Que Mega Man influenciou uma infinidade de títulos nas décadas subsequentes ao seu lançamento não é nenhuma novidade. Logo, muitos desenvolvedores têm tentado inovar esse modelo, ou pelo menos manter o legado do herói azul vivo. Um ótimo exemplo disso é o clássico indie Shovel Knight.
Agora, quem vem se juntar a eles é Bat Boy. A mistura dos estilos clássicos ação e plataforma, com algumas pitadas de criatividade com certeza deram vida a um excelente título.
Desenvolvimento: Sonzai Games
Distribuição: X PLUS Company Limited
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Interface e Legendas
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: Sem registro
Bat Boy ao resgate!
Ryosuke é um estudante que faz parte do corpo esportivo do seu colégio, como jogador de beisebol. Secretamente, seus colegas e ele formam um grupo superpoderoso de heróis esportistas, cada um usando sua modalidade como estilo de combate.
Em uma determinada noite, o mago sombrio Lorde Vicious aparece diante do grupo, e domina a todos mentalmente para que eles entrem em uma espécie de torneio para se enfrentarem… na verdade, quase todos. Bat Boy, alter ego de Ryosuke, consegue rebater o feitiço e escapar. Agora ele precisará entrar na dimensão de Lorde Vicious para resgatar seus camaradas, que agora são os chefes de cada uma das fases.
Algo que é clichê do gênero, mas muito bem implementado aqui, é que cada estágio tem um ambiente e características únicas. Temos fases de gelo, florestas, cavernas, vulcões, desertos e até navios aéreos. A estrutura de cada ambiente influencia no level design, e isso dá um ótimo tom para a ação. Eles dão trabalho e exigem atenção de quem está no comando.
O nosso herói rebatedor conta com o seu bastão para superar os perigos. Ele pode rebater os projéteis lançados pelos inimigos em qualquer direção, inclusive causar dano ao mandá-los de volta para quem lançou. Também é possível jogar o bastão para frente e usá-lo para impulsionar saltos e girar alavancas.
Ao pular, podemos quicar em inimigos e projéteis para alcançar lugares mais altos. Entretanto, esse movimento especificamente exige uma precisão um pouco mais aguçada, o que o torna fácil de errar, principalmente em momentos de batalha intensa, contra um chefe ou em uma área repleta de coisas acontecendo.
Pelo caminho também estão espalhados alguns segredos, como uma fita cassete, três raízes e um vendedor que tem em sua posse uma semente dourada. Para encontrá-los serão necessárias as habilidades são ensinadas ao nosso herói após resgatarmos nossos amigos. E é aqui que entra outro ponto bacana de Bat Boy: as batalhas contra os chefes.
Como citei, ao final de cada território está um dos camaradas de Bat Boy, enfeitiçados pelo Lorde Vicious. Derrotá-los não é complicado, é só ficar atento aos seus padrões de ataque. Após derrubá-los uma vez, eles se levantarão para um segundo round, com movimentos mais rápidos, e energizados pela feitiçaria do mal, mas após a segunda queda, eles voltarão ao normal.
Eles vão usar movimentos baseados em seus respectivos esportes, como investidas de futebol americano, golpes de kendô e instrumentos de ginástica artística, só para citar alguns. Assim que eles recuperam a consciência, todos se reúnem em um local comum no mapa, e ficam esperando você fechar a aventura.
Outro ponto fraco nisso tudo é que, tirando a parte de revisitar cada cenário para encontrar os segredos, as habilidades são pouco utilizadas para concluir a aventura principal de fato, com exceção de um ou outro trecho que necessita da combinação de algumas delas para ser superado.
Rebatida para a vitória
Bat boy conseguiu exatamente aquilo que contei no começo do texto. Ele trouxe algo clássico e adorado por muita gente com uma identidade única. A ideia de incorporar um esporte a cada habilidade e amigo/chefe é uma ótima sacada e esse tipo de jogo casa muito bem com o visual colorido 8-bit e as músicas grudentas chiptune, que farão acompanhar o ritmo nostálgico, mesmo morrendo algumas vezes.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno
Bat Boy
Prós
- Level design criativo, competente e com fator replay nos colecionáveis
- Ótimos visuais retrô
- Trilha sonora combina bem com o estilo do jogo
- Boas batalhas contra chefes
- Incorporar esportes como tema dos poderes foi uma boa ideia
Contras
- Quicar com o bastão nos inimigos e projéteis requer uma precisão exagerada
- As habilidades mereciam mais destaque