Residual é um game de sobrevivência em que um explorador caí com sua nave em um planeta desconhecido, sendo este gerado proceduralmente. Então, o navegante perdido precisa explorar e catalogar suas descobertas para conseguir consertar sua nave e, por sorte, ele não está sozinho. O robô especialistas em desastres o acompanha para informar os ocorridos naquele planeta e as formas de solucionar os problemas. A viagem não é tão longa, mas acaba sendo difícil pelos limites impostos na sobrevivência.
Desenvolvimento: Orangepixel
Distribuição: Apogee Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Aventura, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Switch
Duração: Sem registros
Recursos e outras parafernálias
A primeira obrigação em Residual – e em qualquer jogo de sobrevivência – é a coleta de recursos para que não passemos necessidades. Conforme mais matéria-prima é coletada, mais fácil se torna a vida do sobrevivente. Grande parte dos materiais necessários é coletado e analisado pelo personagem escolhido, este que varia entre homem, mulher e não-binário. Por outro lado, materiais mais específicos como minerais são apenas coletados com aparelhos prontamente criados dentro da nave destruída.
As parafernálias criadas possuem uma necessidade muito específica: os nanorobôs. Essas belezinhas são bem limitadas, mas podem ser construídas com peças da nave encontradas nos destroços dela ou com Deutério. Não há um limite do quanto é possível carregar, pois a mochila é basicamente um baú gigante. Porém, o grande problema é que, tanto a criação quanto a mochila, são um modelo único. Elas possuem o mesmo hub, não possuindo uma distinção entre materiais e objetos a serem criados, tornando tudo bem confuso.
Sobrevivendo com pouco

Em Residual, as necessidades do sobrevivente não são muito diferentes de qualquer ser humano comum. Há uma barra de vida e uma de energia. Para encher qualquer uma das duas é preciso encontrar suprimentos pelo planeta como frutas e animais, contudo, dormir também é uma opção – só não é a melhor. Digo isso, pois recuperar toda energia dormindo demora minutos na vida real. Caso tenha pego todos os alimentos na superfície do planeta, essa será sua única opção.
Outro detalhe bem limitado são os abrigos e outras criações comuns em jogos de sobrevivência. Por exemplo, não há como fazer abrigos para descansar em pontos distintos e nem uma plantação para sempre ter alimento. Muitas vezes, quando materiais importantes para construção ou alimentos acabam, é necessário esperar o dia “virar” para que, talvez, sejam restabelecidos. Portanto, é importante racionar bem para não ficar sem energia.

O maior algoz dessas limitações é o save, que, no caso, não existe. Residual funciona sempre no modo permadeath. Morreu? Volta do zero! O pior disso é que não é como um Roguelike, pois você não mantém nada e todo o planeta é feito do zero também. Logo, nem mesmo suas descobertas vão estar no mesmo lugar, sendo este o maior divertimento de todo o game.
Aliens e suas bugigangas

Como de costume em planetas desconhecidos, os alienígenas fazem parte da experiência. Residual não apresenta vida inteligente, mas apenas algumas plantas e animais um pouco perigosos, porém, nada de muito preocupante. Entretanto, grande parte da tecnologia existente no planeta foi deixada em seu subsolo, e ela será muito importante para o reparo da nave.
Para alcançar tais tecnologias no subsolo não há uma maneira simples, como utilizar uma picareta. Alguns puzzles pouco engenhosos fazem parte dessa exploração, como construir uma bateria e colocá-la no lugar correto. No entanto, nem sempre é tão fácil assim, pois há locais que só podem ser alcançados destruindo paredes ou solos, e não existe uma forma clara de como fazer isso.

Ao passar por estes obstáculos, a descoberta nem sempre é recompensadora. Algumas bugigangas alienígenas são tão monótonas quanto um graveto, enquanto outras conseguem entreter, mas raramente facilitam a experiência em si. Exemplos de tecnologias marcantes são o planador e o capacete de mergulho. O primeiro apareceu em um planeta em que pular não era o suficiente para explorar, por outro lado, o outro foi descoberto em um planeta sem água.
Curto e complicado
Residual é um algo bem simples e curto, mas que pelas limitações no sistema de criação e exploração complica demasiadamente a jogabilidade. Em um primeiro momento, o estilo 2D lembra um pouco Terraria, mas não proporciona os mesmo nível nos dois aspectos citados. O maior ponto de interesse são as tecnologias encontradas ao explorar o subsolo do planeta, mas elas também falham e nem sempre condizem com as necessidades ou facilitam a vida do sobrevivente. Portanto, Residual é um jogo de sobrevivência recomendado apenas para aqueles fanáticos pelo gênero, diferente disso, pequeno será o aproveitamento.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong