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Review‌ ‌The‌ ‌Forgotten‌ ‌City‌ ‌(PS5)‌ ‌-‌ ‌Mistérios‌ ‌e‌ ‌descobertas‌ ‌na‌ ‌medida‌ ‌certa‌ ‌

The Forgotten City é um título intrigante. Sua ambientação histórica é acurada, seus personagens misteriosos e sua trama envolvente, à medida que os diálogos vão se desenrolando.

Desenvolvimento: Modern Storyteller
Distribuição: Dear Villagers
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC e Switch
Duração: 4 horas (Campanha)/7 horas (100%)

A Cidade Esquecida

Vista da Cidade Esquecida

O jogador assume o papel de um protagonista cujo objetivo inicial é investigar as ruínas de uma civilização antiga dentro de uma caverna e descobrir o paradeiro de outro aventureiro que ali estava. Ao chegar próximo a um local sagrado, o personagem é transportado para 2000 anos no passado através de um portal. Ao sair dele, percebe estar no mesmo local, mas agora com uma cidade escondida no subterrâneo para ser explorada e diversos personagens com os quais dialogar.

Dentro da “Cidade Esquecida”, uma lei paira sobre seus cidadãos: aquele que cometer qualquer tipo de pecado dentro da cidade, fará com que uma punição coletiva seja aplicada, e todos os residentes ali serão transformados em estátuas de ouro. “Muitos sofrerão pelos pecados de um”. A cidade não possui saída, estando todos seus cidadãos presos ali para sempre. Além disso, há a suspeita de que um membro da sociedade está prestes a quebrar a chamada “Golden Rule” (Regra Dourada). E é aqui se encontra o grande mistério e objetivo principal de The Forgotten City: descobrir quem possui a intenção de pecar e quebrar a Regra Dourada.

Para resolver o mistério ao seu redor, o jogador deve explorar a cidade, conversar com seus diversos residentes e conhecer suas histórias que os levaram até ali. À medida que os diálogos ocorrem e as histórias vão sendo reveladas, percebemos que há um mistério ainda maior por trás da Regra.

São nos diálogos e nas tramas pessoais de cada cidadão que The Forgotten City aborda de forma leve, mas competente, temas como moralidade individual e coletiva, política e divisão social. Cada um possui motivos plausíveis para quebrar a Regra Dourada e enfrentam conflitos interiores críveis. Pessoas questionam a si mesmos, seus superiores e sua existência dentro daquela sociedade, limitada por algo que, para alguns, é apenas um mito inventado para mantê-los sob controle.

Loop temporal em uma qualidade visual surpreendente

Vista panorâmica da Cidade Esquecida

Explorar a Cidade Esquecida e conversar com os NPCs desbloqueia novos objetivos para concluir. Muitos deles possuem influência direta na trama principal e podem conduzir e gerar oportunidades de se obter um dos quatro finais possíveis.

É possível utilizar um loop temporal e voltar no tempo. Essa mecânica permite reiniciar a aventura enquanto mantém o conhecimento adquirido da história e dos personagens. Desta forma, é oferecida a chance de descobrir novos diálogos, alterar eventos, prevenir ações e antecipar acontecimentos de acordo com o que já foi vivido, o que abre novos objetivos e permite a conclusão de certas tarefas. Os desdobramentos são vários e podem ser explorados de acordo com a curiosidade da pessoa que está jogando.

Diálogo com Horatius

A ambientação é maravilhosa, com arquitetura italiana e grega presente nos ambientes visitados. Embora seja um espaço de exploração deveras pequeno, o título consegue diferenciar bem suas áreas graças a uma grande riqueza de detalhes. Há diversos elementos nos cenários que podem ser inspecionados, muitos deles contando com informações históricas e curiosidades.

Os personagens são bem modelados e possuem grande qualidade visual, embora algumas expressões faciais possam parecer esquisitas.

Um jogo que será “8 ou 80”

The Forgotten City conduz a trama principal de maneira competente ao sempre propor novas pistas para a solução dos mistérios que cercam o protagonista e sua presença naquele local. É um título, no entanto, enfatizado na leitura e na escuta de diálogos, sendo estes muitas vezes bastante expositivos. A exploração também é um dos grandes focos, e os pequenos momentos de “ação” são bastante comedidos e, sendo bem sincero, não fariam a menor falta se não estivessem presentes. Desta forma, rotular o jogo como “ame ou odeie” não é impossível.

Não agradar a gregos e troianos é comum em qualquer mídia. E esta não é, e nem deveria ser, a intenção de qualquer videogame. The Forgotten City é sim, claro, um título mais de nicho. E, para aqueles que são curiosos, gostam de boas tramas, mistérios e revelações interessantes, ele é um prato cheio e uma ótima pedida.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Forgotten City

9

nota final

9.0/10

Prós

  • Qualidade visual dos ambientes impecável
  • Trama interessante e mistérios instigantes
  • Sistema de loop que amplia possibilidades da história, diálogos e exploração

Contras

  • Pequenas quedas na taxa de quadros por segundo em alguns momentos
  • Travamentos leves causados por carregamento quando se troca de áreas