Wild Hearts S traz o game de caçada para o Switch 2 em um port competente do game que, ainda que obviamente inspirado na série Monster Hunter, traz seus próprios ingredientes para a mistura.
Desenvolvimento: Omega Force
Distribuição: Koei Tecmo
Jogadores: 1 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos (violência, drogas lícitas)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS5, Switch 2, Xbox Series S|X
Duração: 39.5 horas (campanha)/133 horas (100%)
Temos Monster Hunter em casa

A forma mais simples de descrever Wild Hearts é dizer que esse é o Monster Hunter da Koei Tecmo, o que resume bem. Ainda que a empresa já tenha se aventurado no estilo com os games da série Toukiden, o time da Omega Force resolveu criar uma nova franquia, tendo liberdade então para desenvolver um novo mundo e ambientação. Wild Hearts se passa em um mundo bastante inspirado no Japão feudal, incluindo vários termos e elementos da cultura nipônica. A estrutura do game é a básica do gênero: cace monstros gigantes, melhore seus equipamentos, cace monstros maiores, repita.
Felizmente, o game não se limita a ser mais um clone de Monster Hunter, introduzindo sua própria personalidade. No quesito das armas, temos oito, entre armas óbvias como espadas gigantes e arcos e algumas diferentes, como o guarda-chuva. O estilo de jogo e a forma de abordar os combates variam bastante com a arma escolhida, pois elas podem ser lentas, rápidas, atacar de longe, possuir ou não mecanismos de defesa, entre outras propriedades.
Armas relativamente simples, mas é compensado

No entanto, ainda que diferentes, achei as armas no geral bastante simples, não existindo muitas ações possíveis para cada uma. Temos dois botões de face para atacar (geralmente) e alguma ação auxiliar no gatilho direito. Isso é uma faca de dois gumes: ainda que não exista tanta profundidade, é mais fácil trocar de arma quando quiser dar uma variada na jogabilidade, pois não é necessário tanto comprometimento para se aprofundar e masterizar o combate com cada uma. Armas e armaduras são forjados e melhorados usando recursos encontrados nos mapas e, principalmente, talhados ao vencer as criaturas a serem caçadas, aqui chamadas de kemono.
A principal adição do game ao gênero é a mecânica chamada de karakuri, que consiste em construir estruturas diversas pelos mapas, com os mais diversos fins, desde elementos básicos até alguns inusitados e criativos. Há, por exemplo, estruturas de assistência de campo (barracas e fogueiras), estruturas de movimento (planadores e tirolesas) e algumas com usos diversos, como caixas e tochas.
Relativamente simples, mas bem feito

Os karakuri consomem recursos que você libera ao longo do mapa e são construídos usando “linhas”, um item que você coleta no mapa ou atacando inimigos. É uma mecânica interessante e bastante diversa, mas que leva algum tempo para se acostumar com as possibilidades – além de, claro, ser difícil pensar rápido quando um monstro gigante está correndo em sua direção, ainda mais que temos dezenas de opções de construção.
No geral, para quem está acostumado com a franquia Monster Hunter, eu diria que o jogo é uma versão simplificada dela. Não me considero um especialista na franquia da Capcom, mas passei boas dezenas de horas nos últimos três títulos principais. Dessa forma, me adaptei rápido a Wild Hearts, que também conta com muitos sistemas e mecânicas interligadas. Não podemos esperar a complexidade e refino de Monster Hunter, uma série que vem sendo construída há duas décadas, mas, em geral, Wild Hearts se mostra competente no que entrega.
Algumas melhorias, mas poderiam ir além

O modo online também é semelhante à série da Capcom, com até quatro jogadores podendo participar das caçadas (a versão original contava com apenas três). O modo funciona bem e não tive problemas para encontrar jogadores ao longo das minhas partidas no Switch 2, geralmente asiáticos. No entanto, ao contrário do lançamento original, a versão de Switch 2 não conta com crossplay com as demais plataformas, o que limita a quantidade de jogadores possíveis. Uma vantagem é que, como dessa vez o título não é publicado pela Electronic Arts, não é necessário uma conta da EA para jogar online – provavelmente, é pela mesma razão que não temos crossplay.
Infelizmente, o game não usa nenhuma funcionalidade dos Joy-Con 2. Mirar com o mouse ou mesmo com o sensor de movimento seria ótimo para a jogabilidade, especialmente ao usar o arco, a arma que acabei adotando como minha principal. O GameShare seria bem adequado para um jogo desse estilo, mas também não está disponível.
Os gráficos de Wild Hearts S não são os de um título AAA, mas a direção de arte é bem interessante. O mundo fictício, baseado na cultura e natureza japonesas, é bastante colorido e diversificado, entregando bonitas paisagens. Além dos monstros principais, há criaturas pequenas e muita vegetação. Os desenvolvedores descreveram os monstros como uma mistura de animais e elementos da natureza, o que é possível ver em seu visual. A história é qualquer coisa, como costumo achar em jogos do gênero: basicamente um pretexto para pegar sua arma e sair atrás das criaturas gigantes.
Prepare sua arma e parta para a caça
Wild Hearts S não é apenas um substituto para quem não pode jogar o último Monster Hunter, sendo em si um bom jogo de caçadas. O indico para fãs do gênero ou mesmo para quem queira um bom jogo de ação com combates frenéticos.
Cópia de Switch 2 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro