Beyond a Steel Sky é a sequência de um jogo point and click de 1994 lançado para PC, chamado Beneath a Steel Sky. Os protagonistas Robert Foster e Joey estão de volta nesta nova aventura cyberpunk por Union City que se passa 10 anos após os acontecimentos do primeiro jogo.
Desenvolvimento: Revolution Software
Distribuição: Microids
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Point and Click
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC
Duração: 10 horas (campanha)/ 13 horas (100%)
De volta ao início
Foster é colocado na trilha de Union City novamente após deixar a cidade a uma década, pois o filho de um amigo foi sequestrado e os rastros o levam de volta à cidade. Entrando como um clandestino, ele deve resolver o mistério do sequestro de Milo, ao mesmo tempo em que revisita Union City e redescobre a cidade, assim como o que aconteceu com seu amigo Joey.
Com essa premissa somos conduzidos pela tecnológica cidade, com personagens Interessantes ao longo do caminho e bem carismáticos. Mesmo para os vários robôs que encontramos, nenhum deles parece ser genérico, todos tem suas próprias personalidades e características. Existe até mesmo uma rixa entre os vários modelos, que sempre se acham superiores uns aos outros. Com uma premissa simples e até mesmo seu desenvolvimento, não é nada difícil se ver cativado pelos personagens e história.
Infelizmente faltou a Beyond a Steel Sky uma breve introdução sobre as aventuras passadas de Foster e Joey, o que deixa o jogador perdido no início, caso ele não tenha jogado o título anterior – o que foi meu caso. Embora dê para entender mais ou menos o que aconteceu anteriormente com os protagonistas, nada fica muito claro. O amigo robótico é visto como o salvador de Union City, mas nunca fica claro o que eles fizeram para salvar a cidade e Joey receber este título.
Uma aventura cyberpunk
Tudo é voltado para a tecnologia em Beyond a Steel Sky e os puzzles se concentram principalmente em hackear alguns objetivos a fim de fazer com que eles “trabalhem” para você. A maioria deles são bem interessantes, intuitivos, mas não tão fáceis. O principal desafio é descobrir o que exatamente é preciso para entendê-los, onde estão e como será feito, depois disso, concluí-los, o que não é uma tarefa difícil.
Mas como não há muitas pistas, além dos diálogos, que nem sempre são tão explicativos, pelo menu de pausa é possível acessar uma área de dicas, que vai ajudando o jogador a descobrir aos poucos o que deve ser feito, com dicas sendo liberadas a cada 30 segundos após a anterior ser usada. A princípio são dicas sucintas, mas se por fim não conseguir saber o que fazer, as dicas literalmente lhe darão a resposta. O que muitas vezes nos faz pensar: “Não é possível que era só isso e eu não percebi!”
Infelizmente existem alguns problemas chatos, como o cenário carregar conforme chegamos em algum lugar ou andamos por ele. E além disso, durante os diálogos, caso algum npc passe por nós ele poderá ficar preso entre os personagens conversando.
As ações também costumam ser falhas. Como a interação com o objetivo ou personagem depende do posicionamento de Foster, certas vezes ao aparecer as opções de ação, mesmo dando o comando, elas não funcionam, sendo necessário corrigir seu posicionamento para estar exatamente no lugar certo.
Há ainda um problema bem irritante com a câmera, ao correr com Foster ela se move sozinha, sendo necessária a constante correção de ângulo ao se movimentar.
Point and Click Moderno
Assim como seu antecessor, este é um jogo de point and click, ou seja, a narrativa é seu foco principal e ele cumpre esse papel muito bem. Os diálogos são totalmente dublados – em inglês – e bem feitos, como dito antes com personagens nada genéricos e com ótimas personalidades.
O design cartunesco combinou bem com o jogo, um estilo que lembra bastante os títulos da Telltale. Mas ele encarna bem mais a ideia de quadrinhos, pois Foster narra sua aventura com balões e algumas partes são contadas exatamente como páginas de HQs. A música não tem nada de extraordinário, mas flutua bem entre os momentos de tensão e os mais calmos, casando com a aventura.
Até mais Union City
Mesmo sendo um jogo voltado para a narrativa, Beyond a Steel Sky não é cansativo. Levei cerca de 8 horas para concluí-lo e em nenhum momento tive a sensação de cansaço ou monotonia.
Com uma história simples, mas com seus dramas e até mesmo bom humor, Beyond A Steel Sky traz uma boa aventura para Foster e Joey novamente.
Cópia de Xbox One cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno Dantas
Beyond a Steel Sky
Prós
- Personagens carismáticos
- Puzzles interessante
- Sistema de dicas
Contras
- Movimentação ruim da câmera ao correr
- Carregamento do cenário ao andar por ele
- Falha ao apertar o botão de ação
- NPCs invadirem os diálogos
