13 anos após o seu lançamento original, Hitman: Absolution chega agora ao Switch. Sendo um capítulo um pouco controverso na história da franquia, o lançamento para o híbrido da Nintendo conta com algumas melhorias pontuais, mas segue sendo essencialmente o mesmo jogo.
Desenvolvimento: Feral Interactive
Distribuição: Feral Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 18 anos (violência extrema, conteúdo sexual, drogas)
Português: Não
Plataformas: PC, PS3, PS4, Switch, Xbox 360, Xbox One
Duração: 12,5 horas (campanha)/37 horas (100%)
Chegando atrasado

Hitman: Absolution chegou às lojas em 2012 ainda para o PlayStation 3, Xbox 360 e PC, e foi adaptado em 2019 para PS4 e Xbox One. Aqui, acompanhamos o Agent 47 em um enredo em que ele deve balancear interesses de diferentes partes, incluindo os seus próprios. O jogo foi, em geral, bem recebido na época, mas alguns quesitos específicos foram criticados, o que fez com que as vendas não atingissem o esperado e levassem ao soft reboot da série em Hitman, de 2016, que culminou na excelente trilogia World of Assassination.
A principal mudança em Absolution é que a jogabilidade é bastante linear, ao contrário da estrutura sandbox pela qual a franquia é mais conhecida. Ainda temos diferentes formas de cumprir objetivos e assassinar os alvos, mas os ambientes são enxutos e as 20 fases variam entre muito curtas ou de maior duração. No entanto, mesmo essas mais longas são divididas em segmentos separados menores, não existindo os grandes sandboxes com muitas possibilidades e variações possíveis durante cada nova jogada.
Fases lineares e curtas

Em cada fase, você tem um ou mais objetivos, que podem ir aumentando ao decorrer dela. O mais básico, é claro, são os assassinatos. Hitman é, essencialmente, um jogo stealth. Boa parte dos inimigos podem ser neutralizados facilmente com um tiro no meio da multidão, mas você será então caçado por guardas ou policiais e é muito difícil se safar. Assim, a furtividade, além de formas criativas de assassinato, são bastante incentivadas. Geralmente, você também deve fugir do local depois de cumprir os objetivos, o que é bloqueado se estiver sendo procurado.
Ao mesmo tempo, isso cria um paradoxo, pois o agente pode possuir um belo arsenal, além da habilidade de congelar o tempo e matar vários inimigos simultaneamente, mas as oportunidades para se fazer isso e escapar são poucas. Sem contar que suas ações ao longo das fases influenciam na sua pontuação, e matar inimigos faz o escore cair consideravelmente – claro, se você se importar com isso. No fim, é uma vantagem o game proporcionar alguma liberdade para você completar as missões como quiser, mas parece ser mais teórico do que aplicável.
As coisas melhoraram muito desde então

É inevitável fazer uma avaliação sem levar em conta o contexto, mesmo do que foi lançado posteriormente. Para quem veio da trilogia recente, é difícil apreciar tanto esse título. Como comentei, são muitas fases, mas elas não possuem o mesmo escopo, complexidade e possibilidades dos jogos posteriores. Por exemplo, há apenas sete fases em Hitman 3, mas elas são complexas de forma que o fator replay é altíssimo.
Também não podemos salvar em qualquer lugar, o que faz com que tenhamos que repetir muitas coisas, além de fazer algo bastante que sou bastante contra em jogos, que é simplesmente parar e esperar, repetidas vezes, para tentar uma diferente abordagem em alguma situação. Outro problema é que os disfarces, uma das partes mais legais dos games da franquia, são praticamente inúteis aqui, pois sempre ficam desconfiados de você. Você pode passar ileso usando um recurso que esgota rápido.
Quase nada de novo

Talvez a principal novidade nesse lançamento é a mira com sensor de movimento, podendo mover o joy-con ou, no modo portátil, o próprio Switch para mirar, e isso funciona muito bem. É uma funcionalidade até que básica de certa forma, mas é bom ver que os desenvolvedores desse port se deram o trabalho de implementar. Porém, de alguma forma difícil de explicar, a mira com movimento não funciona no Pro Controller. Por fim, vale dizer que um upgrade gratuito para Switch 2 está previsto para o ano que vem, e espero ver ao menos algumas melhorias de desempenho e resolução.
Se quiser jogar portátil no Switch, agora pode
Hitman: Absolution não foi avaliado em seu lançamento com o mesmo entusiasmo dos jogos anteriores devido à direção em que levou a série. Justamente essa recepção morna fez com que a franquia retornasse ao que deu certo antes, com a adição de novas e muito bem-recebidas novidades. Dessa forma, ainda que o lançamento do game para novas plataformas seja sempre válido, talvez quem venha da trilogia World of Assassination não goste tanto, uma vez que o título não envelheceu muito bem. Mas, se você já gosta do jogo, é mais uma opção disponível.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro




