Ghostrunner Capa

Review Ghostrunner (PS5) – Freneticamente frustrante

Quando falamos de jogos difíceis, facilmente vem à cabeça games como Celeste, Battletoads ou Dark Souls. Lançado originalmente em outubro do ano passado para os consoles da antiga geração e PC, Ghostrunner — o mais novo membro da lista de jogos absurdamente difíceis — recebeu um tratamento especial para os consoles da nova geração, trazendo visuais belíssimos e performance arrasadora, pra você se cansar de tanto morrer.

Desenvolvimento: One More Level
Distribuição: 505 Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Plataforma
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: 6 horas (campanha)/12 horas (100%)

Um ciborgue e sua katana

Controle um ciborgue pelos corredores de um mundo surreal.

Em um universo distópico e futurista, Ghostrunner te coloca na pele de um ciborgue, meio homem e meio máquina, sem memória, que acorda em um ambiente hostil, cuja única forma de ataque é uma katana. À medida que avança, o protagonista descobre que é um Ghostrunner, um super soldado criado para matar de forma rápida e eficiente, que foi brutalmente assassinado pelo chamado Keymaster.

Com ajuda de uma Inteligência Artificial chamada O Arquiteto, Ghostrunner precisa escalar a imensa torre Dharma, combatendo diversos inimigos, enquanto desvenda os mistérios do seu passado e busca se vingar de sua morte.

Combate frenético e dificuldade extrema

Fique de olho nos projéteis dos inimigos.

O personagem é muito rápido e ágil, com a capacidade de utilizar manobras de parkour para superar os obstáculos. Por isso, seus movimentos precisam ser friamente calculados para evitar quedas ou esbarrar nos projéteis dos inimigos.

Assim como seus oponentes, Ghostrunner possui uma única vida. Portanto, aprender a desviar será fundamental para sobreviver. Você poderá escalar, correr pelas paredes e se pendurar em ganchos para superar cada nível.

Com o auxílio de um superdash, nosso herói entrará em modo slowmotion, como se parasse o tempo por microssegundos, o que vai te ajudar a desviar de balas e ataques ofensivos. Lembre-se que qualquer erro, por menor que seja, irá custar a sua vida.

Olhos de águia e dedos de guepardo

Resolva enigmas e encontre o caminho.

A precisão será fundamental para avançar nos níveis do jogo. Assim como acontece em jogos de 1 hit kill como Celeste, prepare-se para horas e horas de morte e repetição pelos cenários. E, como se desviar de precipícios e projéteis não fosse o suficiente, você ainda precisará encontrar portas, acionar interruptores, coletar itens e descobrir o caminho para chegar ao destino final de cada fase.

Com apenas milésimos de segundos para pensar no seu próximo passo, finalizar Ghostrunner não será tarefa fácil. Dificilmente você irá passar entre um checkpoint e outro sem antes decorar o movimento de cada inimigo do ambiente. Os mapas possuem diversos caminhos, mas a sensação de estar perdido estará presente por todos os corredores do jogo.

A cada nível superado, novas habilidades podem ser aprendidas pelo protagonista, o que poderá facilitar um pouco as coisas. Mas não se anime muito, pois a dificuldade só aumenta conforme você avança. Porém, Ghostrunner é curto e sua duração vai depender de quantas vezes você morrerá em cada nível. É possível até colocar na tela um contador de mortes por fase.

Desempenho arrasador

O que já era bom, está ainda melhor nos consoles de nova geração.

Ghostrunner é um game que depende de velocidade e agilidade. Isso combina perfeitamente com o que os consoles da nova geração têm a oferecer. Imagine um loading a cada morte? Graças à velocidade do SSD do PS5 e com um modo desempenho para monitores de até 120 Hz, a experiência, embora bastante desafiadora e frustrante, é bem fluida e dinâmica. Os comandos são muito responsivos e ainda é possível escolher jogar com ou sem ray tracing.

Sinceramente, a diferença entre os modos são praticamente imperceptíveis, até mesmo no modo de alta performance, e não há como notar melhorias em monitores com frequências menores a 120 Hz. Mesmo assim, essas melhorias são muito bem-vindas para algo que depende tanto de sua precisão e persistência.

E, se mesmo assim você não se adaptar, existe um modo especial de ajuda, que te dá uma vida extra e faz com que os inimigos se movimentem mais devagar. Ainda assim, prepare-se para um jogo bastante desafiador, que renderá horas e horas de esforço e repetição.

Correr não será o suficiente

Ghostrunner encanta por seu mundo cyberpunk muito bem detalhado, com som e iluminação impecáveis. A performance na nova geração é fenomenal, mas infelizmente não é um produto para todo mundo. Se você procura algo mais casual, mesmo com a opção de ajuda, aconselho a ficar longe.

A ausência de outras opções de acessibilidade pode afastar ainda mais alguns jogadores que não se dão bem com esse tipo de jogo. Vale citar que em Celeste existe um modo acessível que ajuda a superar os obstáculos, evitando a morte. Tudo bem que a proposta de Ghostrunner é ser realmente desafiador, mas acaba ficando limitado a um nicho pequeno de jogadores.

Com uma história curta e pouco cativante, Ghostrunner mantém seu foco em correr por sua vida e planejar a melhor estratégia para superar obstáculos e aniquilar seus inimigos com um único golpe. O visual futurista é estiloso e funciona muito bem em monitores e TVs de alta definição. Se quiser arriscar, tenha bastante paciência e estude cada movimento dos seus inimigos. O final será recompensador.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores.

Revisão: Jason Ming Hong

Ghostrunner

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • Visuais bem detalhados
  • Combate fluido e dinâmico

Contras

  • Poucas opções de acessibilidade
  • História curta e pouco envolvente
  • Mapas confusos