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Review Piczle Cross: Rune Factory (Switch) – Não é apenas mais um picross, de forma negativa

Piczle Cross: Rune Factory é o novo game da Score Studios com puzzles picross (nonogramas), dessa vez focado em Rune Factory, uma franquia de fazenda e RPG. O que poderia ser apenas mais um jogo comum do gênero acaba sendo marcado por um desempenho ruim, o que atrapalha totalmente a experiência.

Desenvolvimento: Score Studios
Distribuição: Rainy Frog Co. Ltd.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Puzzle
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Switch
Duração: Sem registros

Nonogramas, os populares picross

Nessa tela em particular, estamos enfrentando um chefe (à direita)
Tela típica de qualquer game do gênero

Nonogramas são puzzles lógicos surgidos no Japão, nos quais um quadro é dividido em uma determinada quantidade de quadrados (como 10×10 ou 15×20, por exemplo). Os quadrados devem ser preenchidos ou deixados em branco de acordo com números apresentados nas bordas superior e esquerda da imagem. Ao preencher todos os quadros, normalmente um desenho em pixel art é revelado. Por exemplo, se uma linha ou coluna possui os números “5 3 4”, isso significa que devem ser marcados, em ordem, sequências de 5, 3 e 4 quadrados consecutivos pintados, espaçados por um ou mais quadrados em branco.

É muito comum o lançamentos de games de picross temáticos, já existindo títulos baseados em diversas franquias. Após lançar um jogo focado na franquia Story of Seasons, a Score Studios traz agora um game baseado em uma franquia relativamente semelhante, Rune Factory. RF também é uma série de jogos de fazenda, mas possui também um foco em RPG, com dungeons, batalhas e outros elementos. E muitos desses elementos são trazidos para esse jogo de puzzle, ainda que não diretamente na gameplay.

Dois modos de explorar os puzzles

Cada puzzle é um chefe em si
Os puzzles em murais são chefes mais poderosos

Piczle Cross: Rune Factory possui dois modos: aventura e puzzle, e você deve escolher um deles ao iniciar um save. No modo aventura, os puzzles espalhados em um quadro são liberados à medida que você finaliza algum puzzle adjacente. Além disso, os puzzles que são batalhas contra chefes possuem a característica de que, a cada vez que você erra, mais tempo é adicionado no seu contador. Se chegar a uma hora, você perde e deve começar o quebra-cabeça de novo.

Já no modo puzzle, todos os puzzles são liberados desde o começo, e você pode fazer aqueles que quiser, como em um game picross tradicional. Em suma, o modo aventura serve para quem quiser emular uma campanha de RPG, enquanto o modo puzzle apresenta um game comum do gênero. Vai do gosto de cada um qual modo jogar, sendo possível mudar o seu perfil do modo aventura para o puzzle, mas o caminho contrário não é permitido.

Muito conteúdo para fãs da série

Podemos corrigir os erros que estão marcados, ao invés de apenas poder vê-los
Sistema de correção de erros é interessante, diferente da série Picross

Todo puzzle libera o desenho de um elemento da série, como plantas, monstros, armas, personagens, entre outros. Alguns podem ser usados na personalização da fazenda que fica ao fundo do quadro de puzzles e do seu personagem, enquanto outros liberam entradas no compêndio sobre a franquia Rune Factory. São centenas de puzzles e, para cada um deles, há também a sua versão color picross, que é uma das variações do puzzle, que eu, particularmente, também acho divertida. Para os fãs da série, o conteúdo é vasto, com inúmeras informações e referências.

Desempenho problemático

O museu é liberado à medida que resolve puzzles específicos
Compêndio e museu contemplam artes e itens de toda a série

Normalmente, poderíamos encerrar por aqui, pois temos um jogo de picross como tantos outros. Porém, esse Piczle Cross inexplicavelmente falha no seu principal elemento: a jogabilidade. É difícil conceber, mas o jogo tem um desempenho muito ruim. As animações são lentas e andar pelo quadro não é suave. O cursor trava constantemente e você acaba marcando ou deixando de marcar quadros que gostaria, pois soltou ou apertou um botão e o game não detectou isso a tempo. Isso é especialmente irritante nas lutas contra chefes, pois você acaba marcando quadros errados e se aproxima mais de ser derrotado.

Digo que isso é inexplicável pois é um estilo que possui dezenas de jogos, de diferentes empresas, onde não acontece isso. É um gênero que não exige recursos pesados de nenhuma máquina, e mesmo assim esse título entrega uma experiência em que não é possível apenas relaxar resolvendo puzzles de forma confortável e intuitiva, o que é o maior motivo de muitas pessoas apreciarem esses games.

Eu até voltei ao título de Story of Seasons para relembrar, e confirmei que isso não acontece lá. Notei, porém, que os gráficos da versão Story of Seasons apresentam uma resolução menor do que este Rune Factory, o que indica que a desenvolvedora não conseguiu otimizar esse título no Switch, dado que também há uma versão para PC.

Não é um bom jogo para se iniciar no gênero

Piczle Cross: Rune Factory é, no geral, mais um game de picross. Porém, consegue não ser prazeroso de jogar, apresentando um desempenho no Switch que atrapalha a jogabilidade central do gênero.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Piczle Cross: Rune Factory

5.5

Nota final

5.5/10

Prós

  • Muitos puzzles, com destaque para a quantidade de color picross
  • Compatibilidade total com touch screen

Contras

  • Desempenho ruim prejudica muito a experiência