Quando o novo projeto de Yuji Naka e Naoto Oshima foi anunciado, muitas pessoas ficaram animadas e ansiosas pela sua chegada, pois estamos falando dos criadores de Sonic The Hedgehog retornando com um jogo de plataforma num mundo mágico e misterioso.
Após o lançamento da demonstração de Balan Wonderworld, diversos problemas foram relatados e parecia que algo não estava indo tão bem, mas eles receberam feedbacks e informaram que diversas correções estariam disponíveis na versão oficial. Agora, com o lançamento feito, podemos ver se essas melhorias foram suficientes para endereçar as críticas negativas.
Desenvolvimento: Balan Company
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch, PS5, Xbox Series S/X
Duração: Sem registros
Apresentando o mundo fantástico de Balan
Balan Wonderworld começa escolhendo o seu personagem Leo Craig ou Emma Cole, que, por uma razão desconhecida, estão tristes. Eles são atraídos para uma estranha mansão onde encontram o personagem que leva o nome do título: Balan. Ele então faz uma apresentação no palco de seu teatro e transporta o protagonista a um mundo mágico onde diversas histórias serão contadas.
Apesar de parecer um enredo interessante, Balan Wonderworld te dá o mínimo de informações possíveis durante todo o jogo e deixa diversas lacunas sobre o que está acontecendo. Novas pessoas surgem durante o progresso, mas não é contado seu nome, o que está havendo com ela ou por que ela está naquele mundo. Uma pena, pois as animações e cenas que tentam narrar algo são bem feitas. No geral, a história acaba sendo uma grande bagunça. Você já não sabe mais o motivo pelo qual as coisas estão acontecendo, quem são as pessoas dessa história ou qual a finalidade de fazer todas as tarefas que você está realizando.
Plataforma, mas com limitações
Balan Wonderworld segue um padrão em toda sua duração: escolher um dos mundos (capítulos), coletar estátuas de Balan espalhadas pelo cenário, passar as duas fases e derrotar um chefe no final. Ao atingir o número necessário de estátuas coletadas, Balan aparecerá para dar uma volta de trem ao redor da ilha principal e novas fases serão liberadas dentro dela.
As fases possuem uma temática específica que são padrões de jogos antigos de plataforma, como uma fazenda, o fundo do mar, uma floresta e outros. O jogador controla Leo ou Emma que pode apenas se movimentar e utilizar apenas uma única ação, mapeada para todos os botões do controle. Esse botão fará alguma ação de acordo com o traje que está vestido, coletando-os durante a fase para atravessar os obstáculos.
A ideia dos trajes é interessante, porém, mal executada, pois há roupas que simplesmente anulam sua capacidade de pular (em um jogo de plataforma) e você só pode carregar três trajes. Caso pegue mais um ao já possuir os três, o último sairá do atalho e o coletado será o atual. Há checkpoints durante as fases que você poderá abrir a tenda para realocar seus trajes já coletados anteriormente.
Por algum motivo, é necessário segurar o botão de ação dentro do ponto de retorno para que a tenda se forme na sua frente, o que não faz muito sentido e não é tão prático. Além disso, há trajes com ações muito semelhantes ou que se anulam entre si, então não é incomum você encontrar um deles que tenha uma função melhor que seu anterior para exercer a mesma atividade, ou vários trajes que flutuam de formas diferentes por alguns segundos.
Tarefas extras
Com bastante similaridade com Sonic, obviamente aqui também temos algo equivalente a um “Chao Garden”, minigame do Sonic Adventure. A ilha principal, onde você seleciona a fase que deseja jogar, possui criaturas fofas chamadas Tim e você pode alimentá-las com os cristais coloridos coletados dentro das fases, jogando os cristais nos canteiros de mesmas cor – você jogará cristais rosa em um canteiro de flores rosa, por exemplo.
Os Tim são normalmente encontrados ainda dentro de um ovo durante as fases percorridas, bastando apenas coletá-los que automaticamente serão teleportados para a ilha principal. Lá, você precisa colidir com os ovinhos até quebrar, nascendo assim um minúsculo bichinho já pedindo loucamente um pouco de comida.
Ao alimentá-los, as simpáticas criaturinhas ficarão maiores e o contador no centro da ilha irá gerar uma torre, fazendo crescê-la conforme as metas de cristais são atingidas. Até aqui, infelizmente, temos algo que é bem chato, pois o contador muitas vezes cresce em passos extremamente lentos por depender dos Tim girarem uma roda próxima ao contador, e não há muita explicação do que você receberá ao obter o número máximo de cristais pedidos.
O encanto era passageiro
Para não dizer que Balan Wonderworld possui apenas erros, a trilha sonora é bem divertida e realmente traz uma temática bastante fantasiosa e mágica como era nos jogos antigamente. Além disso, as animações são bem feitas e a identidade visual lembra muito a mesma de Nights Into Dream, jogo que Yuji Naka e Naoto Oshima também participaram na época do Sega Saturn.
Fora isso, nada mais em Balan Wonderworld traz um ar cativante ou incentiva o jogador a continuar sua aventura, criando diversas vezes aquela sensação de não querer prosseguir e fazer qualquer outra atividade. Balan Wonderworld não tem controles tão responsivos como deveria ser em um jogo de plataforma, e mostra, com isso, um dos diversos erros grotescos de game design cometidos que o torna uma experiência bastante frustrante e sem graça.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong