Produzido pela Vanillaware e distribuído pela Sega em parceria com a Atlus, Unicorn Overlord é um aceno aos jogos estratégicos dos anos 1990. O RPG tem um toque de modernidade que faz com ele seja um verdadeiro marco para o gênero, acertando a em quase tudo o que se propõe.
Desenvolvimento: Vanillaware
Distribuição: Sega, Atlus
Jogadores: 1 (Local)
Gênero: Estratégia, RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 43 horas (campanha)/100% (66 horas)
O cavaleiro do Unicórnio
A história de Unicorn Overlord nos mostra o poderoso General Valmore tomando, literalmente, o mundo todo, criando assim o Império de Zenoiran. Isso obriga que nosso protagonista, o jovem príncipe Alain, fuja imediatamente com seu cavaleiro mais fiel, Josef.
E lá eles passam cerca de 10 anos, até que um navio inimigo é avistado, obrigando o agora quase adulto príncipe retornar para o continente e buscar a paz para seu povo. Contudo, no meio do caminho descobrimos que o General tem um desejo ainda mais obscuro de se tornar o grande governante do mundo, cabendo ao príncipe Alain e seus muitos soldados pôr um fim em suas ambições.
A forma como a história se desenvolve é extremamente excelente. Tudo acontece em um ritmo muito bom, o qual não é muito rápido nem muito devagar, o que nos deixa ainda mais curiosos para saber mais sobre os próximos acontecimentos.
Além disso, há uma enxurrada de missões extras para fazer, que não só trazem muitos itens extras mas também nos dão mais conhecimento sobre os reinados e o seu povo – além do passado dos nossos soldados. E falando nisso, é possível recrutar uma miríade de personagens, e também fazer determinadas escolhas que podem, ou não, trazer novos soldados à equipe.
Um conto
Os gráficos de Unicorn Overlord são magníficos. A arte usada na história e principalmente no combate é totalmente fora de série, sendo possível ficar admirando as muitas ambientações vistas no game. O melhor de tudo são as tropas, que se movimentam nos mesmos lugares em quem andamos livremente, mudando para uma cena “genérica” quando assistimos os golpes acontecerem.
Preciso exaltar também o time de pessoas responsáveis pela excelente trilha sonora do game. As canções combinam perfeitamente com todas as cenas, o que nos faz imergir ainda mais naquele universo. A dublagem dos personagens em inglês também ficou muito boa; porém, o único pecado é não ter legendas em português, o que fará com que boa parte dos jogadores brasileiros não possa apreciar essa maravilhosa obra.
Espadas, magick e tudo mais
Agora, vamos ao principal aspecto do jogo: o combate. O grande barato de Unicorn Overlord é que nós não controlamos efetivamente os personagens durante a luta. Ficamos responsáveis por montar pequenos times de até 6 membros e aí eles lutam automaticamente contra os inimigos que chegarem ao seu alcance.
Além disso, podemos tornar o combate ainda mais estratégico. Por exemplo, se temos uma unidade que cura, podemos dar um comando que cura uma unidade toda vez que seus pontos de vida estiverem abaixo da metade. O mesmo vale para o ataque, já que podemos dar prioridade para aqueles que estão com menos vida, e assim ganhar uma morte mais rápida.
Eles podem ser convocados para os confrontos no momento em que quisermos, e aí é só pausar e dar seu comando. As unidades podem ir para a batalha ou buscar algum item perdido no mapa. Podemos também retirar as unidades da luta e convocá-los em outro ponto, bastando apenas que ele seja dominado.
As lutas possuem 3 resultados possíveis: vitória, derrota e empate. Na vitória, se a unidade estiver andando no mapa, nós empurramos o inimigo para trás e ele fica um tempo sem poder agir (caso não seja destruído); na derrota, somos nós que ficamos com esse ônus; no empate, tudo fica igual. O ideal é sempre usar as unidades que tenham vantagem sobre determinadas classes, como, por exemplo, um arqueiro contra uma unidade voadora, ou então um mago contra uma unidade de defesa pesada, sempre seguindo essa lógica.
Os muitos personagens recrutáveis são de classes extremamente diversas. Há guerreiros, caçadores, ladrões, magos, escudeiros, xamãs, e muitas outras. Com o desenrolar da aventura, podemos até fazê-los subir de classe. Para isso, é preciso subir, e muito, os pontos de reconhecimento do time liderado pelo príncipe Alain.
Por fim, o sistema de combate de Unicorn Overlord é extremamente divertido. As lutas principais trazem mapas bem grandes e desafiadores, enquanto as lutas extras são mais simples e curtas. Além disso, poder andar pelo mapa, coletar itens e descobrir segredos é muito satisfatório.
Extremamente necessário
O mundo dos JRPGs estratégicos estava meio carentes de grandes títulos. Para sanar essa falta, o pessoal da Vanillaware produziu o ótimo Unicorn Overlord, que é um dos grandes acertos no gênero nos últimos anos. O jogo tem absolutamente tudo o que os fãs do gênero podiam esperar. Há diversas classes e personagens para conhecer, além de suas histórias pessoais, que são exploradas em diversos momentos. Tudo é muito rico e cheio de coisas para ver e fazer. Acredito que esse game pode se tornar um grande pináculo para os próximos títulos que vão ser lançados no futuro – e que sejam muitos.
Cópia de Xbox Series X fornecida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Unicord Overlord
Prós
- Mundo cheio de coisas para explorar
- Desenvolvimento da história
- Combate extremamente divertido
- Missões extras que agregam ao enredo
Contras
- Falta de legendas em português
