Capa de Final Fantasy VII Rebirth

Review Final Fantasy VII Rebirth (PC) – Ao infinito e além

Final Fantasy VII é, tranquilamente, um dos jogos mais importantes de todos os tempos e, sem dúvidas, o magnum opus da eterna Squaresoft. Não à toa, a ambição tomou conta dos responsáveis pela revitalização desse clássico a ponto dessa nova roupagem do RPG ter sido transformada em toda uma franquia à parte, com múltiplos títulos – cada um dedicado a um segmento específico do game, mas com um escopo inacreditavelmente grandioso.

A primeira parte, lançada em 2020, cobre os momentos iniciais do RPG, focando nos eventos de Midgar em fases mais linearizadas. Final Fantasy VII Rebirth, no entanto, já apresenta um universo mais expandido, oferecendo uma experiência em um mundo aberto totalmente deslumbrante e sensacional.

Desenvolvimento: Square Enix

Distribuição: Square Enix

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, RPG

Classificação: 14 anos (violência, drogas, conteúdo sexual)

Português: Interface e legendas

Plataformas: PS5, PC

Duração: 47 horas (campanha)/166 horas (100%)

Continuando a aventura

Sephiroth em Final Fantasy VII Rebirth

Final Fantasy VII Rebirth é um jogo mais aberto, com uma progressão narrativa que não é tão frenética e acelerada quanto a do primeiro remake. O ritmo é mais cadenciado, o que abre espaço para um excelente desenvolvimento do mundo e de seus personagens – tanto que agora há até um sistema de amizades, desbloqueando novos golpes e conversas ao longo da trama, dependendo das ações de Cloud nos diálogos e missões.

O foco da trama principal está em encontrar Sephiroth (que, dessa vez, é até jogável), mas há vários desvios no decorrer da campanha – narrativos, relacionados à revolta dos personagens contra as ações da Corporação Shinra, e secundários. Há muitas quests adicionais presentes em todos os mapas, e é legal completá-las para saber mais sobre os personagens e o universo do game. Também é importante, embora não obrigatório, passar um tempo encontrando chocobos para navegar pelo mapa com mais tranquilidade, além de desbloquear torres e encontrar itens perdidos para conseguir materiais e aprimorar os atributos de Cloud e seus aliados.

Queen's Blood, o card game de Final Fantasy VII Rebirth

Além disso, há vários minigames que enriquecem o que o jogo tem a oferecer, como um card game, um modo de captura de moogles, corridas com chocobos e golfinhos, exercícios na academia, entre outros. Todo esse conteúdo é bastante divertido, apesar de alguns, como o minigame de piano, não terem recebido uma boa conversão para mouse e teclado, já que destoam da gameplay normal do RPG – que, por si só, é um grande espetáculo.

Gameplay aprimorada

Gameplay de Final Fantasy VII Rebirth

A jogabilidade de Final Fantasy VII Rebirth é notavelmente superior ao que foi apresentado pela Square no primeiro jogo, com um sistema de combate mais refinado e com espaço para mais possibilidades nas batalhas. Entretanto, a movimentação ainda é um ponto fraco, justamente pela ausência de mecânicas de pulo. Essa funcionalidade faz falta nos confrontos contra inimigos aéreos e ao longo da exploração, pois Cloud se movimenta por certos pontos dos cenários de uma forma automatizada, tornando a jogabilidade menos interessante do que poderia ser nesses momentos.

Apesar da falta dessa mecânica básica, o sistema de equipe e de combate é excelente, embora não seja tão profundo quanto o de Final Fantasy XVI, pois boa parte das mecânicas são excessivamente básicas. Pelo menos, o RPG compensa essa simplicidade ao oferecer um sistema de ATB (active time battle) no qual é preciso utilizar esses golpes básicos para preencher os medidores e, assim, poder utilizar itens, habilidades e Matérias, além de ataques especiais e os summons, que ajudam nas batalhas mais complicadas.

Menus de Final Fantasy VII Rebirth

Toda a jogabilidade do Remake se manteve em Rebirth, com os mesmos confrontos baseados em atordoar os adversários para desferir ataques ainda mais brutais neles. Isso inclui o sistema de sinergia, introduzido na expansão INTERmission do game anterior, que foi expandido aqui e agora conta com ataques especiais em equipe, com coreografias mirabolantes e visualmente espetaculares para todos os personagens do título, além da possibilidade de comandar os companheiros de equipe durante a batalha. 

Cena de Aerith e Cloud em Final Fantasy VII Rebirth

Em conjunto com esse novo sistema de amizades e o mundo aberto, os desenvolvedores também adicionaram um sistema de crafting, útil para conseguir itens de cura durante a exploração. Caso o jogador tenha os dados salvos do jogo anterior, é possível ter acesso a uma invocação desde o princípio da jogatina.

Mas essa foi certamente uma oportunidade perdida de ir além, pois seria excelente restaurar os equipamentos e Matérias do primeiro jogo. Uma coesão maior em toda a jornada seria ótima, pois é preciso reiniciar todas as habilidades, subir níveis e recomeçar a conquista de armamentos melhores do zero, quase como se Rebirth não fosse uma continuação direta do Remake.

Port para PC competente

Configurações gráficas de Final Fantasy VII Rebirth no PC

Os visuais de Final Fantasy VII Rebirth são delirantes, com cenários belíssimos, inúmeros efeitos gráficos, cutscenes com uma direção ímpar e personagens extremamente detalhados. Contudo, a iluminação do game é um pouco inconsistente, porque alguns pontos do mapa possuem um brilho artificialmente maior ou menor de forma aleatória – o que é agravado pela implementação do HDR, que fica aquém do trabalho feito no Remake, o qual contava com mais configurações para personalizar os níveis de brilho e da interface.

Rebirth chegou ao PC quase um ano após seu lançamento original para o PlayStation 5 em uma conversão um pouco pesada – o que é claramente justificável pelos gráficos, pela escala e tamanho da aventura proposta pelo RPG. Porém, há algumas falhas de otimização, como travamentos durante a navegação e o carregamento de novas áreas, dado que não há telas de loading interrompendo a experiência.

Gameplay de Final Fantasy VII Rebirth

O trabalho é sólido, mas poderia ser melhor e estar à altura da grandiosidade da aventura, oferecendo, por exemplo, um modo de tela ultrawide nativo, sem depender de mods – algo que se encaixaria perfeitamente tanto na campanha quanto nas cinemáticas.

Mesmo imperfeita, a conversão para PC está mais completa: além de mais opções técnicas, há até um modo voltado para o Steam Deck e outros portáteis do tipo, com textos em uma fonte mais legível em telas pequenas.

Cloud em Final Fantasy VII Rebirth

Algo a se notar é que mesmo com um mundo aberto e uma complexidade geral maior, Final Fantasy VII Rebirth é um jogo significativamente mais leve do que Final Fantasy XVI, provavelmente porque os desenvolvedores decidiram usar a Unreal Engine em vez de construir uma engine do zero.

E assim como o Remake, o RPG insiste que os jogadores utilizem um sistema de resolução dinâmica agressivo para garantir uma performance estável – mas, dessa vez, é possível configurar os parâmetros para impedir que tudo fique completamente embaçado em cenas complexas.

Sensacional

Carregado principalmente pelo carisma implacável de Cloud, Aerith, Yuffie, Tifa e grande elenco, Final Fantasy VII Rebirth é uma aventura sensacional. A versão de PC tem seus problemas e não é plenamente otimizada, mas é, de longe, a forma definitiva de acessar esse novo clássico da franquia – que segue tendo seu legado ao mundo dos RPGs respeitado pela Square com um cuidado impressionantemente meticuloso.

Cópia de PC adquirida pelo autor

Revisão: Ailton Bueno

Final Fantasy VII Rebirth

9.5

Nota Final

9.5/10

Prós

  • Gráficos excelentes
  • Ótima jogabilidade
  • História carismática e excelente

Contras

  • Versão de PC poderia ser melhor