O ano é 2023 e, tanto a Microsoft quanto a Sony, anunciaram que não mais farão jogos com versões para Xbox One e Playstation 4, respectivamente. Essa oitava geração de videogames foi marcada como uma das eras em que as desenvolvedoras demoraram para conseguir mostrar o poder dos consoles. Contudo, quando começaram a aparecer jogos poderosos, eles mostraram para que vieram e foi quando recebemos grandes títulos em um estado técnico e artístico impecáveis. Muitos deles tiveram o resultado merecido, mas no meio de tanta oferta boa, tivemos aqueles que foram subestimados, ou não conseguiram ter um lugar ao sol, mesmo sendo competentes no que traziam. Vamos abordar esses games na coluna de hoje.
Mad Max
Em 2015 chegava aos consoles um game do Mad Max, aproveitando o hype do novo filme da franquia que havia saído alguns meses antes naquele mesmo ano. Como nos cinemas aquela trama pós-apocalíptica havia sido muito bem elogiada, o cenário faria com que o público gamer abraçasse sua versão para os videogames. Contudo, o jogo foi lançado próximo de Metal Gear V e seu boca a boca não foi dos mais entusiasmados entre a comunidade gamer.
O game tinha um vasto mundo aberto, mas que era vazio e não tinha uma história interessante em sua gameplay. Mas, na verdade, a história era tão rasa que parecia mais um pano de fundo para explorar aquele deserto australiano, do que ter uma linha narrativa que se importava em contar uma trama.
Contudo, o jogo tinha sim seus pontos positivos; como exploração para conseguir colecionáveis, a ótima dirigibilidade dos carros, e no combate corporal era excelente em adaptar movimentos e combos claramente influenciados pela série Arkham, do Batman. No fim, o game agradava mais aos jogadores que se importam em explorar e limpar todo aquele mundo do que os que esperavam algo a mais do que isso. Mesmo assim, Mad Max não merecia cair no esquecimento tão rápido como foi, talvez uma janela de lançamento melhor tivesse mudado esse cenário.
Sunset Overdrive
Em novembro de 2014, menos de um ano após o lançamento do Xbox One, o console da Microsoft recebia com exclusividade Sunset Overdrive, produzido pela Insomniac. No game, acontecia um surto depois das pessoas se transformarem em monstros após ingerirem um tipo de refrigerante.
E seu personagem era um jovem comum que precisava sobreviver nesse mundo, sempre se movimentando fazendo parkour ao mesmo tempo que fazia ótimas piadas. Além de ganhar habilidades, upar armas divertidas para lidar com os monstros, sempre com uma dinâmica onde o jogo nunca perdia o ritmo ou entrava em repetição.
Infelizmente, o título não teve uma boa repercussão devido a controvérsias estratégias de marketing com o Xbox One, o que acabou minando, por um bom tempo, tudo o que era exclusivo do console da Microsoft. Se um videogame não vende bem, quem dirá seus exclusivos. E pelo jeito será difícil haver uma continuação já que a Insomniac, que foi comprada pela Playstation, virou queridinha com os sucessos dos jogos do Homem-Aranha e outros. Também não podemos esquecer de citar que até hoje não houve port do título para o console da Playstation, deixando Sunset Overdrive como apenas um jogo de começo de geração de um videogame não muito bem sucedido – e ele é muito maior que isso.
The Evil Within 2
Outro jogo que não ganhou o seu devido espaço foi a segunda aventura Survival horror do protagonista Sebastian que havia sobrevivido naquela loucura – desculpe o trocadilho – do sanatório do primeiro título. O game tinha direção de Shinji Mikami, o criador de Resident Evil, e em sua continuação assinou como produtor.
Quase tudo foi melhorado em comparação ao game anterior, já que ele trazia referências demais aos jogos anteriores do Mikami, cobrindo um pouco a sua identidade, e neste havia algo mais autoral. As evoluções foram além de você conseguir se conectar com o drama de Sebastian, até a questão de termos um mundo semi aberto onde há missões secundárias para cumprir, sem perder aquele clima assustador que todo bom game de Survival Horror deve ter – e essa combinação tinha tudo para dar errado. Uma das causas que podem ter contribuído com a baixa repercussão possa ser sua fraca campanha de lançamento ou as críticas mistas do primeiro game que recaiam nesse com olhares desconfiados.
Quantum Break
Quantum Break foi outro game do Xbox que foi muito injustiçado em sua época de lançamento. Nele, controlamos um jovem que foi convidado para testemunhar um experimento científico – uma máquina do tempo – em uma universidade a convite de um amigo.
Contudo, o experimento dá muito errado e assim se inicia a trama com várias reviravoltas e um combate frenético onde mexemos em alguns segundo com o tempo no meio dos confrontos dando uma dinâmica no gameplay que não tinha nada igual na época.Quantum Break não é um jogo isento de erros, mas a forma que ele foi ignorado ao ponto que até hoje o Xbox não ter lançado nenhuma nova propriedade intelectual triple A à altura desde então é para se pensar.
Ele tinha até boas ideias como, por exemplo, misturar computação gráfica com atores reais, em uma espécie de seriado. Foi uma ideia ousada e parecia ser o caminho natural das coisas do entretenimento. Entretanto, você parar sua jogatina por 20 min para assistir ao seriado não parece ser interessante para alguém que só quer jogar videogame, nada além disso.
Days gone
Nesta lista temos um exclusivo de Playstation que tinha tudo para ser um lançamento estrondoso para o lado azul da força, mas saiu em uma época que estávamos saturados de games envolvendo zumbis. Além disso, ele veio cheio de bugs que atrapalhavam demais a jogatina – coisa que era incomum vindo de um exclusivo da Sony. E assim o mundo gamer recebia Days Gone, um jogo que não estava pronto e lançado em um momento errado.
O game onde tinha um vasto mundo aberto, em que podíamos usar motos para se deslocar no mapa enfrentando hordas de zumbis em um pacote que incluía gráficos estonteantes era uma aposta com muito potencial. Contudo, a impressão que ficou após seu lançamento quebrado, é que ele lembrava muito os games da Naughty Dog, como Uncharted e The Last Of Us, mesmo que na prática não tivesse nada a ver com esses títulos.
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Revisão: Ailton.