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Review Beat ‘Em Up Collection QUByte Classics (Switch) – Dando luz a jogos quase esquecidos

A desenvolvedora brasileira QUByte Interactive reúne em Beat ‘Em Up Collection sete jogos de plataforma relativamente desconhecidos, mas que valem a pena serem resgatados e preservados.

Desenvolvimento: QUByte Interactive
Distribuição: QUByte Interactive
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Beat ‘Em Up
Classificação: 16 anos (violência, conteúdo sexual)
Português: Legendas e interface nos menus da coletânea, jogos em inglês
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S|X
Duração: 1h cada jogo

Pacotão de ROMs

Todos os jogos tem o rewind
Menu inicial conta com a seleção de jogos e algumas informações

Similarmente ao que já fez em outras oportunidades, como em Top Racer Collection e Breakers Collection, a QUByte Interactive chega com mais uma coleção de games antigos. Dessa vez, porém, com um proposta diferente, já que são sete jogos relativamente aleatórios e sem ligação entre si, exceto por dois pares que são das mesmas desenvolvedoras. Os títulos da coleção são:

  • First Samurai
  • Second Samurai
  • Gourmet Warriors
  • Iron Commando
  • Legend
  • Water Margin: The Tale of Clouds and Winds
  • Sword of Sodan

Como é possível imaginar, Second Samurai é uma continuação de First Samurai, ambos da desenvolvedora Vivid Image. Além disso, Iron Commando e Legend também são da mesma desenvolvedora (Arcade Zone), ainda que sem ligação entre si. Os demais títulos são de diferentes desenvolvedoras e lançados entre 1990 e 1996, era do auge do gênero. Há alguns anos, a própria QUByte Interactive, junto com a Piko Interactive, vem resgatando e relançando alguns desses títulos separadamente, e nessa coleção são reunidos sete jogos de diferentes origens, o que imagino que tenha exigido também certo esforço jurídico.

Não necessariamente beat ‘em ups

O jogo foi bastante bem recebido no seu lançamento original no Amiga
Em Iron Commando, há dois personagens jogáveis com diferenças notáveis

Apesar do título da coletânea, diria que First Samurai, Second Samurai e Sword of Sodan não são beat ’em ups, mas games de ação em plataforma. Já os demais títulos seguem a fórmula consagrada por séries como Final Fight e Streets of Rage. Dando uma passada geral pelos jogos, eu diria que nenhum deles chega ao nível das franquias mencionadas, ainda que tenhamos alguns jogos que mereciam mais reconhecimento na data do seu lançamento.

Qualidade variável

O personagem focado em artes marciais é pouco eficiente ao usar armas
Em Iron Commando, há dois personagens jogáveis com diferenças notáveis

Falando sobre os jogos em si, eles variam um tanto em qualidade e envelheceram melhor ou pior a cada caso. Particularmente, não conhecia nenhum dos jogos anteriormente. Gostei principalmente de Gourmet Warriors, Iron Commando e Water Margin: The Tale of Clouds and Winds. Já Sword of Sodan achei bem fraco, e os outros achei ok. Claro, isso também varia do gosto de cada um e de suas referências. O que importa é que a coletânea torna-os bastante acessíveis e com diversas opções para os tempos modernos.

Como produto, a coleção é um ótimo pacote, com o trabalho da QUByte que já estamos acostumados. Ao iniciarmos o game, vamos direto para o menu principal em que podemos escolher um dos sete títulos e iniciar a jogatina, tudo muito rápido. Temos opções básicas de resolução, plano de fundo e filtros, que se aplicam a todos os jogos. Alguns deles possuem modo de dois jogadores, mas não é possível jogar online.

Para cada jogo, há textos explicando sua origem, enredo e jogabilidade básica, além de uma galeria com artes, manuais e as vezes fotos da embalagem da época. É possível escutar as músicas e efeitos sonoros em uma jukebox, e também há um manual interno para cada jogo, descrevendo os controles, comandos possíveis e listando algumas dicas.

Opções extras

O jogo foi lançado originalmente apenas na China
Water Margin: The Tale of Clouds and Winds tem uma jogabilidade rápida e possibilidade de usar itens

Durante o jogo, é possível consultar o manual, remapear botões, utilizar save states e ativar trapaças. Essas trapaças variam de jogo para jogo, mas, no geral, incluem opções como saúde, continues e vidas infinitas, além de inimigos mais fracos. Essas opções, junto com a funcionalidade de retroceder disponível ao aperto de um botão, fazem com que os jogos fiquem acessíveis para os tempos atuais, onde temos expectativas diferentes em relação a dificuldade dos jogos. 

Como era costume na época, os títulos são curtos e por isso bastante difíceis e até mesmo injustos, características tipicamente utilizadas para fazer com que durassem mais. Por fim, temos 4 slots de save states, que também são uma ferramenta muito útil na emulação de games antigos. Só gostaria que fossem acessíveis de forma mais rápida, além de estar organizado de forma que você pode se confundir e salvar ao invés de carregar um jogo e vice-versa.

Preservação sempre é bom

Beat ‘Em Up Collection resgata sete jogos esquecidos para a modernidade, com um ótimo tratamento para torná-los mais palatáveis para os tempos atuais. Ainda que não tenhamos nenhuma obra-prima aqui, vale a conferida e a preservação é sempre bem-vinda.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Beat ‘Em Up Collection (QUByte Classics)

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Resgata jogos da obscuridade
  • Boas opções de acessibilidade
  • Galerias e itens extras

Contras

  • Não há modo online
  • Save state é burocrático de ser acessado