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Review Asdivine Saga (PS5) – Uma batalha continental contra o mal

Asdivine Saga é um RPG em turnos produzido pela Exe-Create. Com uma simplicidade e um sistema de acúmulo rápido de experiência convidativo, ele e mostra uma boa surpresa para os novatos da franquia Asdivine.

Desenvolvimento: Exe-Create
Distribuição: KEMCO
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Switch e PC
Duração: 15 horas (campanha)

Uma jornada continental

Grupo viajando pelo continente

A trama de Asdivine saga se passa em três continentes: Nondia, Lightoria e Zandark. Nondia é um continente neutro na guerra entre os reinos de Lightoria e Zandark. Cada um destes dois veneram uma divindade específica: Lightoria venera a divindade da luz, e Zandark a deidade das sombras (como se os nomes já não fossem óbvios demais).

O protagonista é Vyse, um guerreiro nondiano cujo objetivo é se torna buscar o paradeiro do amigo, Axel, e acabar com a guerra entre os reinos. Conforme Vyse progride em sua jornada, ele encontra novas companhias e aliados e descobre fazer parte de uma trama muito maior, que vai além da guerra e envolve o destino de todo o mundo.

A história de Asdivine Saga é bem simples, mas cumpre seu papel de forma honesta. O jogo não tenta em momento algum ser maior do que pode ser, e isso é bastante benéfico. Vyse é um protagonista passável, visto que sua “crise de personalidade” o faz ser bastante desinteressante. Por “crise de personalidade” me refiro a um personagem que altera constantemente seu modo de agir e tratar aliados, inclusive tendo mudanças bruscas em um mesmo diálogo. Não parece natural e incomoda em diversas situações.

Embora tenha uma boa quantia de missões secundárias e atividades extras, pouco incentivo há para realizá-las. Não há histórias que valham a pena conhecer, nem personagens interessantes para encontrar. Além disso, a maioria das missões envolve coletar e entregar itens, fazendo com que o jogador trabalhe de carteiro para cima e para baixo. Nem mesmo as recompensas fazem valer o tempo investido.

Pelos poderes de luz, sombra e vazio

Batalha contra inimigos na planície

Com um combate em turnos clássico reminiscente a jogos como os primeiros títulos da franquia Final Fantasy, Asdivine Saga introduz elementos estratégicos pontuais. O primeiro deles é a formação do grupo na batalha, que apresenta duas colunas: a coluna frontal ganha aumento de ataque, e a coluna de trás recebe um bônus defensivo.

O segundo elemento estratégico fica por conta dos golpes, magias e habilidades. Cada ação pode ter uma de três propriedades: luz, sombra e vazio. Golpes de luz são fortes contra inimigos do tipo sombrio e vice-versa, e vazio é uma opção ofensiva neutra que se sai bem contra qualquer tipo de oponente.

No papel, as ideias acima são muito interessantes. Na prática, podem se tornar irrelevantes por conta do sistema de batalhas acumuladas do jogo. Asdivine Saga possui altares dentro de suas dungeons que permitem com que o jogador invoque monstros da área e lute três batalhas consecutivas de uma só vez, sem a necessidade de ficar movimentando pelo cenário para ativar uma batalha. Dessa forma, é possível acumular grandes quantias de pontos de experiência rapidamente e, consequentemente, subir de nível com muita facilidade. Junte isso à possibilidade de colocar as batalhas em velocidade 3 e sem animações de ataque e o processo se torna ainda mais rápido. Além disso, os monstros derrotados deixam itens e equipamentos que ajudam a melhorar ainda mais os personagens.

Para um título que possui dois elementos estratégicos interessantes, ter essa facilidade de evoluir e ficar extremamente poderoso acaba anulando qualquer estratégia necessária para progredir. De verdade, batalhas opcionais se mostraram um pouco mais desafiadoras que os chefes da história principal, visto que estes eu enfrentei estando muitos níveis acima. A última batalha do jogo, por exemplo, foi uma das mais fáceis de toda minha jogatina. É preciso dizer, no entanto, que utilizar esse sistema de evolução rápida foi uma decisão minha, mas não existe nenhuma razão para não aproveitá-lo.

Fundindo armas

Batalha contra monstros na caverna

Subir de nível desbloqueia novos ataques, magias e habilidades para Vyse e seu grupo. Além disso, outra forma de se fortalecer é equipando armas e equipamentos de defesa melhores. No caso das armas, é possível fundi-las com itens deixados por inimigos em batalha, que concedem-as propriedades passivas como aumento de força, força de baque e chance de envenenar o alvo atingido. O jogador também pode sacrificar armas de poder base mais baixo para aumentar os valores de ataque bônus de um item cujo poder base é mais alto.

Durante suas aventuras, Vyse e companhia encontram baús por todo canto. Neles, pode-se encontrar anéis que conferem bônus interessantes que fortalecem ainda mais o grupo. No caso dos anéis, existe a oportunidade de sintetizar novas opções ao combinar dois anéis diferentes. Quanto maior o grau, melhores são os bônus passivos.

Batalha contra inimigos

A abundância de itens Asdivine Saga é outro fator que colabora para facilitar a dificuldade geral do jogo. Itens estes que melhoram instantaneamente características de um personagem como HP, MP, ataque e defesa são concedidos em grande quantidade. De novo: isso acontece graças ao sistema de grinding de batalhas e níveis.

Pode parecer que esse sistema que tanto menciono seja um ponto negativo. Mas a verdade é que é um ponto bastante positivo. A decisão de usá-lo (e de como usá-lo) é puramente de quem joga. É um ponto positivo especialmente para pessoas mais casuais, que querem ter contato com um JRPG cujo sistema de batalhas é mais “tradicional”, mas que não dispõem de muito tempo para jogar e desejam apenas seguir a história principal sem muitas dificuldades, ou sem ter que ficar horas e horas em uma mesma área buscando batalhas repetitivas para subir de nível o suficiente para derrotar apenas um chefe ou subchefe.

Um visual que desperta sentimentos mistos

Visualmente, Asdivine Saga é um dos títulos que mais me deixaram sem saber como me sinto. A exploração do mundo lembra a era 16 bits dos videogames, com o grupo perambulando pelos continentes e áreas em um estilo gráfico simples, mas bonito e bem feito.

Já durante as batalhas, o título da Exe-Create conta com um estilo visual muito semelhante ao que é visto em jogos como Child of Light, da Ubisoft. Entretanto, ao mesmo tempo em que parece ser um desenho ou pintura caprichados, os visuais também passam uma sensação de “barateza”, no sentido de que poderia ter um maior nível de detalhes nos personagens. Os ataques especiais, magias e habilidades, no entanto, são bastante vistosos e são a principal razão para eu ter jogado as batalhas da história principal em velocidade padrão e com todas as animações ativadas.

Asdivine Saga é um título muito competente e que se mostrou uma grata surpresa, especialmente por suas batalhas em turnos sem firulas e por seu sistema de evolução e acúmulo de experiência acelerado. A história é decente o suficiente e o visual dos golpes e habilidades fazem valer a pena as batalhas travadas especialmente contra chefes. É um game muito convidativo tanto para jogadores casuais quanto para quem é novato em JRPGs focados em batalhas de turno. Recomendado.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Asdivine Saga

9

nota final

9.0/10

Prós

  • As batalhas são rápidas e divertidas
  • Sistema de evolução e acúmulo de experiência é muito bem-vindo
  • Visual dos ataques especiais e magias é bastante vistoso
  • Visual do mundo e das áreas visitadas

Contras

  • Elementos estratégicos podem se tornar irrelevantes
  • Visual dos personagens em batalha poderia ser mais detalhado