Alone in the Dark capa

Review Alone in the Dark (Xbox Series S)

Alone in the Dark é um jogo que foi adiado várias vezes por diversos fatores, especialmente quando a editora descobriu que estava prestes a lançar o game ao lado de Alan Wake 2 – um título com uma proposta bastante próxima. Sendo adiado para 2024, Alone in the Dark prova que uma franquia pode aprender com seus erros passados, especialmente quando tocamos na famosa tentativa de 2008 que foi odiada por muitos. Desta vez, o título mais recente da série mostra que tirou claras inspirações da franquia Resident Evil, especificamente da linha de remakes.

Desenvolvimento: Pieces Interactive
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Terror, Ação, Tiro
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Xbox Series X|S, PS5
Duração: 7.5 horas (campanha)/19 horas (100%)

Dois personagens em uma experiência em 3ª pessoa

Escolhemos entre 2 personagens, mas ambos tem eventos iguais
Escolhemos entre 2 personagens, mas ambos tem eventos iguais

A história aqui se passa no sul gótico americano nos anos 30, e podemos jogar como Emily Hartwood ou o investigador Edward Carbny depois que eles chegam à Mansão Decerto, um lar para os mentalmente afetados. A dupla está atrás de pistas sobre o desaparecimento do tio de Emily, Jeremy, um residente da mansão que desapareceu. No entanto, todos nesta residência não são quem parecem ser, e coisas estranhas estão acontecendo neste ambiente digno de um pesadelo. A atmosfera é bastante convincente e te deixa curioso pra saber sempre mais, e isso foi o que mais me prendeu em todo o tempo.

Antes de entrar no jogo em si, devo dizer que, independentemente do personagem inicialmente escolhido, ambas as histórias seguirão os mesmos eventos, apesar de pequenas mudanças ocorrerem nos caminhos de ambos em relação às memórias que você visita. Você pode ter uma segunda “jogada” depois de finalizar o caminho principal (não há New Game Plus, e você começa do zero), mas eu não faria necessariamente isso, já que não muda quase nada.

Jogabilidade de tiro é decente

Exploração é divertida, mas combate é tedioso
Exploração é divertida, mas combate é tedioso

No lado da jogabilidade, serei honesto ao dizer que este é um trabalho bastante decente da galera da Pieces Interactive. As mecânicas de exploração e tiro em 3ª pessoa são bem pensadas (o segundo, em menor escala) e tive muitos momentos divertidos com elas, embora não se aprofundem o suficiente e nem mesmo toque em coisas que eu esperaria de um game como este, como upgrades de armas, melhoria de personagem conforme você progride, etc.

Sim, você pode abater monstros e atingi-los com suas arma de curto e longo alcance, mas não é nada esplendidamente montado ou fora da realidade. Já vi muitos jogos fazendo o mesmo e muito melhor. Sei que esta não é uma experiência de horror de sobrevivência, apesar de tudo. Em vez disso, existe algo aqui mais focado em exploração.

Puzzles são bem "mais ou menos"
Puzzles são bem “mais ou menos”

Embora competente o suficiente para manter o ritmo geral de toda a experiência, a jogabilidade de tiro é superficial no sentido mencionado, dando-lhe apenas a possibilidade de atirar em criaturas provenientes de pesadelos (estas não oferecendo muitas variações no quesito design) e explorar todo o ambiente em busca de peças que geralmente compõem quebra-cabeças muito fáceis de resolver. É bastante comum coletar um item chave que será usado em alguns segundos na mesma sala – ou na sala ao lado.

Quebra-cabeças são repetitivos e usados em excesso, exploração continua sendo a melhor parte

Combate é muito superficial e só serve pra enrolar
Combate é muito superficial e só serve pra enrolar

No que diz respeito aos quebra-cabeças, eles normalmente giram em torno de três tipos: quebra-cabeças de encaixe e formação de uma figura, talismãs e “montar a imagem que formará um fundo parecido que se interliga”. O quebra-cabeça de encaixe é bastante simples e nem mesmo fará você usar um espaço vazio para embaralhar as partes, é apenas uma questão de mover todas as peças livremente para completar uma figura bastante fácil de descobrir.

Os talismãs são enigmas que requerem uma combinação de 3 números que, no final, revelarão o próximo local na mansão ou na zona em que você está para levá-lo ao próximo objetivo. Normalmente, esses números podem ser encontrados no mesmo ambiente de maneira óbvia. Finalmente, o quebra-cabeça de formar o fundo que se interliga também é bem simples e requer que o jogador pense pouco ou nada para compor sombras que se assemelham a uma árvore e suas raízes.

Talisman revela próximo local a ser visitado
Talisman revela próximo local a ser visitado

Daqui em diante, tudo o que resta é a parte exploratória. As mecânicas de exploração também são muito diretas, ao mesmo tempo que provam ser a melhor parte de toda a jogabilidade por causa da movimentação bem feita dos personagem e dos momentos “Eureka” em que descobrimos o que precisa ser feito a seguir. Temos que visitar as memórias de Jeremy e os lugares onde ele esteve, o que nos levará a vários ambientes e cenários inusitados.

Então, devemos matar monstros, fugir de entidades e resolver quebra-cabeças um pouco mais pensados – algo mais raro, aqui -, como o de uma pirâmide no antigo Egito, em que temos que inclinar refletores para refletir luzes para o local certo e ver cenas que revelarão um pouco mais sobre a história até encontrarmos nosso caminho até o próprio Jeremy.

Skins clássicas são vendidas à parte
Skins clássicas são vendidas à parte

Em termos de batalhas contra chefes, elas são uma ocorrência muito incomum, ao mesmo tempo que colocam muita munição à nossa disposição, tornando esses momentos extremamente fáceis de se vencer. O final da história é um pouco besta e deixa a desejar, especialmente porque não oferece nenhum desbloqueável especial depois que terminamos tudo.

Então, o equilíbrio do fator esforço-recompensa aqui é uma grande decepção. A única coisa disponível em termos de novidade são as skins de personagens do jogo pixelizado point-and-click dos anos 90, que já vem desbloqueado pra quem comprar a versão Deluxe ou o DLC. No final, as quase 10 horas de experiência acabam não recompensando você o suficiente para criar aquela vontade da segunda jogada.

Um jogo de horror exploratório decente

Alone in the Dark definitivamente não é um jogo exemplar, no entanto, consegue proporcionar muitos momentos de diversão. Você não deve mergulhar nessa experiência pensando que ela oferecerá uma pegada “horror de sobrevivência” como a linha de remakes de Resident Evil. Em vez disso, você vai se pegar perseguindo quebra-cabeças repetitivos e abatendo monstros feiosos com seu arsenal de armas de fogo e armas de curto alcance, enquanto vasculha salas e explora o ambiente em um jogo bastante decente, mas sem brilho por conta de sua falta de personalidade.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Alone in the Dark

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Exploração divertida
  • Jogabilidade de tiro decente
  • História cativante te deixa curioso
  • Dois personagens para escolher

Contras

  • Sem upgrades
  • Combate raso e repetitivo
  • Puzzles repetitivos e utilizados em demasia
  • Personagens não têm diferença entre si
  • Sem desbloqueáveis por terminar o jogo