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Review Amnesia: Rebirth (PS4) – A volta da franquia que não da para esquecer

A Frictional Games conseguiu definir o gênero de terror psicológico com Soma e, principalmente, com Amnesia: The Dark Descent. Após 7 anos sem um novo jogo dessa franquia que assombrou muitos jogadores, Amnesia: Rebirth promete relembrar o porque muitas cuecas foram borradas com seu antecessor. Por trazer uma nova protagonista e a ambientação assombrosa de sempre, o jogador é convidado a abraçar suas únicas companhias nessa jornada: a escuridão e o medo.

Desenvolvimento: Frictional Games

Distribuição: Frictional Games

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, Ação, Terror

Classificação: 16 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PS4 e PC

Duração: 8 horas (campanha)/12 horas (100%)

Relembrar é sobreviver

Após a queda de um avião no meio do deserto da Argélia, Tasi Trianon acorda com muitas dúvidas em sua cabeça. Por ter perdido sua memória, a busca por objetos e notas deixadas para trás são sua única forma de recuperá-las e sobreviver ao terror que vivenciará. Passando por cavernas escuras, vilas abandonadas e o calor do deserto, Tasi tem o objetivo de se encontrar novamente com os outros sobreviventes do acidente e descobrir o que há de errado consigo mesma. 

Por se tratar de um jogo de narrativa com uma experiência aterrorizante, Rebirth possui um enredo interessante e até mesmo emocionante pela história da personagem, fazendo com que se compreenda seu apego e sua tristeza. Porém, ele é simples, faz o que deve para responder às perguntas apresentadas e deixa à mercê do jogador procurar saber ainda mais através de textos e áudios espalhados pelos locais.

Tendo jogado o The Dark Descent, a desenvolvedora escolheu fazer de Rebirth uma continuação não direta, o que pode ser um atrativo para quem jogou o anterior. No entanto é algo singelo, o que faz novos jogadores serem bem-vindos mesmo sem conhecer nada da franquia.

Escuro, muito escuro

Uma escuridão completa e constante.

Arrisco dizer que 80% do jogo se passa em lugares bem escuros, como já esperado de Amnesia, ampliando a experiência do terror e dificultando a visão de possíveis perigos à frente. Por outro lado, essa escuridão toda esconde aquilo que todos amam julgar: os gráficos. Amnesia: Rebirth não é uma obra prima, mas também não deixa a desejar, quando se tem luz é possível ver um nível de detalhamento bom e que demonstra a preocupação em apresentar um cenário amedrontador.

O grande diferencial é a sonoridade – o ponto principal para um bom terror psicológico. Os sons de passos, objetos caindo, pensamentos e principalmente de vozes amplificam o medo e deixam o jogador atento a cada mínimo som que aconteça. Por conta disso, as músicas não são muito presentes, aparecem em poucos momentos como perseguição ou ao descobrir algo, fazendo do silêncio um vilão contínuo que mantém o jogador em constante tensão.

Mesmo possuindo gráficos normais e uma quantidade grande de locais escuros, o carregamento inicial para chegar ao menu principal é questionável, demorando um pouco para iniciar. Já os carregamentos dentro de jogo são quase rápidos, apresentando só um problema que me desagradou. Após passar por portas e entrar em locais totalmente diferentes, a tela de carregamento aparece e mesmo quando acaba, ao adentrar esse novo local, ainda continua carregando sendo possível ver algumas texturas sendo processadas aos poucos.

Eu só queria um fósforo

Câmera com visão noturna? Lanterna? Tocha? Pego meu fósforo e vou embora. Sim, o principal utensílio para iluminar a escuridão de Amnesia: Rebirth é o fósforo e por mais que tenha um lampião, na maior parte do tempo as caixinhas de fósforo serão a maior aliada de Tasi. Por conta disso, a duração da luz é curta, sendo de extrema importância acender velas e outros objetos para manter o caminho claro, porém ainda é necessário se acostumar com breu constante do jogo.

O fósforo é o nosso melhor amigo.

Tasi é uma pessoa comum como qualquer outra, logo, por estar em lugares extremamente escuros e sozinha é natural que ela sinta muito medo, que é a principal mecânica do jogo. A intensidade do medo que Tasi sente é representado por sinais na tela e vozes cochichando em sua mente, ele é aumentado caso ela leve dano, fique muito tempo no escuro ou presencie cenas aterrorizantes. Tendo isso em vista, cada mínimo fósforo ou óleo encontrado devem ser sabiamente utilizados, caso esteja sem nada, ainda há possibilidade de controlar o medo movimentando os dois analógicos.

Tasi resistindo ao medo que sente.

Como já é padrão da franquia, muitos objetos podem ser manipulados e arremessados, portanto, itens podem estar escondidos por trás desses objetos ou dentro deles, fazendo com que o jogador interaja o máximo possível com o cenário. Vale ressaltar que consumíveis, como os fósforos, não são fáceis de se encontrar, por isso a exploração é fundamental.

O maior problema encontrado durante toda a jogatina foram os momentos em que Tasi fica presa em algum canto do jogo, sendo necessário a reinicialização do mesmo – isso aconteceu no máximo umas 3 vezes, mas tirou completamente a vontade de continuar.

Um terror díficil de esquecer

Amnesia: Rebirth é um jogo de terror psicológico que faz a escuridão engolir o jogador, fazendo-o se questionar constantemente se corre algum perigo. Mesmo com gráficos não tão impressionantes e um problema que desanima a progressão de quem joga, Rebirth mantém a boa ambientação e tensão de seus antecessores. Para aqueles com saudades de um jogo do gênero, é uma boa compra. Já as pessoas que possuem nictofobia devem passar bem longe desse jogo, já que situações de medo no escuro são amplificadas fazendo até os mais corajosos se tremerem.

Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão por Bia Bock

Amnesia: Rebirth

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • História interessante
  • Personagem instigante
  • Ambientes bem detalhados
  • Sonoridade de amedrontar

Contras

  • Tela de carregamento questionável
  • Lugares que prendem o personagem