Após ser convencido pela irmã, Jess decide embarcar em uma jornada de autoconhecimento e espiritualidade em um retiro que está acontecendo no meio do nada. O lugar se chama Ilha da Glória, onde um grupo de pessoas se reúne liderado por um cara chamado Tyler, que age como uma espécie de guru de toda a vila. Na noite seguinte, após um canto dar errado devido à irmã de Jess (Kim) ter um surto no meio do processo, uma estranha criatura aparece ao fundo, e Kim foge estranhamente zangada e Jess desmaia. Assim, Jess precisa ir atrás de sua irmã e descobrir o que está acontecendo.
Desenvolvimento: Prime Matter
Distribuição: Brass Token
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Terror
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, PC, PS4, Xbox One
Duração: 6 horas (campanha)/8 horas (100%)
Inspiração tirada diretamente de Silent Hill
The Chant gira em torno de um ser estranho chamado Gloom, através do qual muitas criaturas horrendas diferentes ganham vida e assombram Jess. Nosso arsenal é composto por armas não letais, feitas de elementos naturais como galhos, folhagens e ervas. Podemos criar diferentes tipos de armas, cada uma com um efeito distinto nos inimigos. No entanto, eu diria que, às vezes, algumas ervas são muito escassas para o meu gosto.
As armas mais fáceis de fabricar, por exemplo, são super eficazes contra enxames de moscas, enquanto os galhos em chamas causam danos ridículos a inimigos maiores. O sistema de combate faz bom uso de ataques leves e fortes (este último segurando o botão de ataque pressionado), além de um comando de esquiva e um ataque de empurrão que é usado quando você fica sem armas artesanais – causa apenas um pouco de dano.
Além dos ataques principais, podemos usar as diferentes habilidades adquiridas de Jess pressionando LB e escolhendo uma delas. Existe um poder que pode empurrar os inimigos para trás e causar dano ao mesmo tempo enquanto consome uma barra específica no HUD; enquanto outro pode desacelerar qualquer monstro por alguns segundos; e também há um que pode levantar espinhos do chão ao redor de Jess. Essas habilidades usam sua energia espiritual, que pode ser reabastecida usando um tipo especial de planta.
Além disso, inimigos estão espalhados por toda a ilha e vêm em diferentes “sabores”. Existem alguns que serão menos resistentes a um determinado tipo de arma, então você terá que coletar material espalhado para fabricar esses objetos para poder derrotar os inimigos com mais facilidade.
Survival horror de qualidade
O jogo é uma mistura entre Silent Hill e muitos outros títulos de survival horror, que é o meu estilo favorito quando se trata do gênero de terror. Não suporto games cujo objetivo principal seja fugir dos inimigos e me esconder em um armário ou algo do tipo para evitar contato direto – como Outlast. Prefiro vê-los cara a cara e arrebentá-los com um velho cano de ferro – Silent Hill feelings -, até que qualquer sopro de vida deixe seus corpos.
Além disso, The Chant incentiva o jogador a explorar a área ao redor, assim, mais material pode ser encontrado e coletado. No mais, há muito backtracking (ida-e-volta) a ser feito, então você se verá passando por algumas áreas repetidamente, enquanto novas coisas podem aparecer, tornando tudo novo e renovado ao longo da jornada. Além de que alguns locais são liberados após conseguirmos uma fonte de luz, já que Jess possui medo do escuro.
Finalmente, as lutas contra chefes são brilhantes e até que difíceis, especialmente se você não tiver a arma necessária para derrotá-los. Isso me trouxe alguns problemas no começo, pois eu não conseguia lutar contra os ataques dos inimigos sem uma arma que os enfraquecia. Levei um tempo para descobrir – ou lembrar – que o ataque de empurrão também causa dano (apesar de pouco), algo que eu poderia ter lembrado por meio de uma mensagem na interface do usuário após algumas tentativas fracassadas. Nesse quesito, o jogo não é muito inteligente e abre brechas para que erremos continuamente.
Um ótimo exemplo de como fazer um bom jogo de terror
Posso ser tendencioso, mas esse jogo fala diretamente ao meu coração. Este é o tipo de jogo que procuro há anos, desde que sou um grande fã das séries Silent Hill e Resident Evil. Além disso, The Chant é um ótimo exemplo de que, embora títulos independentes se inspirem descaradamente em jogos AAA já conhecidos, são eles que estão dispostos a se arriscar no mundo dos games e experimentar coisas novas, mas com um toque especial de familiaridade. The Chant domina a ideia de como um título de survival horror deve ser, mesmo que peque em termos de escassez de materiais de criação.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores