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Review Thirsty Suitors (Xbox Series S) – Uma jornada de reconciliação em meio a conceitos rasos

Me impressionei quando joguei a demo de Thirsty Suitors alguns meses atrás. Suas cores vibrantes, sua estética, a maluquice dos personagens, os conceitos empregados na gameplay, tudo parecia incrível, sendo o suficiente para entrar na minha lista de desejos. Agora que o lançamento aconteceu, posso dizer com propriedade: tudo o que eu esperava está no game, mas talvez ele não tivesse necessidade de empregar tantos conceitos ao mesmo tempo.

Desenvolvimento: Outerloop Games

Distribuição: Annapurna Interactive

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, RPG

Classificação: 12 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 7 horas (campanha)/9.5 horas (100%)

Muitos conceitos diferentes

Andar de skate deveria ser divertido, mas a física estragou tudo
Andar de skate deveria ser divertido, mas a física estragou tudo

Thirsty Suitors é simplesmente um dos jogos mais malucos que já tive o prazer de jogar. Podemos andar de skate e realizar desafios, cozinhar, dançar, e seu combate é um criativo RPG de turno – sistema que pessoalmente não sou fã, mas funcionou relativamente bem aqui. Tudo isso esbanja um charme e carisma incrível, mas que se prova raso no decorrer da gameplay.

Andar de skate não é divertido, a física não ajuda, o que torna os desafios – que não são obrigatórios – muito difíceis de serem concluídos, além de incomodar na movimentação pelo mapa. Cozinhar, apesar de divertido, se resume a apertar uma sequência de botões no tempo certo (os famigerados quick time events), e apesar do evento acrescentar pequenas informações sobre nossos pais, visto que cozinhamos com eles, cozinhar se torna cansativo com o tempo.

QTEs enjoam com o tempo e são imprecisos
QTEs enjoam com o tempo e são imprecisos

Pelo menos, posso dizer que o combate por turnos funciona relativamente bem. Podemos atacar nosso adversário, provocá-los, usar habilidades e também itens. Tudo no combate é executado de uma forma bizarra e engraçada, o que torna cada combate bem divertido, dando principalmente um grande destaque as batalhas contra chefes que ocorrem no decorrer da história. Infelizmente, o combate não oferece grande profundidade nem dificuldade, o que pode decepcionar os que buscam algum desafio maior.

Bem, e aqui vem a maior crítica ao game: os quick time events. Estando sempre presentes na hora de cozinhar e também no combate, os QTEs são relativamente imprecisos em diversos momentos, principalmente quando exigem que o joystick seja empurrado em alguma direção. Essa ação acaba sendo contabilizada duas vezes, fazendo o jogador errar a sequência de QTEs, resultando num golpe com menos dano, ou numa ação na cozinha que terá menos aprovação de seus pais.

Uma história maluca de reconciliação

Sergio, um dos nossos ex-namorados
Sergio, um dos nossos ex-namorados

Durante nossa aventura, estamos no comando de Jala, a protagonista descendente de um pai cingalês e uma mãe indiana. A garota está de volta a Timber Hills, local onde viveu boa parte de sua vida e cometeu diversos erros, principalmente com sua família e seus ex-namorados e namoradas. Agora é a hora de se reconciliar com todo mundo e corrigir os erros do passado.

Essa reconciliação ocorre por meio do diálogo e do combate por turnos, e como citado anteriormente, as batalhas contra os chefes – que são nossos ex-namorados(as) – são muito divertidas e bizarras. Durante a campanha, também ganhamos pontos de “desejonalidade”, que podem melhorar nossos atributos como vida, mana, ataque e defesa, funcionando como um simples RPG. Thirsty Suitors prova que é possível resolver seus erros do passado, bastando enfrentar os problemas com maturidade e tendo um bom diálogo com as pessoas.

Estética pura

Boss battle contra Diya, exibindo seu incrível e bizarro mundo interior
Boss battle contra Diya, exibindo seu incrível e bizarro mundo interior

Thirsty Suitors é um jogo que encanta pela sua estética vibrante. Os visuais são cativantes, as poucas áreas disponíveis para explorar são muito bonitas, e os personagens tem características marcantes, geralmente remetendo a sua nacionalidade ou estilo de vida, tornando todo mundo muito único. Os visuais ficam ainda mais insanos durante as batalhas contra chefes, já que entramos num tipo de universo paralelo dos nossos ex-namorados e namoradas.

A trilha sonora pessoalmente não me impressionou, mas apresenta qualidade suficiente pra ser boa. Vale também o destaque a possibilidade de mudarmos a trilha durante a gameplay, visto que durante nossa aventura recebemos algumas fitas cassete. Também podemos usar as fitas numa jukebox presente numa lanchonete na cidade, caso seja do interesse do jogador ouvir as músicas disponíveis.

Às vezes menos é mais

Thirsty Suitors oferece uma experiência interessante, mas que se perde ao meio de tantas mecânicas. Cozinhar é legal mas se torna enjoativo, andar de skate é uma péssima experiência, e o combate, apesar de divertido, não possui nenhuma profundidade. Apesar desses pontos, vale a pena conferir essa bela história de reconciliação de Jala com sua família e ex-namorados e namoradas.

Cópia de Xbox Series X|S adquirida através do Xbox Game Pass

Revisão: Julio Pinheiro

Thirsty Suitors

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Estética bonita
  • Personagens divertidos
  • História interessante e com uma boa mensagem

Contras

  • A física do skate é ruim
  • Os quick time events são um pouco imprecisos
  • Apesar de divertido, o combate não oferece profundidade
  • Muitas mecânicas que acabam sendo rasas