Star Wars Episode I: Racer

Star Wars Episode I: Racer (Switch) – Uma corrida ao passado

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante… Mais precisamente em 1999, nesse planeta que chamamos de Terra, Star Wars Episode I: Racer chegava ao Nintendo 64, PC e, posteriormente, também ao Dreamcast. O lançamento do game pegou carona no sucesso de bilheterias que foi Star Wars Episódio I – A Ameaça Fantasma, naquele mesmo ano. Agora, 20 anos depois, a Aspyr resolveu trazer uma versão remasterizada para o Nintendo Switch e PlayStation 4. Será que foi uma boa idéia reviver esse passado glorioso nos dias de hoje?

Desenvolvimento: LucasArts
Edição: Aspyr
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Corrida
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch e PS4
Duração: 6 horas (campanha)/12 horas (100%)

Um legado que vale ouro

Procure um gamer que viveu os anos dourados do Nintendo 64 que nunca tenha jogado Star Wars Episode I: Racer e falhe miseravelmente. O jogo prometia levar aos videogames o que tinha de mais alucinante, senão, a única coisa boa de A Ameaça Fantasma: as corridas de Pods. Líder de vendas e elogiado pela crítica, o game nos levou para dentro de disputas insanas e desafiadoras, com muito do que F-Zero havia feito alguns anos antes. 

Além do sucesso que conquistou em cima da crítica especializada, Star Wars Episode I: Racer também foi parar no Guinness Book como o jogo de corrida de ficção científica mais vendido. Desde então, vem despertado um alvoroço nos fãs que pediam desesperadamente por uma nova versão do jogo para os consoles mais modernos.

Cuide bem do seu Pod

Finalmente, após sofrer um adiamento no lançamento, marcado antes para março e adiado devido à pandemia de Covid-19, o jogo chegou de forma digital ao PS4 e Nintendo Switch em junho de 2020. Remasterizado em HD e trazendo gameplay com até 60 quadros por segundo, até mesmo no Switch. Uma melhoria mais que bem-vinda para jogos de corrida, ainda mais para as TVs atuais. 

Além de trazer de volta tudo o aquilo que fez sucesso na versão do Nintendo 64, como o multiplayer local e a customização dos Pods, ainda foram adicionados controles por movimento e HD Rumble. Tudo com a finalidade de modernizar essa nova versão.

Viaje por mundos distantes

Na pele do jovem Anakin Skywalker, você iniciará sua jornada em Tatooine em busca de se tornar o melhor piloto de Pods do universo. As pistas são agrupadas em dificuldade e cada corrida é individual, em forma de campeonatos, como em alguns jogos do gênero. Para liberar novas dificuldades, será necessário vencer cada um dos grupos de circuitos inicialmente liberados. Cada vitória irá desbloquear novas pistas, Pods, pilotos ou partes customizáveis para seu veículo.

Assim como no filme, os outros corredores não deixarão barato e vão se aproveitar de atalhos e trapaças para te tirar do caminho. Você vai precisar ficar muito atento aos obstáculos, pois a qualquer momento suas turbinas poderão estourar fazendo com que você perca completamente o controle do seu Pod.

A música é outro ponto forte do jogo. Trazendo conteúdo original direto dos filmes da franquia. Será impossível não se emocionar com a trilha conhecida de momentos icônicos da saga. Infelizmente, as falas não receberam o mesmo tratamento. É fácil enjoar dos repetitivos gritos dos personagens e efeitos sonoros dos Pods em baixíssima qualidade.

O limite é o Universo

Futurístico não quer dizer moderno

Como ocorre com as versões HD de Star Wars Jedi Knight: Jedi Academy e Star Wars Jedi Knight II: Jedi Outcast, o game traz visuais defasados e texturas estouradas para as grandes telas de alta definição de hoje. Até mesmo algumas partes de texto não foram refeitas. Alguns valores de tempo ficaram distorcidos e com aparência de fora de foco, que pode ser notado até mesmo na pequena tela do Switch. 

Se em alguns pontos o game mostra a sua idade, em outros, que deveriam trazer inovações para a remasterização, se mostram ainda mais problemáticos. Embora o jogo corra em fixos 60 quadros por segundo, a adição de controles por movimento não foi muito bem-vinda. Colocada de maneira falha, a movimentação por sensores mais atrapalha do que ajuda. 

Visualização em primeira pessoa

Pode até valer pela experiência de se jogar um clássico dos anos 2000 de uma forma mais moderna. Só que isso interfere muito na experiência do jogador que precisa tomar certo cuidado com seus motores a todo momento. Cada batida pode significar um passo mais próximo de perder o controle do seu Pod e, consequentemente, algumas boas posições na corrida.

Portanto, não espere uma experiência suave de controle por movimento como acontece em Mario Kart 8 Deluxe. Apenas na câmera em primeira pessoa (dentro do veículo) foi possível controlar de forma satisfatória por meio das pistas repletas de curvas e atalhos escondidos.

Em busca da medalha de ouro

Ainda assim, o jogo tem seu brilho. O lado bom de trazer uma remasterização de forma fiel ao original é poder usufruir da experiência que o jogo clássico trouxe aos jogadores em 1999.

Portanto, alguns circuitos irão colocar as habilidades de controle do jogador à prova. Star Wars Episode I: Racer não é um simples jogo de corrida apenas de movimento para esquerda ou direita. Prepare-se para dominar o seu joystick nos 360 graus. A terra firme não será o limite e seu Pod irá flutuar pelas paredes e precipícios das longas pistas contidas no jogo. A remasterização não deixou a dificuldade de lado e vai exigir muita atenção em cada circuito.

Modo local para dois jogadores em tela dividida

Encaixe o item certo no lugar certo

Logo no início do game, já é possível encontrarmos pistas com mais de cinco minutos de duração, mesmo considerando que algumas tenham no máximo entre duas ou três voltas. Então, fica o aviso: se for utilizar o modo portátil do Switch, prepare-se para fazer algumas pausas entre um circuito e outro.

E falando em mãos, temos a presença do HD Rumble aqui também. Infelizmente, ele está lá apenas para sentir as batidas dos lados direito e esquerdo das turbinas do seu Pod. Já que aproveita muito mal a vibração em diferentes terrenos, como pedras ou água. A Aspyr perdeu a chance de nos trazer a possibilidade de sentir o ambiente, similarmente ao que ocorre em alguns jogos que utilizam o recurso no Switch, como no caso de Super Mario Odyssey.

Por fim, ainda é possível disputar corridas localmente com seus amigos, por meio do modo multiplayer. Mais uma vez aqui temos apenas um port total do game de 99. O multiplayer conta apenas com dois jogadores locais, em modo arcade, sem a presença de outros corredores. E também, sem um modo online, nem mesmo para comparar as pontuações com os amigos.

Certamente, esse seria um recurso muito bem-vindo ao jogo, já que a disputa e as habilidades dos jogadores são colocados à prova em todas as pistas malucas presentes nos planetas visitados durante a sua jornada pelo game.

Texturas e efeitos sonoros em baixa resolução

A última volta

O que fica mesmo é um sabor amargo após passar alguns minutos degustando um game tão pedido pelos fãs da saga. Até certo ponto, é bom focar em deixar o jogo o mais próximo possível da versão original, o que irá agradar aos mais saudosistas. 

A falta de recursos online, inclusão de comandos modernos sem sentido e texturas e sons em baixa resolução tornam o game desagradável de ser jogado nos dias de hoje, o que muito provavelmente irá afastar novos fãs. Nos resta esperar por um remake de qualidade trazendo tudo de bom que o jogo original nos deixou, com a adição de recursos mais modernos de forma realmente funcional.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Star Wars Episode I: Racer

7

Nota Final

7.0/10

Prós

  • Experiência de simulação muito fiel ao original
  • Pistas alucinantes e desafiadoras
  • Trilha sonora inspirada nos filmes
  • Um belo tributo à era de ouro do Nintendo 64

Contras

  • Texturas estouradas
  • Efeitos sonoros de baixa qualidade
  • Falta de recursos online
  • Sensores de movimento e HD Rumble inúteis