Após o remake do primeiro jogo da franquia, Front Mission 2: Remake traz agora para o Switch o segundo jogo principal da série de RPGs táticos da Square Enix, pela primeira vez fora do Japão. Apesar de não ser perfeito, este lançamento é uma boa atualização para os tempos modernos desse jogo quase esquecido no primeiro PlayStation.
Desenvolvimento: Storm Trident
Distribuição: Forever Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch
Duração: Sem registros
Guerras no futuro com robôs
Front Mission 2: Remake segue a linha básica de todos os jogos principais da franquia. Trata-se de um RPG de estratégia por turnos onde cada personagem controla o seu wanzer – basicamente, robôs gigantes. Situado no futuro (este, mais precisamente em 2102), em uma Terra com uma nova ordem geopolítica, os enredos da série versam sempre sobre política, golpes de estado, militarismo e guerras. O espaço aqui é pequeno para detalhar a história, que pode inclusive ser um pouco enfadonha e cheia de clichês de filmes de guerra e diálogos de qualidade duvidosa, mas está lá para quem interessar.
O ciclo do jogo envolve basicamente passar por um estágio, seguido por um intervalo em que se pode atualizar seus wanzers e então ir para a próxima luta. Nesse interlúdio, além da história avançar, também podemos conversar com pessoas, lutar no coliseu ou acessar a “rede”, uma espécie de internet recorrente na franquia, onde podemos ler notícias que aprofundam o enredo, fazer compras, saber mais sobre os personagens, entre outras coisas.
Estratégia é necessário para a vitória
Mas, claro, o principal do jogo são as lutas. Seguindo o padrão da série, em cada batalha de FM2 temos nosso grupo de wanzers, um conjunto de adversários e algum objetivo para vencer a batalha (geralmente, destruir todos os wanzers inimigos), além de ações que podem causar a derrota do jogador, como deixar reféns morrerem. Os wanzers são compostos de 4 peças: braços, tronco e pernas. Cada braço/ombro pode segurar até duas armas, que não podem mais ser usadas se o braço for destruído. Se as pernas forem destruídas, o wanzer passa a poder se movimentar apenas uma casa por turno e, se o corpo for destruído, o robô é eliminado.
A variedade de armas é grande: metralhadoras, fuzis, espingardas, vários tipos de mísseis, bazucas, armas brancas, entre outras. Todas têm diferentes propriedades, e montar um time versátil é importante para a vitória, além de divertido: uma das melhores partes dos Front Mission é fazer os upgrades em suas máquinas entre as lutas e testar seu novo poder na missão seguinte. É possível equipar itens nos wanzers, inclusive de reparo de peças, que são essenciais para concluir as missões. Falando nisso, é válido notar que a dificuldade de FM2R pode ser bastante exagerada e frustrante em alguns momentos, desde a primeira missão.
Um remake esperado e merecido
Chegando pela primeira vez para o ocidente, o jogo está disponível em vários idiomas, incluindo português (europeu). A trilha sonora, que considero sempre ótima na série, foi remixada em uma maior qualidade, e é possível alternar entre a trilha original e a do remake a qualquer momento.
No geral, o remake faz um bom trabalho em atualizar o game, mas não ousa muito. É um ótimo jogo, porém não é uma produção de altíssimo orçamento, então não espere por gráficos fantásticos e outras funcionalidades fora de série. O que mais me incomoda é a falta de alguns elementos de qualidade de vida – que inclusive existem nos próprios jogos originais após o 2, como FM3 (PS1) e FM4 (PS2).
Porém, um remake que podia ser melhor
O mapa de visão geral do jogo é ruim. Para vermos o status de nossas unidades ou dos inimigos, é necessário entrar em menus chatos e por vezes você não pode utilizar uma determinada arma e não tem como saber por que. O jogo não informa qual o objetivo de vitória e as condições de derrota de cada missão, a câmera podia ser melhor, entre outros pequenos problemas. São coisas que logo você se adapta e consegue aproveitar o jogo, mas certamente seriam bem-vindas e até mesmo esperadas de um jogo de 2023.
Outro incômodo é que o game não ensina a jogar durante a história – para aprender, é preciso ler tudo no menu tutorial. Assim, você vai provavelmente ler todos os conceitos e regras ao mesmo tempo, o que naturalmente torna sua absorção difícil. Por fim, ao menos nesse momento, o remake possui muitos bugs diversos: por vezes a música não muda, a tela pode travar, há problemas nas animações, entre outros pequenos detalhes. Nada que chegue a quebrar o jogo, mas incomoda. De qualquer forma, essas falhas devem ser consertadas por patches futuros, como um recente que resolveu alguns problemas.
E que venham os próximos
Seguindo o remake do primeiro jogo, Front Mission 2: Remake felizmente traz mais um bom RPG tático para uma nova geração, ainda que com alguns problemas. De qualquer forma, é um bom jogo e desde já ficamos no aguardo do já confirmado remake de Front Mission 3.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro