“E aí? Tudo certo? E se eu disser que você pode viajar através do espaço e tempo por um preço muito atraente? Você deve estar se perguntando ‘qual é a pegadinha’, não é? Pois bem, simpatia, aí vem a melhor parte: sem pegadinha, sem consequências e nada de perguntas.” Quando o assunto é conteúdo, a Two Point Studios não economiza na criatividade. O sexto DLC da famosa franquia publicada pela SEGA, Two Point Hospital: A Stitch in Time, já está entre nós, e o tema da vez é viagem no tempo. Que tipo de desafio podemos esperar?
Desenvolvimento: Two Point Studios
Distribuição: SEGA
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação, Gerenciamento
Classificação: Livre
Português: Interface
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Capitão Ontem, “Ontenizador” e uma completa bagunça
A narrativa do DLC segue o padrão das expansões lançadas anteriormente, no sentido de serem bastante simples de entender, servindo apenas para introduzir os jogadores às novas dificuldades. Um personagem chamado Capitão Ontem, inventor, empreendedor e homem de família – assim como ele mesmo descreve – nos apresenta sua mais nova invenção: o Ontenizador, um equipamento capaz de dobrar o espaço-tempo, permitindo viajar através do passado, presente e futuro.
Entretanto, as coisas começam a desandar quando pessoas doentes começam a saltar de buracos no chão, que descobrimos posteriormente serem fendas temporais. Aqui, o objetivo é o de sempre: construir e gerenciar um hospital para diagnosticar e tratar das doenças, ao mesmo tempo que avança no jogo e recebe novas informações do porquê dos pacientes continuarem a aparecer.
Passado distante, vilas medievais e um futuro desafiador
A Stitch in Time adiciona três novos hospitais ao mapa, todos com três níveis de estrelas: Clockwise-upon-Thyme, Clockwise-before-Thyme e Clockwise-above-Thyme. Cada um deles possui tarefas diferentes a serem cumpridas e, a depender das condições do seu hospital e da sua familiaridade com o título, algumas horas deverão ser gastas para que você atinja todos os requisitos.
Em Clockwise-upon-Thyme, o cenário é de uma cidade medieval, com casas e construções relativas à época e um clima quase constantemente chuvoso. Nessa fase, o uso do item “Radiator” é imprescindível dado o frio do ambiente, e ainda existem alguns tipos de doenças específicas para serem identificadas e tratadas, como a Jester Infection, uma variação da já conhecida Jest Infection, mas com características visuais que remetem a um bobo da corte, o palhaço da Idade Média. O objetivo principal desse mapa é encontrar os portais temporais, comprando uma construção e curando três pacientes vindos das fendas.
Já em Clockwise-before-Thyme voltamos à Pré-História, com uma ambientação característica da Idade da Pedra: um território desértico, coberto de areia e pedras, escasso de plantas e decorado por ossos, pequenos vulcões e assentamentos de tribos selvagens. Ao contrário do Clockwise-upon-Thyme, o item indispensável na construção do hospital passa a ser o Air Con Unit, para ventilar e abaixar a temperatura das salas e corredores. Uma das doenças específicas dessa fase é a Bone Head, em que o paciente possui um enorme osso atravessado em sua cabeça, de orelha a orelha. Aqui, a tarefa central é pesquisar os portais temporais.
Finalmente, temos em Clockwise-above-Thyme toda a decoração e atmosfera de uma cidade futurística, com plataformas espaciais flutuantes, luzes e cores fortes e edifícios cujos aspectos remetem ao avanço tecnológico alcançado. Novamente, assim como no upon-Thyme, o clima é frio, ou seja, predominam os itens de aquecimento nos locais construídos. E é justamente nesta era que enfrentamos o maior desafio do DLC: aprender a manejar uma máquina do tempo para mandar os pacientes de volta às suas linhas temporais, enquanto lidamos com as doenças das duas épocas anteriores. Esteja preparado para dar seu melhor ou falhar diversas vezes nas tentativas.
Um oftalmologista não será necessário
Como mencionado diversas vezes, a qualidade gráfica do DLC está incrível! Os desenvolvedores conseguiram trabalhar com as cores fortes características de cada era de maneira suave e amigável aos olhos, e o resultado são horas de jogatina sem “cansar” a visão. Nesse aspecto, outro ponto positivo é a disposição de objetos e informações na tela, cujos textos são grandes o suficiente para lermos sem praticamente nenhum esforço. Em conjunto, a trilha sonora foi incrementada com novas músicas que remetem às ambientações, combinando bem com a proposta e conseguindo manter a atenção dos jogadores.
Laudo médico: aprovado!
Um dos principais defeitos encontrados em jogos de gerenciamento, seja de cidades, fazendas ou hospitais, é a tendência a serem repetitivos. E eu fico muito feliz ao ver que Two Point Hospital: A Stitch in Time está completamente livre desse pecado. A mecânica de cada uma das três fases terem objetivos e, principalmente, temáticas distintas fazem Two Point Hospital: A Stitch in Time fluir de maneira totalmente orgânica, mas sem ligar o “piloto automático” – preste atenção na estratégia que você está usando ou terá mais fantasmas em seus corredores do que o ideal.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong