Capa de Painkiller

Review Painkiller (PC) – Tipo DOOM, só que com cooperação

Painkiller, uma franquia dos anos 2000 inspirada por clássicos como Quake e DOOM, está ganhando uma nova roupagem. Produzido pela Anshar Studios em parceria com a Saber Interactive e a 3D Realms, o mais novo lançamento da série é um shooter cooperativo no estilo de jogos como Left 4 Dead e Warhammer: Vermintide 2. A experiência, no geral, é divertida e funciona bem, em um pacote justo.

Desenvolvimento: Saber Interactive, Anshar Studios

Distribuição: Saber Interactive, 3D Realms

Jogadores: 1 (local) e 1-3 (online)

Gênero: Tiro

Classificação: 18 anos (violência extrema, linguagem imprópria)

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S

Duração: 4 horas (campanha)

Matando geral

Gameplay de Painkiller

Painkiller apresenta, em seu modo principal, três campanhas distintas – cada uma contendo três incursões curtas, que duram cerca de 20 a 30 minutos. Os mapas são situados em múltiplos biomas que representam fases de um purgatório, com torres, ruínas e jardins. Para as batalhas, o jogador seleciona entre quatro campeões, cada um com sua vantagem específica, como aumento de dano ou de vida. É importante destacar que esse jogo não é um hero shooter, já que, com exceção dessas vantagens, os personagens não possuem nenhuma outra diferença em sua gameplay.

A campanha é focada em uma aventura cooperativa com até três jogadores e um modo offline com bots. Os desenvolvedores prepararam uma experiência online completa: há suporte para a jogatina multiplayer e salvamento de progresso compartilhado entre todas as plataformas nas quais o game está disponível, sistema de matchmaking e, claro, uma boa conexão aos servidores, com latência baixa. Além disso, não há nenhuma microtransação ou passe de batalha presente no jogo – apenas um passe de temporada tradicional, com DLCs cosméticas que trarão skins para as armas e personagens jogáveis.

Tiroteio sem fim, mas com objetivos repetitivos

Tiros em Painkiller

O objetivo é um só: a violência. O loop de gameplay propiciado pelo shooter é centrado, de um jeito ou de outro, em derrotar hordas e seguir adiante. Para isso, o jogador tem à disposição armas, habilidades especiais e a Painkiller, uma lâmina giratória ideal para eliminar os adversários da maneira mais grotesca possível. Os objetivos raramente mudam e, por isso, a jornada pode ficar repetitiva – só o terceiro mapa delas é realmente diferente, com um grande chefe a ser derrotado para marcar o fim de cada campanha.

Painkiller não foca em contar uma narrativa, e sim em ser um shooter a ser rejogado várias vezes, apesar da repetitividade de cada fase lutar um pouco contra essa ideia. Completar as tarefas e pegar moedas nos mapas permite o desbloqueio de novas armas e outras habilidades especiais, então é preciso grindar por um tempo até conseguir liberar tudo – ainda mais porque há um sistema de builds, com vantagens nos atributos, baseado em cartas gastas durante cada campanha, sendo sempre necessário ter moedas para personalizar a experiência nesse sentido.

Progressão desnecessária

Progressão de Painkiller

A progressão é satisfatória e se enquadra na proposta do jogo, mas bom mesmo seria simplesmente não ter nada disso em Painkiller. Como o shooter é focado em uma experiência multiplayer, o ideal seria ter tudo à disposição para que a jogabilidade fosse a melhor possível desde o princípio. Como não dá para liberar todos os equipamentos de cara, um time completo de três jogadores iniciantes precisaria utilizar a mesma combinação de armas por um tempo considerável, por exemplo.

Além da campanha, há um modo secundário chamado Anjo Renegado. Ele é um pouco mais aleatorizado, como se fosse um roguelike, e garante uma rejogabilidade maior do que o conteúdo principal, dado que, embora traga os mesmos objetivos de sempre, oferece missões com uma ordenação diferente e inesperada em um formato de arena. É uma boa adição que estende o tempo no jogo, que é de qualidade.

Boa performance e uma trilha sonora esquecível

Gameplay de Painkiller

Painkiller foi desenvolvido através da Unreal Engine e conta com uma boa versão para computadores. Há uma infinidade de opções técnicas, compatibilidade para telas no formato ultrawide e um desempenho que surpreende. Mesmo com muitos inimigos na tela simultaneamente, a taxa de quadros dificilmente cai, evidenciando que houve um bom trabalho de otimização por parte dos responsáveis. O título não utiliza nenhuma das funções mais robustas do motor gráfico, mas, ainda assim, apresenta visuais excelentes e mapas chamativos.

A trilha sonora, apesar de complementar bem a experiência, não eleva o jogo para outro patamar. As incursões são acompanhadas por músicas instrumentais no estilo metal, mas as faixas não são constantes para dar espaço ao diálogo entre os personagens – que não é tão necessário, porque eles acabam apenas reforçando informações que já são exibidas pela interface. Esse é o único ponto em que Painkiller lamentavelmente deixa a desejar, pois um shooter com uma gameplay cheia de adrenalina pede por músicas de fundo igualmente frenéticas em todos os momentos da jogatina.

Um excelente shooter

Painkiller é um bom jogo de tiro. Por mais que os objetivos sejam repetitivos, a jogabilidade é balanceada e a experiência online abre espaço para muito tempo de jogo, seja com amigos ou aleatórios, na campanha ou no modo de arena roguelike.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

Painkiller

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • Sem microtransações
  • Boa jogabilidade
  • Não é um hero shooter
  • Excelente desempenho

Contras

  • Objetivos repetitivos
  • Trilha sonora fraca