Pelo nome já dá pra saber o tema abordado no jogo. Um tema que bem ou mal está sempre sendo alvo das mídias. E, convenhamos, o tema de vampiros é realmente bem interessante quando corretamente abordado. Vampire’s Fall: Origins vai mais além e mistura também o medieval e o sobrenatural com a temática dos famosos vampiros.
A princípio, o game foi desenvolvido e lançado para Android e IOS, saindo posteriormente para os PCs e, por fim, chegando aos consoles! Felizmente para o lançamento no PC e consoles, o game ganhou melhorias em suas texturas e áudios.
Desenvolvimento: Early Morning Studios
Distribuição: Early Morning Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos
Português: Interface e legendas
Plataforma: Xbox One, PC, Switch, Android e iOS
Duração: 20.5 horas (100)
Um pouco de Diablo e magias num mundo medieval de turnos
Ao iniciarmos o jogo podemos customizar nosso personagem e escolher de qual família ele fará parte. Cada família te proporciona algum tipo de atributo melhorado, como ouro, itens, experiência, esquiva, e influenciará diretamente nas suas habilidades futuras no jogo. Ou deveria ser algo assim, pois sinceramente a mudança de jogabilidade, ou seja, a estratégia a ser usada com cada família quase não muda. Sinceramente, se não fosse pelos atributos não faria a mínima diferença a linhagem escolhida.
A visão de nosso personagem e do mapa é de modo superior, lembrando muito Diablo, Champions Norrath e Baldur’s Gate. Já a jogabilidade se diferencia desses jogos, pois não se trata de um action RPG e sim um RPG de turnos.
Turnos estes bem interessantes, pois a cada três deles temos um Turno de Combo, onde você pode executar mais de uma ação, desde que tenha Foco suficiente para isso. Os golpes de armas são diferentes dos que usamos nos turnos comuns e todos eles consomem uma quantia de Foco. Podemos combiná-los com outras magias e ataques de instinto para causar um dano massivo ao inimigo. O Foco neste jogo é como a mana que costumamos ver em jogos comuns do gênero RPG.
Porém, diferente da maioria dos jogos do gênero, nós recuperamos o Foco a cada turno jogado, mesmo gastando uma porção a cada turno que seja, sempre adquirindo um pouco de novo no próximo e mais ainda no Turno de Combo.
Os inimigos também não aparecem no mapa, nós os encontramos aleatoriamente ao ir andando e explorando os locais, lembrando muitos RPGs antigos, da época do Super Nintendo e PlayStation 1. O único problema é que as batalhas demoram demais a acontecerem, e às vezes você percorre longas distâncias no mapa até encontrar um inimigo. Ao menos, muitas das vezes a demora é compensada pela boa quantia de ouro e experiências ganhas. Mas formar XP e ouro é trabalhoso e arrastado demais, pelo fato da demora do aparecimento dos inimigos.
Também não enfrentamos inimigos de acordo com o nível que vamos subindo e sim por região. Indo na contramão de algo comumente visto nos RPGs, pois aqui inimigos mais fortes vão aparecendo conforme desvendamos novas regiões e avançamos na história.
Durante as batalhas só é possível causar e sofrer alguns status, os quais podem ser permanentes, ou durar apenas alguns turnos. Magias costumam durar poucos turnos e, então, depois os status negativos ou positivos voltam ao normal. Ainda sim, existem magias que são exceções e podem diminuir sua vida ou foco permanentemente até o fim da batalha. O mesmo vale para os ataques de instinto que podem ou não ser permanentes. Uma diferença interessante entre as magias e os ataques de instinto é que, no caso deles, existem ainda a possibilidade de alguns status serem cumulativos, como quando diminuímos a resistência do oponente, por exemplo, e dá para o enfraquecer cada vez mais a cada turno sem problema algum.
Outro fato interessante das batalhas é que os inimigos possuem fraquezas, e golpes eficazes causam maiores danos. Assim como nos antigos Final Fantasy, onde tínhamos de atacar os inimigos com diferentes tipos de golpes para descobrir qual seria mais eficaz contra eles.
No caso de Vampire’s Fall: Origins, além das magias elementais temos ainda os danos de armas que podem ser eficazes. Cada arma usada pode ser de uma categoria de dano, como corte, contusão e perfuração, e cada inimigo é fraco contra algum em específico.
Infelizmente existe pouca variedade de inimigos para enfrentarmos em todo o mapa, o qual possui um tamanho razoável. Muitas vezes inimigos trocam de nomes e cores, mas ainda sim são os mesmos vistos em diferentes regiões do mapa. Claro que em certas regiões existem sim monstros específicos, mas isso é raridade.
Fora os inimigos comuns podemos enfrentar feras colossais, seja indo até seus habitats marcados no mapa ou elas aparecendo aleatoriamente pelo mapa. Como estas feras aparecem desde o começo do jogo, sempre que entramos em um confronto com elas temos a opção de uma fuga 100% garantida. Nada mais justo, já que são inimigos extremamente poderosos.
O problema é quando o jogo “buga” e por algum motivo começam a aparecer inimigos extremamente fortes do nada e você não consegue mais avançar. Eu precisei reiniciar quando isso aconteceu, pois ficou impossível dar continuidade, já que cada encontro que deveria ser aleatório com inimigos de força próximo ao meu, devido à região em que estava, acabou virando um massacre contra meu pobre personagem.
Podemos fabricar alguns itens, como pedras para forja e poções que servem para curar a vida, viajar entre cidades e atrair mais inimigos ao percorrermos o mapa. Essa última eu não diria que funciona tão bem assim. Cada fabricação demanda um tempo real para ficar pronta, que pode variar de 2 a 40 minutos dependendo do que for fabricar.
Infelizmente nem toda missão fica marcada para nós no mapa, onde em algumas delas recebemos instruções de seguir em alguma direção e então procurar um lugar que deva estar por ali. Isso acaba sendo bem chato, pelo fato de você ficar zanzando pelo mapa sem saber o que realmente está procurando ou se está no lugar certo. Ao desvendar o mapa é possível notar que ele dá várias “engasgadas” para poder ser carregado enquanto você avança. Mas, em compensação,há apenas os loadings das batalhas e mais nada.
Algo muito triste deste jogo é o fato de você ser completamente dependente do dinheiro para conseguir melhores equipamentos. É impossível encontrar algum item realmente útil a sua evolução no jogo derrotando inimigos. Felizmente os itens não precisam de níveis para serem liberados, então desde que possua o dinheiro para pagar por eles você pode ter quaisquer um. E, acredite em mim, sem itens bons você não avança, já que é praticamente impossível.
Outro ponto infelizmente negativo é a nossa evolução ao passar de nível, não que seja algo difícil ou demorado – na verdade não é -, mas você quase não vê uma evolução significativa entre os níveis que passa.
Mesmo tendo árvores de habilidades que aumentam nossa vida, Foco, força, defesa e afins, como melhoramento de magias e habilidades de instinto, quase não parece que algo realmente melhorou. É preciso muitos níveis para notar alguma diferença. Essa diferença é pior ainda se não tivermos um equipamento bom, pois só nosso nível não nos sustenta nesse jogo, sendo exatamente o contrário.
Boa apresentação, má execução
Somos colocados na pele de um novo recruta no minúsculo exército da vila em que vivemos. O reino está sendo atacado por um terrível Witchmaster – algo como um bruxo ou feiticeiro – que espalha o terror por onde passa.
Infelizmente nossa vila é atacada por este mesmo Witchmaster, e somos obrigados a lutar contra ele. Obviamente somos massacrados assim como nossa vila, mas por algum motivo acabamos sobrevivendo. Misteriosamente, voltamos dos mortos já transformados em um vampiro, e passamos a buscar por vingança e respostas.
É uma premissa bem comum e clichê até. Nenhum problema nisso se fosse realmente bem escrita e interessante, o que não é o caso do enredo desse jogo. A gente se vê preso em uma história confusa, sem grandes explicações de quase nada e que não acaba se tornando interessante.
As missões secundárias, são mais pedidos aleatórios, mais do que qualquer complemento realmente interessante à história. Se não fosse pelo bom montante de ouro e de experiência que ganhamos nessas missões sem sentido, nem mesmo valeriam a pena. O desenrolar da história também é bem lento que acaba por te desanimar um pouco.
Boa música e design agradável
Ao menos, Vampire’s Fall: Origins proporciona uma boa trilha sonora, principalmente estando nas vilas e cidades. A música do menu do jogo também devo dizer que é sensacional. Empolga logo na abertura, e é uma pena não poder dizer o mesmo da história. O único porém é que não há música enquanto vagamos pelo mapa, ficando apenas com sons ambientes como passos, grunhidos de animais e o cantar dos pássaros.
Os gráficos do jogo são bem simples, mas nem por isso decepcionam. O mapa é bem desenhado e dá interpretar basicamente tudo. O jogo possui uma temática um pouco mais sombria, obviamente por conta de seu tema, mas nem por isso é mal feito. As cidades e vilas tem casas bem desenhadas ao estilo que o jogo propõe. Acho que somente as pessoas têm um design ou detalhes um pouco inferiores ao dos lugares e inimigos. O maior destaque fica com o cenário das batalhas, pois são os mais bem desenhados de todo o jogo.No fim, Vampire’s Fall: Origins é até um RPG interessante de ser jogado, mas que acaba enjoando rápido e tem uma história pouco cativante.
Esta review foi feita com uma cópia de Xbox One cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming
Vampire's Fall: Origins
Prós
- Turno de Combo
- Música boa
Contras
- História fraca
- Bons itens exigem muito ouro
- Pouca evolução ao passar de nível
- O jogo se torna monótono
