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Review Blacksad: Under The Skin (Switch) – Qualidade tenebrosa

Blacksad é um jogo competamente conturbado e que teve problemas durante seus trailers de divulgação e principalmente depois do lançamento. Desde o início de seu marketing pudemos ler comentários nos vídeos apontando especificamente falta extrema de polimento que existiam no jogo. Bom, Blacksad: Under The Skin foi lançado e pude jogá-lo no Nintendo Switch (pobre de mim), então veja o que achei!

Desenvolvimento: Pendulo Studios
Edição: Microids
Jogadores: 1
Gênero: Aventura
Classificação indicativa:
14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 9 horas (história)

Não se engane, essa imagem é da versão de PC

Quadrinhos e Noir

Em Blacksad assume o papel do detetive particular John Blacksad, que dá nome ao jogo, numa cidade norte americana ambientada na década de 50. Tudo aqui possui um estilo de filme Noir, e todos os personagens são seres antropomórficos com espécies que refletem a personalidade. A história também envolve temas bem adultos, e toca em questões polêmicas como o racismo.

O jogo é baseado numa séria de quadrinhos espanhóis criados por Juan Díaz Canales (escritor) e Juanjo Guarnido (desenhista), porém com público-alvo em territórios franceses.

Detetive particular

Você inicia a história enfretando uma confusão de um homem rinoceronte que entra em seu escritório e tenta lhe atacar, e logo depois descrobre que ,na verdade, a causa disso teve origem em um caso que Blacksad aceitou de uma cliente, a qual queria investigar se o marido a estava traindo ou não.

Logo depois de um quick time event e de uma conversa com o rinoceronte, o jogo te apresenta mecânicas de escolha, onde você pode escolher nesta ceno mesmo contar para a esposa (sua cliente) sobre o ocorrido ou ficar de bico fechado e receber uma alta quantia em troca. Fique atento quanto suas escolhas, pois o jogo molda o caráter de John de acordo com aquilo que você optar, o que resulta em registros numa seção do jogo que mostra o rumo que você anda tomando.

Sua primeira missão “real oficial”, solicitada por Sonia Dunn que entra alguns momentos depois no escritório, é a de investigar o suposto suicídio cometido por Joe Dunn, dono de um academia de boxe.

Em Blacksad temos vários mecânicas já consolidadas em jogos do gênero aventura, como conversar com outros personagens, adquirir pistas, respostas para suas investigações, pegar itens pelo cenário, mas também algumas coisas não tão comuns como lockpicking (abrir fechaduras) e principalmente o divertido Mind Palace, onde você reúne pistas coletadas e faz deduções.

Você também tem a possibilidade de pausar o jogo em certos momentos e investigar a cena a fim de encontrar mais recursos para solucionar seus casos. Porém, apesar de ser um jogo bem completo, várias decisões ruins e problemas técnicas gravíssimos tornam Blacksad: Under The Skin simplesmente desanimador e extremamente frustrante.

Seu personagem pode ser comparado à uma lesma manca, já que a velocidade de seu andar é ridiculamente lenta e não existe um botão de correr. Pensava comigo ao jogar “não é possível que não exista um comando para correr, acho que é liberado depois de algum momento em específico”, mas depois de pesquisar na internet descobri que era assim mesmo, você não corre em Blacksad e o jogo não se importa em ser entediante. Pode parecer exagero, mas basta ver alguns vídeos para você entender o quão lento é o ritmo. Entrou em algum cenário pelo qual precisa passar porque o jogo exige backtracking pra chegar aos destinos? Meus pêsames.

Fora a lentidão do andar da carruagem, também não é possível pular absolutamente nenhuma cutscene ou acelerar falas, o que obriga o jogador a assistir cada centímetro cúbico das cutscenes e conversas.

Alguém traga óculos para este jogo que sofre de miopía

Problemas graves

Tive expectativas muito altas quando coloquei as mãos neste jogo, confesso que a ansiedade foi bem grande por serem dois gêneros que adoro: aventura e investigação. Porém, logo no início, percebi vários problemas gravíssimos, principalmente uma falta de polimento descarada. Em contato com a assessoria da editora do jogo, fiquei sabendo que eles tem em mente a recepção altamente negativa que Blacksad teve após seu lançamento, mas que os consumidores podiam ficar tranquilos ao saber que estavam trabalhando arduamente para corrigir os bugs e falhas. Será mesmo?

Sabendo que o jogo foi lançado há algum tempo e seu preço não é nada convidativo por conta do que foi entregue, considero completamente desrespeitoso a falta de zelo que os desenvolvedores tiveram com o jogo e ainda assim terem lançado, principalmente na versão de Switch. Se tratando da parte técnica, são bugs visuais em vários momentos que podemos encontrar, objetos simplesmente não sendo renderizados no cenário, uma quantidade de fps bastante baixa e instável, texturas carregando na sua frente descaradamente, uma resolução tenebrosa que parece 144p do YouTube e outras coisas que fizeram com que eu abandonasse esse jogo que havia me empolgado tanto. Algumas atualizações tem sido lançadas para melhorias técnicas do jogo, mas na eShop da Nintendo, por exemplo, seu tamanho original é por volta dos 12gb, e somando todos os updates o jogo já passa dos 21gb! Isso significa que Blacksad realmente está cheio de problemas.

Fiquei sinceramente triste, pois o jogo tem alta qualidade gráfica, exceto no Switch, e uma história interessantíssima que gera aquela vontade constante de jogar e saber mais. Posso resumir que este jogo foi um grande potencial completamente desperdiçado, e tenho certeza que se corrigissem estes defeitos tudo seria absurdamente melhor. Para completar a tragédia, o jogo não oferece o idioma português, então, por se tratar de um jogo completamente sustentado por diálogos e textos, fique bem longe caso você não tenha familiaridade com o inglês – ao menos tem o espanhol para quebrar aquele galho. Caso você entenda inglês, poderá desfrutar dos excelentes diálogos contidos em Blacksad.

Triste veredito

Este jogo é um daqueles que me dói o coração de ter que criticar, pois fui com sua cara desde que o conheci. Problemas técnicos e um descaso de polimento em sua produção foi o que causou sua ruína, e agora, infelizmente, sua imagem ficou marcada e tudo o que vemos em fóruns por aí são consumidores se queixando e demonstrando um alto grau de arrependimento por terem adquirido o produto. Triste, mas Blacksad não é indicado para ninguém até que uma atualização monstruosa seja lançado para o jogo.

Este review foi feito usando uma cópia para Switch cedida pela Microids

Oceanhorn

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Mecânicas muito interessantes
  • História empolgante
  • Dublagem excepcional

Contras

  • Problemas graves
  • Resolução baixíssima
  • Bugs aos montes
  • Falta de polimento
  • Sem tradução em português