Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles capa

Review Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles (Switch) – Estratégia renovada com alma clássica

Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles resgata um dos RPGs táticos mais icônicos da história e o entrega com um belo remake visual, melhorias de qualidade de vida e uma narrativa tão poderosa quanto sempre foi. Ambientado no politicamente complexo reino de Ivalice, o game acompanha Ramza em uma trama de traições, guerras e dilemas morais, com atuação dramática impecável e diálogos que seguram você do início ao fim — agora potencializados por uma dublagem extraordinária nas cutscenes, que dá vida aos personagens de forma envolvente e cinematográfica.

Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Estratégia
Classificação: 12 anos (Violência)
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox Series X|S, PS4, PS5, Switch, Switch 2
Duração28 horas (campanha)

Um remaster moderno que respeita o jogador

Cena mostrando gráficos da versão nova
Gráficos novos estão lindíssimos e ainda fiéis ao jogo original

A primeira grande vitória do novo Tactics está em permitir acelerar as batalhas. Em um gênero no qual animações se repetem constantemente, especialmente para magias e habilidades, esse recurso é essencial. A gameplay entende que os tempos mudaram e agiliza o ritmo sem prejudicar a estratégia. É exatamente o tipo de melhoria que deveria ser padrão em relançamentos e títulos modernos do gênero tático e RPG.

Além disso, a possibilidade de revisitar cidades sempre que quiser garante liberdade de progressão: você pode comprar novos equipamentos com facilidade e montar sua equipe com calma, definindo estratégias a longo prazo. No mais, também podemos resetar batalhas em vez de perder personagens permanentemente, além de modificar a dificuldade.

Classes variadas e liberdade estratégica

Tela de convite de personagens para a party
Podemos ir a tavernas e recrutar novos integrantes

Um dos maiores encantos de Final Fantasy Tactics continua intacto: o sistema de classes. São diversas classes com habilidades únicas que incentivam experimentação e criação de builds personalizadas. Ter um White Mage para curar e aplicar buffs enquanto um Black Mage espalha caos com magias ofensivas cria uma sinergia viciante. Montar a party ideal é quase tão divertido quanto vencer as batalhas em si, o que reforça o apelo tático.

A história é um ponto altíssimo. Diferente de tantos RPGs táticos que oferecem conflitos genéricos, Tactics mergulha em intrigas políticas, ideais opostos e crises existenciais. A dramatização é forte, envolvente e humaniza personagens com motivações complexas.

Gráficos da versão clássica
Versão clássica está inclusa, mas não possui aceleração, o que torna ela bem lenta

Com a nova dublagem (em inglês), cada cena ganha intensidade e peso emocional, tornando os momentos de conspiração, sacrifício e revelação ainda mais marcantes. Não é apenas uma guerra, mas uma luta por identidade, justiça e sobrevivência em um cenário marcado por desigualdade e manipulação.

Dois tempos, uma mesma alma

Cena de seleção do movimento do personagem
Nova versão permite acelerar batalhas, o que é muito bem-vindo

O remake oferece visuais atualizados que respeitam o estilo original, mas com mais vida e clareza. E para os nostálgicos, o game ainda permite acessar a versão clássica direto do menu principal. No entanto, essa versão antiga mantém seu ritmo lento e, infelizmente, não oferece a opção de acelerar batalhas — uma omissão que pode frustrar veteranos que queriam revisitá-la com mais fluidez.

IA desastrada e desequilíbrio entre classes

Momento de seleção do ataque no campo de batalha
Não podemos atacar na diagonal e a AI é bem ruim

Por outro lado, os membros convidados nas batalhas (os famosos guests) continuam sendo um problema. Eles atuam de forma inconsistente, ignorando alvos prioritários e desperdiçando turnos sem nos ajudar de maneira óbvia. Como não é possível programá-los nem direcionar suas ações, acabam mais atrapalhando do que ajudando.

Há também um desequilíbrio perceptível entre classes. Algumas, como os magos, sofrem com baixa defesa e ataque limitado, tornando-se frágeis demais em combates mais exigentes. Embora possam ser úteis em situações específicas, falta versatilidade para mantê-los relevantes sem muita dedicação a upgrades e suporte.

Por fim, a Square Enix não trouxe sequer uma opção de idioma PTBR para legendas no remaster, o que torna o game extremamente inviável pra muitos em nosso país. Dessa vez, nem mesmo o espanhol se fez presente, então se contente com o inglês, alemão, japonês ou francês — definitivamente uma bola fora.

Uma jornada tática que resiste ao tempo

Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles mostra como um clássico pode ser revitalizado com respeito e inteligência. A narrativa continua envolvente, o sistema de classes brilha, a dublagem remasterizada traz um impacto cinematográfico e o ritmo acelerado das batalhas moderniza a experiência sem descaracterizá-la. A IA falha, a falta de ataque diagonal, a não existência de aceleração no modo clássico, a ausência do PTBR, e o desequilíbrio em algumas classes incomodam, mas não chegam a sufocar a profundidade estratégica e emocional presente em cada batalha nesse excelente clássico da Square Einx.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Dublagem na versão nova
  • Função de acelerar batalhas
  • Troca de classe em personagens
  • História incrivelmente engajante
  • Inclui versão clássica

Contras

  • Versão clássica não permite acelerar nada
  • Sem PTBR disponível
  • Limitações da época existem
  • AI mais atrapalha do que ajuda
  • Câmera acaba sendo um problema