorando uma caverna.

The Wilds at Heart começa com nosso pequeno protagonista, um garotinho chamado Wake, arrumando as coisas em sua mochila, reunindo suprimentos e deixando uma carta para seu pai antes de fugir de casa. Wake parece ter passado por momentos difíceis morando sozinho com seu pai, e é possível perceber latas e garrafas de bebidas espalhadas por toda a casa. Isso motiva o garoto a combinar com sua amiga Kirby de fugirem em direção a uma floresta próxima.

Nos equipamos com uma engenhoca construída por nós mesmo, algo que aparenta ser um tipo de aspirador de pó, e então partimos. Porém, acabamos saindo do caminho certo e nos perdendo, acabamos avistando uma pequena e simpática criaturinha. Ao segui-la para um tipo de bosque mágico, damos início a uma aventura cheia de altos e baixos, repleta de momentos memoráveis. Após isso, nos deparamos com uma escuridão sinistra, mas somos salvos por uma figura muito estranha, que revela ser um dos guardiões que luta contra as forças do mal para salvar o Bosque Profundo, e que agora devemos ajudá-lo caso ainda pensemos em voltar ao mundo normal.

A história de The Wilds at Heart gira em torno de resolver esses problemas e dar um fim a esse mal ancestral, e mesmo com uma trama simples, os desenvolvedores conseguem prender a atenção dos jogadores e instigá-los a descobrir um pouco mais sobre aquele mundo mágico.

Mecânicas, upgrades, arte, cenários e trilha sonora

Acampamento espalhado pelo mapa.

Além do nosso poderoso e de confiança aspirador de pó, o Aspirotron, com o qual podemos puxar para perto diversos itens que ficam espalhados pelo mapa e longe do nosso alncace, assoprar pilhas de folhas para conseguirmos encontrar sucata – a moeda do jogo – e conseguir concluir quebra-cabeças, também podemos comandar várias criaturinhas. Esses pequeninos são nossa força de ataque em The Wild at Heart, e podemos arremessá-los nos inimigos para que eles os derrotem.É possível lançá-los em todos os trechos do mapa, seja para carregarem itens, construírem passagens ou derrubarem árvores para servirem como pontes: são pau pra todo obra.

Durante a jornada, conseguimos expandir o número de ajudantes que podemos levar por vez, além de que vários locais necessitam de um número específico deles, o que fará o jogador ir e voltar muitas vezes a locais anteriormente visitados. Fora isso, existem diferentes tipos desses pequeninos, como os que são imunes a veneno ou fogo, por exemplo, e isso faz com que o jogador precise gerenciar quais levar por vez. O equilíbrio e estratégia será a chave para derrotar a escuridão. Caso sejam derrotados, podemos chocar mais a partir de sementes que encontramos pelo cenário, em qualquer um dos acampamentos pelo mapa. Outra possibilidade é a de usar sucata para darmos upgrade em nossos equipamentos, seja no aspirador ou em nossos amiguinhos mágicos.

O cair da noite em The Wild at Heart.

O estilo artístico cartunesco de The Wild at Heart é de encher os olhos. Seus belíssimos e variados cenários são desenhados à mão, e mudam de acordo com o período do dia, oferecendo ao jogador mais perigos e recompensas durante à noite, ou mais segurança com a luz do sol, acompanhados da evolução dos locais conforme avançamos na nossa aventura. Esse é um dos elementos que nos fazem perceber o capricho dos desenvolvedores em sua obra.

Mas, pelo visto, apenas isso não seria bom o suficiente, pois a trilha sonora se destaca com facilidade dada a sua qualidade, com sua tranquilidade convidativa, que nos faz apreciar ainda mais as horas que passamos neste mundo misterioso, transformando tudo em um momento ainda mais divertido e agradável. 

Uma jornada carismática e memorável

Acompanhar a campanha de Wake e Kirby, descobrir suas motivações para fugir de casa, e então os ver descobrir e desvendar um novo universo, é algo extremamente satisfatório. Conhecer e trabalhar com cada um dos excêntricos e únicos guardiões que enfrentam as forças do mal, expandir e melhorar nosso acampamento principal, explorar diferentes locais em horários distintos: tudo isso por algumas boas horas será marcante para cada jogador que der uma chance ao game. The Wild at Heart trata de um tema recorrente de forma mágica e memorável, oferecendo um espetáculo visual e sonoro, fazendo com que seja quase obrigatório experimentar esse incrível indie.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Wild at Heart

9

9.0/10

Prós

  • Arte muito bonita
  • Ótima trilha sonora
  • Jogabilidade consistente
  • Personagens únicos e carismáticos

Contras

  • É muito fácil se perder pelo mapa
  • Revisitar os cenários repetidas vezes