Wildfire capa

Review Wildfire (Switch) – União perfeita entre plataforma, puzzle e arcade

Uma moça, após tentarem queimá-la viva por ser considerada uma bruxa em seu vilarejo destruído por guardas, recebe um poder cedido pelo fogo. Agora, a protagonista, utilizando sua nova habilidade de invocar chamas próximas para perto de suas mãos, busca pela redenção de seu povo que foi capturado. Este é Wildfire, um jogo sobre usar elementos ao seu favor, queimar tudo pela frente, criar vinhas, bolhas d’água e esgueirar-se pelo escuro.

Desenvolvimento: Sneaky Bastards
Distribuição: Humble Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Arcade, Plataforma, Ação
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, Xbox One e PS4
Duração: 6.5 horas (campanha)/16.5 horas (100%)

Quase um Avatar, the Last Airbender

Domine o fogo

Wildfire segue uma estrutura de games arcade, dividindo-se em fases com início, meio e fim, com alguns checkpoints pelo caminho para não precisar voltar ao início após uma derrota. Seu objetivo principal é chegar ao final de cada cenário, através dos meios que você achar melhor. Seu melhor amigo será o fogo, capaz de ser arremessado de suas mãos, alastrando-se por vinhas, barris, caixotes e arbustos bastante inflamáveis. 

Apesar dessa relação conjunta do personagem principal ser o elemento fogo, a protagonista pode se queimar se ficar muito tempo em meio às chamas. Caso isso aconteça, é necessário pular na água mais próxima para abaixar sua temperatura corporal, a fim de evitar uma morte, pois o fogo elimina seus corações de vida aos poucos. Porém, o fogo também serve para assustar inimigos e fazê-los correr desesperadamente, deixando seu personagem completamente de lado para que eles apaguem as chamas de seus corpos. Aliado a isso temos o elemento furtividade, necessário quase todo o tempo e mais ainda caso você seja o tipo de jogador que deseja fazer 100% dos objetivos primários e secundários.

Varios desafios em cada fase

Cada fase oferece tarefas paralelas para serem completadas, como permanecer escondido e indetectável, além de cumprir um certo tempo estipulado para o término do cenário. Alguns outros objetivos existentes também são desafiadores, como “não matar nenhum inimigo”, o que muitas das vezes acaba sendo complicado já que você é quase obrigado a se defender contra ataques. Com estas tarefas paralelas cumpridas, somos recompensados com pontos de melhorias, que servem para realizar upgrades na habilidade principal que gira em torno do fogo, além de outras melhorias relacionadas às jogabilidade de forma geral. A mesma coisa serve para prisioneiros de seu vilarejo que precisam ser resgatados em certas fases, recompensando-nos com mais pontos de melhorias.

Existem tipos de cenários variados por aqui, todos muito diferentes um do outro, seja no sentido de jogabilidade ou apenas visual. A maioria das fases são compostas por cavernas e cenários rochosos, com bastante grama alta para se esconder ou então vinhas para serem escaladas. Já em outros momentos, visitamos locais cheios de neve, sendo possível derreter todo o gelo caso passemos próximos demais a ele com uma bola de fogo nas mãos. Além disso, também há ambientes mais escuros, em que é possível tirar vantagem das partes mais sombrias do cenário para se esconder de inimigos ou passar sorrateiramente.

Melhorias e “dobradura” de outros elementos

Jogabilidade incrível

Os upgrades podem ser feitos a cada visita ao mapa seletor de fases, o que acontece entre o final e o começo de um cenário e outro. Ao longo do jogo, desbloqueamos outros elementos que farão parte da jogabilidade, como a água e a terra. A primeira serve para extinguir chamas de si mesmo ou de NPCs que precisam ser resgatados; enquanto a terra permite que o jogador crie arbustos no chão ou vinhas nas paredes para que sejam escaladas.

Ao aprimorar cada um destes elementos com pontos de melhorias, algumas modificações são recebidas. A melhor delas, provavelmente, é a capacidade de transformar o fogo em fumaça, adquirindo, assim, praticamente uma nova forma de atordoar inimigos. Podemos lançar bolas de fumaça neles, fazendo que estes fiquem com seu nível de oxigênio baixo até o ponto de desmaiá-los. Já as vinhas podem ser estendidas em seu comprimento, criando locais de escalada mais acessíveis.

Além disso, temos os Meteor Shards, itens equipáveis que podem ser coletados durante as fases. Estes Meteor Shards possuem efeitos diversos que podem até mesmo influenciar na jogabilidade. Um belo exemplo é tornar seus passos menos sonoros, evitando chamar a atenção dos inimigos próximos. Já outro é ser capaz de adquirir uma bola de fogo utilizando-se da fonte mais próxima sem ser detectado pelas ameaças.

Multiplayer decente e dificuldade na medida

Wildfire arrasa!

Existe também um modo cooperativo para até duas pessoas. Porém, é necessário que ambos os jogadores permaneçam juntos no campo de visão da câmera. Caso contrário, o jogador número dois acaba se tornando apenas um ícone fora da tela. 

A jogabilidade se mantém a mesma, basicamente duplicando o personagem do primeiro jogador sem influenciar tanto assim. O diferencial que é adicionado fica por conta da possibilidade de levantar o jogador desmaiado pelo inimigo.

Algumas opções para incrementar a dificuldade também são possíveis de serem ativadas, como a morte em apenas um ataque. Porém, por si só Wildfire já é desafiador, caso você seja alguém do tipo complecionista. Certamente, completar uma fase sem ser detectado ou fazer uso de qualquer recurso de loading serão tarefas bem exigentes, até mesmo para o mais hardcore dos jogadores.

Uma excelente ideia muito bem executada

Wildfire consegue unir várias mecânicas de plataforma, puzzle e arcade em um só jogo, fazendo isso de forma tão bem feita que é difícil comparar com qualquer outra coisa no mercado. A descoberta dos elementos existentes apenas nos instiga cada vez mais a desvendar o que está por vir, além de criar uma vontade de testar todas as formas de finalizar a fase da melhor e mais rápida forma possível.

Apesar do cooperativo ser bem fraco, ele claramente funciona só como um complemento para dizer que está ali. Não é exatamente um defeito, mas talvez dividir a câmera de forma dinâmica quando os jogadores se afastam teria tornado essa opção extra mais proveitosa. Por fim, a grande variedade de fases e diversidade na jogabilidade consegue compensar qualquer erro menor ou bobo que Wildfire acaba cometendo. Realmente, trata-se de uma obra-prima.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Wildfire

10

Nota final

10.0/10

Prós

  • Mecânicas bem aplicadas
  • Melhorias/upgrades modificam a jogabilidade
  • É divertido fazer testes
  • Fazer 100% é um desafio prazeroso
  • Jogabilidade diversificada

Contras

  • Amantes de enredo irão sentir-se desamparados
  • Multiplayer tapa-buraco