Bichinhos fofinhos, fliperama, heróis Sentai: o que poderia dar errado? Button City conta a história de Fennel, uma simpática raposinha que está em busca de diversão na sua nova cidade e acaba fazendo amizade com as crianças do bairro. Com uma ambientação muito colorida e cartunesca, o título erra ao tentar trazer cenas nostálgicas da fase de ouro dos fliperamas para o público infantil, que nem faz ideia do que é isso.
Desenvolvimento: Subliminal
Distribuição: Subliminal
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Casual, Puzzle, Arcade
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PS5, Switch, Xbox Series X/S, PC
Duração: 4 horas (capanha)/9 horas (100%)
O poder da amizade
Fennel é uma raposinha muito curiosa e medrosa, que acabou de se mudar para uma cidade nova. Ele é muito solitário e mora com sua mãe, a qual não lhe dá muita atenção, pois vive atarefada com os problemas da vida adulta.
Para ajudá-la com algumas tarefas domésticas, Fennel decide sair de casa para conhecer a mercearia do bairro. No meio do caminho, ele acaba descobrindo um fliperama chamado Button City, onde as crianças da cidade costumam se encontrar para passar o tempo. Apaixonado por videogames e tecnologia, Fennel resolve dar uma olhada no que tem lá dentro e se depara com um novo mundo. As máquinas de fliperama atraem as crianças do bairro que não têm muito o que fazer durante as férias. Jogos de corrida, dança e luta de robôs estão por toda a parte dos dois andares do prédio, o qual você poderá percorrer livremente.
É lá, em Button City, que Fennel faz amizade com outras crianças que o convidam para complementar o time de competição de Gobabots, um jogo de luta e estratégia em que você controla pequenos robôs em formato de frutas, inspirados nos super-heróis sentai japoneses.
Mesmo muito apreensivo, Fennel decide se juntar à equipe e acaba descobrindo um dom, ao vencer uma disputa contra um time rival, de crianças mais velhas. Agora, a simpática raposinha não está mais sozinha, e todos os dias seus novos amigos aparecem para brincar e explorar a cidade.
Volte a ser criança
Button City possui uma narrativa bastante interessante, trazendo momentos do dia-dia das crianças. São situações típicas da nossa infância, com temas como bullying, pais pouco presentes, irmãos mais velhos que adoram encher a paciência, acessibilidade de crianças com deficiência e problemas de auto-aceitação e popularidade.
Mesmo trazendo temas delicados, o jogo faz isso de maneira bastante leve e simplista. Dando voz às crianças e nos levando a ver o mundo do ponto de vista delas, como quando elas fazem de conta que as máquinas de lavar da lavanderia do prédio são, na verdade, supercomputadores.
É neste momento em que o jogo se divide entre dois grandes cenários: o fliperama e a cidade. Você deverá se equilibrar entre esses dois ambientes. Na pele de Fennel, você deve explorar cada canto do bairro, ajudando seus amigos e os moradores locais com as atividades do cotidiano como coleta de lixo da rua, venda de limonada, etc. Button City traz uma variedade de pequenas tarefas, mas nada realmente desafiador que engaje o jogador a continuar explorando.
Dentro do fliperama, alguns jogos estão à sua disposição, mas nenhum consegue ser divertido o suficiente para te encorajar a jogar mais de uma ou duas vezes. Vencendo algum deles, você ganha tickets que podem ser trocados por acessórios, sorvete ou refrigerante.
Jogar para vencer
Gobabots é a bola da vez. No segundo andar do fliperama, a máquina estará lá para jogar e treinar para ajudar seus amigos a se tornarem os campeões do bairro. E o jogo é bastante simples: 4 jogadores de um lado competem contra outros 4 do outro. Controlando robôs-fruta, você deverá coletar o maior número de frutas espalhadas pelo cenário.
Cada robô possui atributos únicos de ataque, velocidade e defesa. Conforme a trama avança, personagens mais fortes vão sendo liberados e você poderá conferir sua coleção no seu smartphone que acompanha Fennel por todos os lados. É nele também que você pode conferir os detalhes do pŕoximo objetivo.
Infelizmente, Button City se perde em focar em um público específico. Se por um lado é nítida a inspiração em jogos infantis como Animal Crossing e Minecraft, pelo ambiente cúbico e colorido com foco em exploração e pequenos objetivos, a história lenta e com temas delicados são dedicados a um público mais maduro, com apelo à nostalgia da era dos antigos arcades.
Muito potencial jogado fora
A trama não consegue segurar por muitas horas. Nem mesmo a competição de Gobabots é muito animadora. O visual colorido e poligonal, remete a um jogo para crianças. Mas, a falta de uma localização para o nosso idioma, somado a uma jogabilidade lenta e pouco divertida, pode afastar os jogadores mirins.
A impressão que fica é que falta algo, ou que tudo poderia ser mais polido. Se dividir entre o mundo real e o fliperama fica chato com o passar do tempo, já que há pouca variedade de jogos e nenhum desafio adicional, fora bater os recordes dos outros personagens.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores.
Revisão: Jason Ming Hong
Button City
Prós
- Temas relevantes do nosso cotidiano
- Dificuldade casual
- Gráficos coloridos e animados
Contras
- Entediante e repetitivo
- Pouca variedade de jogos no fliperama
- A história não consegue te segurar por muitas horas
