Capa de Witchfire

Preview Witchfire (PC) – Lutando contra a bruxaria

Witchfire é um shooter criado pelos poloneses da The Astronauts, um estúdio independente que é composto por apenas doze desenvolvedores. Após uma longa espera, o jogo finalmente está disponível em acesso antecipado na loja da Epic Games, oferecendo uma aventura delirante, mas com alguns problemas em sua versão atual.

Desenvolvimento: The Astronauts

Distribuição: The Astronauts

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Tiro

Classificação: 18 anos

Português: Não

Plataformas: PC

Duração: 13 horas (campanha)

Exterminando bruxas

Matando inimigos

Sem um grande foco cinemático ou narrativo, a aventura é situada depois de uma guerra, se desenrolando em uma realidade alternativa na qual a Igreja perdeu espaço para as bruxas. Preyer, o protagonista, é um caçador que adquiriu poderes após ter entrado em contato com o território das bruxas. Partindo disso, o herói passa a cumprir ordens do próprio Papa, precisando limpar os territórios e eliminar seus adversários na base da pólvora e da magia.

Com duas fases nessa versão de acesso antecipado, Witchfire adota uma estrutura livre combinada com características dos roguelikes e RPGs. O loop se dá por expedições aos mapas, seja para completar os objetivos propriamente ditos ou para coletar itens e pontos que melhoram as habilidades do caçador – algo que, supostamente, facilitaria a experiência.

Confrontos desafiadores

Um dos chefes

Preyer tem armas e poderes mágicos à sua disposição, além de anéis e vantagens que podem ser conquistadas aleatoriamente ao matar todos os oponentes de determinadas partes dos mapas. Com um design de fases críptico, Witchfire apresenta ameaças desafiadoras a todo momento. Morrer é sempre arriscado, porque os equipamentos são perdidos no transporte para o templo em que o caça-bruxas pode descansar. Porém, ao escapar de uma expedição com vida, é possível obter vários materiais que aprimoram as skills do caçador.

O principal desafio de Witchfire está nos duelos contra os chefes, pois eles seguem um modelo semelhante aos games do estilo soulslike. Os inimigos são extremamente difíceis, com ataques pesados que chegam até a parecer desbalanceados. É necessário estudar minuciosamente o comportamento dos oponentes e, claro, ter muita resiliência, paciência e perseverança para suceder nas tarefas ordenadas pelo Papa. A gameplay é de alto risco, mas ela oferece recompensas igualmente altas, fazendo com que a jogatina seja divertida apesar de toda a dificuldade presente nos embates.

Mecânicas chatas

Gameplay do jogo

Witchfire incorpora mecânicas de estamina em sua fórmula. Entretanto, essas funcionalidades limitam o personagem principal e sua mobilidade, o que efetivamente prejudica a jogabilidade, que tem uma progressão chata. A evolução do herói ocorre por meio de pesquisas, que avançam somente conforme as expedições em vez de seguir um desenvolvimento mais naturalizado, sem a necessidade desse grinding.

Esse grinding infla a duração de Witchfire de uma forma artificial e faz com que o jogo gradualmente se torne em algo maçante, pois o desbloqueio de novos equipamentos e magias demanda tempo demais. Além disso, a melhoria dos atributos também é um processo demasiadamente demorado, visto que subir de nível vai requerendo cada vez mais pontos, de uma maneira desproporcional. E mesmo com um personagem melhor, a experiência se torna progressivamente mais desafiadora, uma vez que os rivais acompanham os aprimoramentos de Preyer e se tornam mais poderosos e brutais.

Versão de PC impressionante

Witchfire tem ótimos gráficos

Witchfire foi disponibilizado pela The Astronauts em uma versão ainda embrionária, mas em um estado técnico admirável, sem bugs que afetam a jogatina. O jogo é polido e já oferece uma boa quantidade de conteúdo implementado, embora haja muitas promessas que ficaram para o lançamento final, previsto para até 2025.

O jogo possui gráficos espetaculares e condizentes com sua proposta, com uma otimização que assegura uma jogabilidade estável e agradável, sem travamentos ou quedas na taxa de quadros. A atmosfera única é realçada pelo excelente clima dinâmico proporcionado pelo sistema de iluminação do game, mas a experiência sofre com falhas no carregamento de texturas e pop-in na renderização das cenas.

No entanto, há uma decisão criativa que prejudica os ótimos visuais de Witchfire, pois os inimigos e o sistema de estamina sempre causam efeitos indesejados na imagem. Embora esses efeitos estejam alinhados com as ações dentro do próprio jogo, eles afetam negativamente a visibilidade de todos os elementos dos cenários, com filtros que borram a tela e fazem com que os visuais sejam ilegíveis. Infelizmente, esses efeitos não podem ser desativados, somente reduzidos através do menu de configurações, que conta com um arsenal de opções que acabam sendo insuficientes.

Viciante

O game já está em um ótimo estado. Porém, o ideal é esperar até que o produto esteja devidamente finalizado, já que Witchfire é, acima de tudo, um jogo em acesso antecipado. A equipe realiza atualizações constantes, mas muito do que está prometido não foi adicionado, como os mapas adicionais ou a presença de idiomas além do inglês. A qualidade do título é impressionante, dadas as circunstâncias desse projeto, que promete ser algo verdadeiramente sensacional quando ele estiver completo.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno