Hannah’s Day é um jogo de plataforma focado na resolução de quebra-cabeças criado pela Watt Games, um estúdio independente russo. O título tem uma história relativamente genérica, mas possui uma apresentação excelente e mecânicas satisfatórias que fazem valer a pena prestar atenção no game.
Desenvolvimento: Watt Games
Distribuição: Watt Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Passeando no escapismo
Como o nome sugere, Hannah’s Day coloca os jogadores para viver um dia na vida de Hannah, a protagonista de sua própria aventura. A jovem vive um grande drama, porque seu sonho de tocar em uma banda com seus amigos é ameaçado por seus pais, que querem que ela vá estudar em uma universidade.
A campanha começa depois de uma discussão justamente sobre isso, quando Hannah decide fugir de seus problemas e andar de skate pela cidade. É preciso tentar convencer a todos que seguir uma carreira na música pode ser uma boa ideia, enquanto também é necessário ajudar os habitantes da cidade a resolverem seus próprios problemas.
Uma boa gameplay
Durante a jogabilidade, os dramas familiares e os dilemas da juventude dão lugar a uma experiência surpreendentemente satisfatória, com nove níveis diferentes. Hannah’s Day brinca com a física de seu mapa através de objetivos que exigem que a protagonista manipule objetos, inclinando-os ou movendo-os manualmente, enquanto usa seu skate para atravessá-los, seja normalmente ou literalmente de ponta cabeça.
A gameplay é funcional e os cenários são todos extremamente responsivos e vivos. É fácil identificar o que pode ser alterado pela protagonista, pois esses itens são destacados com cores chamativas – incluindo os pontos que fazem com que Hannah morra e retorne de um checkpoint, uma adição desnecessária mas obrigatória da campanha, que não conta com nenhuma opção de dificuldade personalizável.
Porém, essa jogabilidade é embalada numa narrativa previsível e repleta de personagens com arquétipos genéricos, como os parentes malvados ou o amigo secretamente apaixonado pela protagonista. Ainda assim, os quebra-cabeças e as mecânicas competentes tornam viver um dia na vida de Hannah uma experiência inesperadamente cativante.
Problemas na câmera atrapalham
Produzido por um time pequeno por meio da Unreal Engine, Hannah’s Day se encontra em um estado polido, com um bom desempenho na sua versão para computadores e sem grandes bugs, exceto por algumas pequenas falhas visuais.
Há alguns problemas na câmera, que não se comporta direito nos cenários mais abertos, com diversos obstáculos atrapalhando a visibilidade dos puzzles. Além disso, há limitações nos comandos do skate, que só serve para se movimentar pelo mapa, sem nem ter um simples botão de pulo, o que facilitaria a exploração em vários momentos da campanha.
Só que existe um problema grave na interface de Hannah’s Day, que acaba sendo o primeiro puzzle do jogo. O título vem, por padrão, com textos em russo, e por conta disso, é necessário passar um tempo decifrando o significado das funcionalidades dos menus para conseguir alterar o idioma para o inglês.
Isso é algo frustrante de lidar e que poderia facilmente ser resolvido pela equipe de desenvolvimento ao simplesmente perguntar qual idioma o jogador quer ver ao abrir o game pela primeira vez, o que não acontece. Contudo, o restante do jogo é muito bem feito, principalmente o estilo gráfico, que adota uma direção colorida e cartunesca que é coerente com a proposta good vibes da aventura de Hannah.
Recomendável para relaxar
Hannah’s Day é uma distração divertida e pouco cansativa, não sendo tão longa, embora sua duração dependa totalmente do tempo levado para resolver cada um dos quebra-cabeças. As mecânicas e o estilo visual, completamente inspirado pelo suprematismo, um movimento artístico baseado em formas geométricas básicas, fazem com que o game seja uma experiência tranquila e relaxante, apesar da história apresentada ser bastante desinteressante.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong