Produzido pela divisão Omega Force da KOEI Tecmo, Dynasty Warriors: Origins é o décimo lançamento principal da tradicional franquia de jogos no estilo musou. O título oferece uma ação insana, caótica e divertida em uma jogabilidade centrada na invasão de locais e na eliminação de exércitos que é sensacional – embora prejudicada por uma campanha que não possui um ritmo tão frenético quanto a gameplay.
Desenvolvimento: Omega Force
Distribuição: KOEI Tecmo Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: 14 anos (violência, drogas lícitas, linguagem imprópria)
Português: Não
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 16.5 horas (campanha)
Batalhas absurdas
Com uma quantidade absurda de inimigos a serem derrotados em missões relativamente curtas, a campanha de Dynasty Warriors: Origins reconta o Romance dos Três Reinos, com foco no início dessa história. Na jornada, controlamos um soldado conhecido como o Guardião da Paz que é uma grande folha em branco, pois o protagonista somente testemunha os eventos da narrativa enquanto viaja pelo mundo para pacificar regiões e vencer confrontos épicos.
Na jogabilidade, é preciso adentrar campos de batalha para derrotar tropas até chegar ao líder do exército rival – ao mesmo tempo, é necessário cumprir objetivos específicos relacionados à missão da vez e proteger a equipe de investidas dos grupos rivais. As missões de Dynasty Warriors: Origins mantém a estrutura linear de sempre, sem nenhuma evolução notável na fórmula de um musou. Isso não chega a ser um problema, já que em vez de reinventar a roda, o game só aprimora e refina ainda mais seus conceitos e ideias.
Ótima gameplay
Como todo bom musou, Dynasty Warriors: Origins proporciona confrontos de uma escala exageradamente massiva e uma jogabilidade no estilo hack ‘n’ slash repleta de golpes espetaculares. A gameplay é diversificada e contrasta com o tom sisudo da trama, abrindo espaço para personalização por parte do jogador com a criação de builds e a seleção de ataques especiais customizados.
O sistema de dificuldade é moldável, possibilitando ajustar o nível de desafio e a quantidade de dicas e alertas recebidos no decorrer da jogatina. Essas dicas são dadas por meio de diálogos entre os personagens, mas prestar atenção nelas pode ser um desafio adicional. O jogo não foi localizado para português, e é difícil de acompanhar as legendas em inglês, muito por conta da abundância de informações na interface e da intensidade da jogabilidade.
O melhor modo é justamente o mais simplificado, que permite enfrentar hordas enormes de inimigos sem que eles pareçam ser esponjas de golpes. Esse estilo ajuda a economizar energia para os confrontos contra chefões, que são batalhas mais elaboradas, no estilo um contra um. Apesar dessas lutas fugirem um pouco da proposta de um musou, elas se encaixam na jogabilidade do game, sem seguir nenhum estilo soulslike.
Fora das missões, Dynasty Warriors: Origins tem uma progressão em um estilo isométrico. Essa maneira de se locomover pelo mundo é legal, ainda mais pelo fato de haver diversas batalhas secundárias e locais a serem explorados, mas a história do jogo em si é maçante. Apesar das cenas apresentarem escolhas, elas não possuem interatividade alguma, e, portanto, não impactam a trama de uma forma significativa. Isso torna a narrativa o elemento menos interessante de um título que, fora esse aspecto, é um RPG espetacular.
Versão de PC poderia ser melhor
Tecnicamente, Dynasty Warriors: Origins possui um desempenho impressionante em sua versão para computadores, considerando a quantidade absurda de inimigos exibidos na tela em praticamente toda a jogatina. Eles chegam a ter modelos e animações detalhadas, sendo um jogo graficamente belo, apesar dos cenários serem visualmente pobres. Não há muitas sombras na ambientação e algumas das texturas possuem uma resolução ruim, indicando que os desenvolvedores priorizaram a jogabilidade e a necessidade de entregar hordas enormes com boa performance.
No entanto, nem tudo é perfeito, embora o jogo rode livre de travamentos no PC. Há várias cenas pré-renderizadas com serrilhados e uma baixa taxa de quadros, e as legendas estão em uma fonte minúscula. Alterar certas configurações durante a gameplay não chega a ser uma possibilidade, porque é necessário retornar ao menu principal para configurar o game, e, em seguida, recarregar um salvamento para verificar o impacto no desempenho – um processo demorado para algo que deveria ser simples e rápido.
O esquema usado para o mouse e teclado é confuso, mas não devido à disposição das teclas em si. Cada função do mouse possui um correspondente no teclado, e quando uma tecla é pressionada, os ícones na interface mudam para refletir o esquema do teclado. Esse botão equivalente sempre tem uma posição desconfortável no teclado, e como ele é usado constantemente, é difícil identificar o botão no mouse ao longo da gameplay. É uma confusão que atrapalha a jogatina, mas que, pelo menos, não tira o brilho da experiência.
Um musou excelente
Dynasty Warriors: Origins é uma completa zona – mas no melhor sentido possível, claro. Há muito ocorrendo simultaneamente em todas as partidas, o que se alinha totalmente com a proposta de um musou, o gênero dos excessos e dos absurdos. Se é exatamente isso que está procurando em um jogo, esse título é uma alternativa perfeita, porque é o que a jogatina entrega sem grandes pretensões – mas só quando não está desenvolvendo sua entediante trama.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno