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Review Bloodstained: Ritual of the Night (Switch) – A nova sinfonia da noite?

Do mesmo criador de Castlevania: Symphony of the Night, Koji Igarashi, Bloodstained: Ritual of the Night é um projeto financiado pelo Kickstarter que deu bastante certo, sendo lançado para todos os consoles de última geração.

No início, a versão de Switch foi a qual veio com maiores complicações, apresentando input delay, gráficos prejudicados e performance bem abaixo do esperado. Depois de todos estes meses e após algumas atualizações, será que vale a pena dar uma chance para o jogo?

Obs.: esta análise foi feita na versão 1.10.

Desenvolvimento: ArtPlay
Distribuição: 505 Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação, RPG, Aventura
Classificação indicativa: 10 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PS4, Xbox One , PC e Switch
Duração: 13.5 horas (campanha)/ 32.5 horas ( 100%)

"Prenda-me se for capaz"

Estilo Castlevania de ser

Bloodstained: Ritual of the Night é um jogo de plataforma e ação com elementos de RPG, algo que tornou Symphony of the Night um dos mais renomados clássicos do 32 bit. Seguindo a linha de sua inspiração, o jogo mergulha fundo num estilo gótico, porém com alguns tons mais vivos do que Symphony.

Em Bloodstained: Ritual of the Night, uma força maligna invocou um misterioso castelo infestado de demônios e criaturas, com cristais cheios de poderes místicos. Aqui você controla Miriam, uma orfã afetada por uma maldição que lentamente cristaliza seu corpo, mas que a fornece a capacidade de possuir fragmentos demoníacos.

Estes fragmentos concedem diferentes habilidades, desde lançar chamas pelas mãos até equipar um familiar (uma espécie de bicho de estimação) que auxilia durante o jogo. Para salvar a humanidade e a si mesma da maldição, Miriam precisa desbravar o castelo e derrotar Gebel, o responsável pela invocação.

Junto à protagonista, existem alguns personagens que servem de apoio na história de forma bastante secundária, além de que estes são mais utilizados como “vendedores” na loja do hub da área inicial. De qualquer forma, facilmente Bloodstained: Ritual of the Night ganha o jogador através de seu gameplay variado e bem executado.

O primeiro chefe já surge logo no início

A mais recente obra de Igarashi tem um foco bem grande em exploração, um dos elementos mais divertidos do próprio Symphony of the Night. Há vários locais do castelo com segredos, itens valiosos, upgrades escondidos, salas para salvar o progresso e recuperar saúde, e espelhos usados para teleportar a personagem a fim de ganhar tempo na transitação entre os cômodos do local.

Apesar disso, o mapa não faz um trabalho completamente satisfatório, sendo possível saber o nome do local onde o personagem está apenas acessando os espelhos de teleporte. Também não há um indicador visual de onde está localizado seu próximo objetivo, então é comum vagar um pouco sem rumo pelos cenários sem saber exatamente aonde precisa ir.

O combate brilha por aqui

Elementos que fisgam

Bloodstained: Ritual of the Night possui semelhanças já conhecidas na série, como o combate de curta e longa distância, dependendo do item ou fragmento demoníaco que você equipar, além das possibilidades variadas de estratégia que isso adiciona.

Estão disponíveis por aqui armas de fogo, espada e até mesmo sapatos de kung-fu. Por alguns cenários há estantes de livros que permitem com que Miriam aprenda novos combos para que sejam usados nas batalhas consumindo magic points, cujos golpes são normalmente exclusivos de uma categoria específica de arma.

Numa espécie de hub na área inicial existem lojas e locais para cozinhar receitas que recuperam sua saúde, além disso também é permitido aprimorar fragmentos para aumentar sua efetividade contra os seres malignos do castelo.

Derrotando os monstros, o jogador também adquire pontos de experiência, os quais elevam os atributos de Miriam automaticamente enquanto sobe seu level – força, defesa, inteligência, etc. Para não ficar dependendo apenas disso, também são usados itens que resultam em diferentes vantagens ao serem equipados. A parte divertida é que a maioria destes equipamentos aparecem visualmente na personagem durante o jogo, e está presente até mesmo um easter egg relacionado a um jogo indie de plataforma bastante conhecido na modernidade.

Além da missão principal, também há uma forma de adquirir tarefas secundárias para arrecadar uma boa quantia em dinheiro, adicionando mais fator replay ao jogo.

Miriam, a mamãe noel

Como não podia faltar num jogo inspirado em Symphony of the Night, há um comando de esquiva que lança a personagem para trás, uma habilidade bastante útil principalmente em lutas, principalmente contra chefes. O combate de Bloodstained: Ritual of the Night é de fato um ponto bem forte da jogabilidade, e anima a cada encontro com monstros e criaturas.

Fora isso, temos uma trilha sonora que faz um trabalho espetacular, e apenas ajuda a reforçar o estilo com músicas numa pegada de rock. Como um extra, é possível personalizar a aparência de Miriam num demônio estilista dentro do castelo, trocando desde suas vestimentas até o comprimento do cabelo e cor dos olhos. Também podemos adquirir novos itens cosméticos para obter mais opções de customização posteriormente neste mesmo estilista.

É... mais ou menos

A versão para Switch

O port do jogo para o console da Nintendo foi bastante criticado em seu lançamento, e preciso dizer que com razão. Além dos visuais borrados, resolução baixa e gráficos que deixam a desejar, a versão de Switch possuía um input delay (demora na resposta dos comandos) que prejudicava e muito a jogabilidade como um todo.

Tempos depois, a 505 Games criou atualizações críticas que resolveram grande parte dos problemas desta versão, e é perceptível que a maioria foi resolvida ou amenizada.

Em certos momentos, o jogo fica bonito

Os input delay agora estão inexistentes e o jogo se tornou bastante fluído. A resolução é ainda baixa se comparada à de PC – obviamente -, por exemplo, mas os gráficos estão bem mais nítidos e é possível distinguir melhor o que faz parte do fundo ou do plano frontal. Mesmo assim, algumas texturas continuam sendo renderizadas bem na sua frente, e podemos ver isso de forma nítida.

Sem contar que em uma área em específico do jogo, Twin Dragon Tower, a performance despenca, e uma lentidão toma conta da jogabilidade. Infelizmente no Switch Bloodstained: Ritual of the Night ainda roda à 30 FPS, e acredito piamente que a performance ainda é possível de se melhorar – basta querer.

Bloodstained Ritual of the Night agora se tornou algo bastante jogável no console da Nintendo, sendo uma boa opção para quem se importa com um modo portátil opcional que somente o Switch oferece, mas que sacrifica um pouco visualmente.

Olha essa resolução!

Para fãs e curiosos de primeira viagem

Bloodstained: Ritual of the Night é uma obra de arte magnífica idealizada pelo produtor de Castlevania: Symphony of the Night, por isso não dava para esperar pouca qualidade. Posso dizer com confiança que temos aqui um dos melhores jogos do gênero, o qual comete algumas pequenas falhas como o mapa mal utilizado, por exemplo.

A jogabilidade é muito divertida, a história e os personagens são suficientemente envolventes, e o jogo tem tudo aquilo necessário para um metroidvania que esbanja qualidade.

Sua quantidade de horas oferecidas para terminar a trama principal irá garantir um tempo bastante satisfatório de muita diversão acima da média.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Bloodstained: Ritual of the Night

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Exploração recompensadora
  • Sistema de fragmentos inovador
  • Level Design fantástico
  • Excelente duração
  • Combate de qualidade

Contras

  • Mapa ineficaz
  • Performance ruim em certos locais
  • Coadjuvantes sem muita importância