Dear Me, I Was… é uma curta história contada sem diálogos e com um pouco de interação, em um estilo mais próximo de um filme que de um jogo. Mesmo assim, é uma experiência que pode ser bastante marcante e apreciada.
Desenvolvimento: Arc System Works
Distribuição: Arc System Works
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch 2
Duração: 45 minutos
Dizendo muito sem falar nada

Dear Me, I Was… conta uma história sem utilizar diálogos, apenas por meio de cenas apresentadas em uma arte incrível. É uma proposta bastante simples, dado que o jogo todo dura cerca de 45 minutos e há pouquíssima jogabilidade, fazendo com que seja praticamente apenas um vídeo, ou um episódio de série, dada sua duração. Porém, dado o preço, a qualidade da animação e da história, é uma experiência que pode valer a pena.
O enredo segue a história da vida de uma mulher (sem nome, como todos os personagens), da infância até a velhice. Acompanhamos curtos episódios de sua vida em momentos como infância, escola, trabalho, relacionamentos ou no envelhecimento. Como já comentei, tudo contado apenas por imagens, mas sendo perfeitamente entendível, mostrando a universalidade de uma das práticas mais antigas da humanidade: a contação de histórias.
História não é profunda, mas identificável

Eu não diria que é uma história incrivelmente profunda, elaborada ou qualquer coisa assim. É a biografia de uma pessoa relativamente comum em muitos lugares de nosso planeta. Mas é bem contada na sua forma: belas artes que transmitem sentimentos e que podem causar identificação em algumas partes, dependendo do seu momento e experiência de vida, ou de seus próximos. Eu diria que o efeito do enredo é principalmente instigar o jogador a pensar na própria história, desde o passado até o futuro.
Arte linda como pouco vemos

Outro grande destaque do game são seus gráficos. A arte usa a técnica da rotoscopia, isto é, a animação é feita sobrepondo filmagens ou seguindo referências fotográficas, seguindo o estilo do diretor de arte Taisuke Kanasaki, conhecido por jogos como Hotel Dusk e Another Code. As cenas são apresentadas em imagens ou animações que parecem pinturas muito bonitas, e a própria história utiliza de desenhos e pinturas como parte do enredo. Mesmo que você não se identifique ou aproveite a história, não tem como não apreciar a arte.
Mais filme que jogo

Em questão de jogabilidade, temos tão pouco que dá até pra dizer que Dear Me, I Was… é praticamente um episódio de série ou um curta-metragem, ao invés de um jogo. O máximo que temos é a interação com alguns elementos na tela, como desenhos ou comida, por meio de toques na tela, usando o mouse ou botões do controle. Há alguns (bem poucos) momentos em que a interação vai um pouco além, dando uma impressão de que esse aspecto poderia ser mais bem desenvolvido. Após terminar a aventura pela primeira vez, você pode selecionar o capítulo e ver algumas artes na galeria.
Com o preço de cerca de R$ 27, Dear Me, I Was… é um dos games mais baratos à venda no Switch 2 atualmente. Quem tem o costume de navegar pela eShop do Switch 1 já viu a quantidade de porcarias aleatórias baratíssimas que existem por lá (imagino que, no futuro, no Switch 2 será a mesma coisa). Porém, Dear Me, I Was… é uma experiência de qualidade e bem feita, que certamente vale a pena ser experimentada, nem que seja mais barata ainda em uma eventual promoção. Vale dizer que recentemente o game foi anunciado para o Switch original, com lançamento em uma data futura ainda não divulgada.
Apreciar, não jogar
Dear Me, I Was… é daqueles games que existem mais para serem sentidos do que jogados. Se você aprecia histórias simples mas bem contadas, além de uma linda arte, certamente irá gostar.
Cópia de Switch 2 fornecida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro