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Review Trails in the Sky 1st Chapter (PS5) – Um clássico refeito

A série Trails tem uma longa história que se conecta por diversos jogos e subséries, que servem como pontos de entrada para esse universo denso. Tudo começou em 2004 com Trails in the Sky, e agora a Nihon Falcom criou um começo perfeito para essa longa jornada com um remake. Trails in the Sky 1st Chapter traz todo o charme do original em uma roupagem moderna, tanto graficamente quanto em sistemas e qualidade de vida.

Desenvolvimento: Nihon Falcom
Distribuição: GungHo Online Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos (conteúdo sexual, linguagem imprópria, violência)
Português: Não
Plataforma: PC, PS5, Switch, Switch 2
Duração: 42 horas (campanha)/50 horas (100%)

Bem vindo ao mundo de Liberl

Acho que o primeiro grande impacto de iniciar o jogo, para quem já é fã, é ver essa história se desenrolar agora em um 3D moderno, com diferentes ângulos de câmera e tudo mais. Este não é um remake com o orçamento de centenas de milhões de dólares, então não vemos aqui gráficos de última geração ou ray tracing. O que não é algo ruim, já que ainda é o melhor tratamento que toda a série já recebeu, com uma ótima direção de arte e bom uso dos cenários e modelos de personagem, embora algumas texturas não estejam nas resoluções mais altas. Além disso, esse é um modelo sustentável de desenvolvimento que nos dá esperança de que a sequência não está tão longe assim de ser lançada.

Bons personagens são constantemente introduzidos na história

Uma das coisas que faziam o original tão bom era seu roteiro sólido e o mundo que parecia vivo, com NPCs reagindo aos eventos e mudando suas falas pela cidade e tudo isso volta nesse remake. Uma novidade são os diálogos com vozes que engrandecem os encontros, ainda que não estejam presentes em todas as cenas, apenas nas mais importantes. A perspectiva de uma protagonista como Estelle chega a ser única para o gênero, e talvez por isso a faça ser um dos personagens mais aclamados pelos fãs da série. O elenco de suporte é bem construído e preenche os estereótipos clássicos de histórias japonesas de uma forma natural. As side quests também são interessantes, deixando até mesmo personagens que só aparecem uma vez bem desenvolvidos.

O encontro do clássico com o moderno

Monstros estão em tempo real no cenário, sem batalhas surpresa

O sistema de combate segue uma evolução que começou com um foco em posicionamento e turnos lá em 2004 e foi para uma versão híbrida, que combina lutas em tempo real e por turnos nos últimos lançamentos. A decisão aqui foi continuar esse fluxo de evolução, que começa e pode ser terminado em tempo real, parecido com RPGs de ação, mas que pode a qualquer momento, sem longas transições, ir para o modo de turnos clássico. Isso facilita bastante, por exemplo, para se livrar de monstros mais fracos que estão no caminho sem necessariamente precisar pausar para entrar no combate por turnos. Ganhar experiência e chegar a outros lugares fica menos tedioso.

Apesar de apreciar bastante esse estilo combinado, acho que a parte de ação poderia ser um pouco mais expandida. Há apenas um ataque fraco, um forte e uma esquiva que pode ser usada para recarregar golpes novamente. Você não tem acesso a arts ou crafts que existem apenas quando há a transição para turnos.

As facilidades do mundo moderno

Batalhas em turno continuam presentes e com muita ênfase em posicionamento

A progressão dos heróis continua a mesma. Temos os mecanismos de orbs que se encaixam em slots, que podem ser expandidos para comportar mais “arts” que podem ser melhoradas com cristais deixados por monstros ou coletados durante a exploração dos mapas. Além disso, temos os “crafts”, que são golpes que usam uma barra de ação que sobe de acordo com os turnos. Subir níveis não é tão difícil ou trabalhoso, fazendo com que seja desnecessário dedicar tempo demais a isso.

Os sistemas de customização e progresso não são muito complexos mas são customizáveis

A dificuldade do jogo foi ajustada, havendo opções de reiniciar o combate após uma derrota, normalmente ou em um nível mais fácil, deixando-o assim mais alinhado com as expectativas dos jogadores modernos. Isso não significa que o jogo seja fácil: alguns chefes têm uma dificuldade elevada e batalhas contra vários inimigos ainda podem ser cruéis sem uma boa estratégia. A implementação do auto-save ajuda bastante aqueles que não passaram pelo trauma de perder horas de progresso por terem esquecido de salvar antes de uma batalha difícil.

Um novo ponto de partida

Trails in the Sky 1st Chapter é um remake extremamente fiel ao original e isso é bastante positivo, mas também pode decepcionar quem esperava novidades além do conteúdo já oferecido pelo original. Para quem jogou há muito tempo, é uma ótima forma de revisitar a série e relembrar os momentos marcantes de uma forma diferente. Para quem está querendo entender por que esse RPG é tão brilhante, é um excelente ponto de entrada. Agora, estou esperando que a trilogia seja refeita o mais rápido possível.

Revisão: Júlio Pinheiro

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Trails in the Sky 1st Chapter

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • História e personagens incríveis
  • Sistema de batalha competente
  • Boas soluções de qualidade de vida

Contras

  • Sistema de batalha ativo poderia ser melhor
  • Nenhum conteúdo além do jogo original