Wavetale (Switch)

Review Wavetale (Switch) – Desbravando mares e lutando contra monstros

Publicado e desenvolvido pela Thunderful Games, uma empresa sueca que vem crescendo na Europa também, Wavetale te coloca na pele de Sigrid, uma garota corajosa e destemida que enfrenta monstros pelo mar aberto para proteger o arquipélago onde mora. 

A Thunderful já participou de alguns outros projetos, dando apoio ou colocando seus jogos no mercado com um certo sucesso. Também já contribui para a franquia The Little Big Planet e tem alguns títulos como Fe e SteamWorld. Inclusive, a empresa é uma junção das antigas Image & Form e Zoink.

Desenvolvimento: Thunderful Games
Distribuição: Thunderful Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PS4, Switch, Xbox Series X/S, Xbox One, PC
Duração: 4.5 horas (campanha)/6 horas (100%)

O farol, a neblina e o mar

Sigrid, sua avó Doris e o Sr. Baine

Sigrid vive com sua rabugenta mas carismática avó, em uma pequena ilha. Elas operam o farol desse lugar, coletando faíscas para o manter funcionando. Existe uma neblina muito densa e perigosa que cerca não só a ilha mas todo o arquipélago, na verdade, o farol é o único capaz de dissipá-la.

Além disso, os moradores ainda têm de lidar com monstros, vindos justamente da densa neblina, os Dirty Paws.Eles são uma espécie de sombras mecânicas, que vem do mar para atacar a todos. 

A aventura de Sigrid começa quando sua pequena ilha é atacada e ela precisa restaurar a energia do farol, e derrotar os inimigos para salvar seus vizinhos e sua avó. Mas ela não está sozinha, e as ondas do mar não trouxeram apenas inimigos, mas também uma aliada: uma sombra mistériosa que atua submersa nas águas, dando a Sigrid a habilidade de nadar e andar sobre as águas.

Sigrid acordando após o ataque dos Dirty Paws

Sua missão se torna viajar por todo o arquipélago e salvar as pessoas que foram pegas pelos Dirty Paws, além de restaurar a energia das ilhas para que o farol tenha um alcance cada vez maior para dissipar a neblina. Porém Sigrid busca mais que apenas salvar seu povo, pois ela também está em sua própria jornada para descobrir mais sobre sua mãe. Nossa protagonista é bem carismática, mas nada supera sua avó, a velha mais rabugenta que um jogo já viu e que, contudo, é uma das melhores personagens aqui. 

É inevitável não rir com os diálogos entre as duas, ou  também quando a avó de Sigrid interage com outros personagens durante a aventura. Ela não tem medo de dar broncas em quem quer que seja. 

O enredo te leva muito bem durante toda a aventura, por ser leve, divertido e cativante. Ainda mais pelo fato dos próprios personagens contribuírem muito com a fluidez da história. É bem fácil se ver entretido com Wavetale desde o início. 

Viajando pelo mar

Atauqe de um Dirty Paw

Com uma jogabilidade simples mas competente, usando comandos fáceis de se acostumar, em pouco tempo se tem o domínio total de todos os movimentos de Sigrid, já que não ganhamos habilidades novas. Isso não quer dizer que seja uma coisa ruim, pois mesmo com comandos fixos desde o começo, a jogabilidade é tão fluida e gostosinha que o fato de não haver novos movimentos não faz a menor falta. 

Com uma boa mistura de ação, aventura e plataforma, somado ainda a um pouco de exploração, é fácil se perder descobrindo o vasto mar e ajudando os moradores do arquipélago em missões secundárias, além de se concentrar nas principais.

Sigrid anda sempre com seu caderninho, no qual ela faz anotações pelo mapa, de lugares já explorados e de todos que encontrou. E também ali é onde ficam marcadas as missões principais e secundárias. Podemos marcar e desmarcar as missões para facilitar nossa busca, fazendo assim aparecer menos pontos de interesse pelo mapa, para não nos confundir. 

É possível ainda encontrar um comerciante, um amigo de Sigrid e de sua avó que lhe vende roupas e acessórios. Graças a isso, é possível mudar constantemente o visual de nossa protagonista, que é algo muito interessante.

Para se guiar pelo mar, existe uma bússola na parte superior da tela. Ela serve para te levar a seus destinos, sejam esses missões principais ou secundárias. Isso funciona bem, porém a cor dela se mistura com a do céu e, em certos momentos, fica bem difícil de enxergar, dificultando saber se está indo pro lugar certo. 

Loja de roupas

Infelizmente o jogo não tem só esse problema, mas ele conta ainda com uma câmera péssima em alguns momentos. Ela costuma se mexer junto com o personagem quando este se movimenta. Geralmente, isso ocorre quando se está em terra firme e lugares pequenos.  

A câmera costuma focar também em lugares onde Sigrid pode usar sua rede para se pendurar. Novamente há um bug com a câmera que faz com que ela fixe nesse ponto e você não consiga ver nada ao redor. É preciso se afastar até conseguir se desvincular do foco da câmera para que volte ao normal. E o pior disso tudo é que, se você for um sortudo, é bem capaz dela começar a girar loucamente mesmo com Sigrid parada, quase lhe causando uma labirintite. 

Fora a câmera, ainda existem problemas com o carregamento do cenário, que em certas partes vão aparecendo conforme você se aproxima. O personagem não toca o chão, e dá pra ver nitidamente ele flutuando enquanto anda, que as sombras e texturas se misturam em determinados ocasiões com o cenário e fica difícil saber o quê é o que. Principalmente nos limites das áreas e de tempos em tempos enquanto explora o mar, em que acontecem algumas engasgadas. É oisa rápida, mas bem visível. 

Presenciei até mesmo um bug que impediu meu progresso. Em um determinado momento o jogo travou em uma missão. Concluí o objetivo, mas o local para qual eu precisava ir simplesmente não abria. Precisei reiniciar o jogo para que a missão resetasse e eu conseguisse passar. Infelizmente, tudo isso prejudica a boa jogabilidade que Wavetale possui. Chega a ser frustrante alguns desses problemas e algumas vezes até quebram o ritmo de jogo. 

Arte simples, mas competente

Sigrid

Com gráficos simples, bonitos e competentes pra sua proposta, Wavetale encanta com sua arte cartunesca. Os melhores detalhes estão no mar, em como deslizamos pela água, ao pular e, principalmente, ao mergulhar. Até mesmo os peixes aparecem para lhe acompanhar. 

Um detalhe muito interessante é a expressão facial dos personagens, que parece desenhado à parte, separado de seus modelos 3D. Graças a isso suas emoções ficam bem mais expressivas, e eles se tornam mais carismáticos e com ainda mais vida. 

Mas infelizmente há um ponto negativo pois, em certos momentos das cutscenes, quando a câmera foca nos personagens, se for de muito perto, o rosto acaba ficando todo borrado, como se ele estivesse em baixa resolução e todo o resto em HD. 

A trilha sonora é suave em grande parte dos momentos, mas se intensifica nas horas de perigoso e tensão. Como a maior parte do tempo estamos explorando o mar, a música nos leva tranquilamente pelas águas. 

A luz do farol 

Sim! Wavetale conta com alguns muitos probleminhas bobos, mas são coisas que uma atualização pode facilmente corrigir – e espero que isso ocorra. Ainda assim, este é um bom título a se apreciar, principalmente se você gosta de ação, aventura, personagens cativantes, e uma história bacana. Fora o fator exploração que também é bem utilizado por aqui. 

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Wavetale

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • História cativante
  • Personagens carismáticos
  • Jogabilidade simples e fácil

Contras

  • Bugs de câmera
  • Baixa resolução para a expressão facial em zoom
  • Bugs que atrapalham o ritmo de jogo