BPM: Bullets Per Minute lançou para tudo o que podia, e agora traz o bom rock and roll com muito tiro rítmico para o Switch. Porém, o port não ficou o melhor possível, mas apenas a música seguiu o ritmo dos outros consoles.
Desenvolvimento: Awe Interactive
Distribuição: Playtonic Friends
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Arcade
Classificação: 14 anos
Português: Legenda e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 3 horas (campanha)/24 horas (100%)
Balas no ritmo
BPM é uma junção não irônica de tudo que é inesperado em um jogo. Por incrível que pareça, DOOM, Crypt of the Necromancer e The Binding of Isaac misturam-se para criar um desafio rítmico muito difícil. Nesse Roguelite para poucos você terá que atirar, fazer música e dançar para não morrer, e tudo isso ao mesmo tempo.
No centro da tela, onde se encontra a mira, também há uma espécie de metrônomo que nos indica quando atirar. Caso seja feita no momento certo, o tiro dá mais dano. Porém, caso não faça no ritmo exato, não há interferência em nada, além de um dano reduzido. De certa forma, dependendo das configurações usadas, você não precisa se preocupar sempre com o tempo que atira, e no Switch isso ajuda muito.
Além de atirar, em BPM devemos desviar de vários inimigos em uma área às vezes minúscula. Para compensar, é possível dar pulo duplo e, dependendo do personagem usado, recebemos outras habilidades como corrida, esquiva, voo por alguns segundos, entre outros. Todas essas habilidades te permitem ficar dançando pelo cenário enquanto os muitos inimigos tentam te matar.
Como Roguelite, BPM é um tenebroso desafio. Já é possível notar isso quando o próprio jogo te permite testar as habilidades em um modo de prática. Entretanto, não é possível liberar desafios extras ou outros personagens nesse modo. Depois de cinco horas sem nem passar do primeiro reino, decidi parar por um tempo. Quando voltei a jogar parecia que era a primeira vez. Em minha defesa, parte da minha ruindade é culpa do próprio Switch e do port de BPM para ele.
Impossível de ver alguma coisa
De todos os ports que já vi para o Switch, BPM é um dos mais estranhos. Já era esperado um rebaixamento no gráfico, mas o que aconteceu com o jogo é um desastre. Na primeira fase, por exemplo, os ambientes possuem uma aparência extremamente inferior e tudo parece ter sido mascarado com locais mais escuros.
A tonalidade da fase e sua escuridão dificulta demais a capacidade de detectar inimigos. Os mais fáceis são aqueles que possuem uma parte do corpo em amarelo, como os morcegos. Do contrário, é penoso achar um monstro principalmente à longa distância. Não dá para dizer se é ilusão de ótica ou inimigos simplesmente brotam, porque são facilmente confundíveis com as paredes pelo tom escuro.
Esse problema de cores e downgrade visual também complica o encontro de estátuas de oferenda. Elas servem para melhorar atributos em troca de moedas que são encontradas em baús ou inimigos ao finalizar cada sala. Moedas e baús possuem uma tonalidade amarelada, e por isso são fáceis de se achar. Por outro lado, as estátuas estão espalhadas pelas salas e não há nada que as identifique, sendo preciso explorar cada canto minúsculo e perder tempo.
Fora o problema gráfico, BPM dá uma boa assistência de mira, uma vez que jogar FPS no Switch é pura sofrência. Isso facilita muito a jogatina? Sim! No entanto, o Zona Morta é muito sensível aqui, o que afeta na hora de movimentar a câmera e exige colocar o analógico no local por completo. Além disso, o personagem parece estar de patins por deslizar tanto movimentar-se.
Só o rock and roll salva
BPM: Bullets Per Minute é um Roguelite muito divertido e desafiador. A mecânica rítmica é ostensivamente difícil, exigindo sempre uma consciência clara de quando atirar. Há meios de facilitar essa problemática, visto que o Switch não é o melhor local para os FPS. Porém, a grande queda visual complica muito as coisas e não achei meios de contornar esse problema. Ignorando esse grande fator, você encontrará um bom jogo para curtir um rock e atirar em tudo que se move, mas com muita dificuldade de ver no que.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong